26.5.03



Conversa de telefone

Há uma historinha curiosa em relação ao mundo Matrix. Os telefones, conforme sabem todos a essa altura, têm papel preponderante na série. Além dos velhos aparelhos analógicos, que funcionam como fio terra e transporte entre a realidade e o sonho, celulares futuristas faziam figuração no primeiro filme.

Eles eram apenas brinquedinhos cenográficos, mas uma quantidade tão grande de gente escreveu à Warner perguntando onde poderia comprá-los que o estúdio viu, ali, uma bela chance de faturar.

Resultado: em “Matrix Reloaded” foi feita uma parceria com a Samsung, que desenvolveu um celular de verdade a partir daqueles celulares de mentirinha. Tal como acontece com seus irmãos da ficção, a parte superior do aparelho real desliza, engenhosamente, para proteger ou revelar uma tela nítida e luminosa — mas, pelo menos para mim, seus encantos terminam por aí. Achei que o “conjunto de obra”, por assim dizer, deixa muito a desejar: é grande demais pelos padrões atuais, e tem toda a elegância e delicadeza de um jeep em miniatura. O coitado é, provavelmente, o mais feio dos celulares existentes.

Até a Samsung sabe que não tem um campeão de popularidade em mãos; o Matrix Phone (também conhecido como SPH-n270) está à venda apenas nos Estados Unidos, ao preço nada convidativo de US$ 500. A associação com o conceito Matrix, porém, é um grande trunfo e, na sua esteira, viajam alguns produtos maravilhosos, de outros celulares altamente cobiçáveis, com câmera e tela giratórias, a DVD players, aparelhos de TV e monitores LCD, um mais bonito que o outro — nenhum, infelizmente, disponível no Brasil, pelo menos por enquanto.

* * *

Tive oportunidade de conhecer essa família toda na outra segunda-feira, quando a Samsung, como parceira tecnológica de “Matrix Reloaded”, fez pré-estréias do filme em cinco diferentes cidades espalhadas pelo mundo. A festa latino-americana aconteceu em São Paulo, na Estação Júlio Prestes. Entre os convidados e os estandes onde estavam expostos os novos produtos, circulavam modelos vestidos como personagens do filme. Uma Trinity muito simpática made in Brazil mostrava o Matrix Phone, que chamou a atenção mas não chegou a ser um sucesso.

Ainda assim, quando ele apareceu na tela, logo depois, fiquei com a estranha sensação de estar vendo um conhecido contracenando com Keanu Reeves.

* * *

Na semana passada fiz referência a um artigo sobre spam publicado pelo ISM. Mais detalhes: ele foi escrito por Luis Fernando Rocha, e faz parte de uma ótima série da Modulo Security, que mantém um portal sobre segurança completíssimo em www.modulo.com.br. Merece a visita!

(O Globo, Info etc., 26.5.2003)