19.5.03



Domingo, como sempre

Eu estava com o domingo todo agendadinho, bem bonitinho: primeiro andar na Lagoa, depois Cobal e, de lá, Canecão, para um show de tangos com a galera.

Aí acordei, comecei a ler o jornal, brinquei com os gatos, dei a comida da Tati -- que já se alimenta sozinha, mas só quer atum de lata, e mesmo assim se a gente estiver ao lado dela -- fui para a janela, olhei aquela gente toda andando, correndo e brincando com os cachorros no Baixo Cão... e desanimei.

Catei o resto do jornal e fui pra rede.

Logo depois ligou a amiga que estava encarregada das entradas pro show de tangos: ela e o marido estavam mortos acabados, tinham ido de manhã ao Municipal, não tinham qualquer condição de ir ao Canecão. Pensando bem, eu também não tinha: sábado passamos o dia quase todo na Bienal, muito boa mas extremamente cansativa. Demos uns telefonemas, cancelamos tudo e desmaiamos, cada qual para o seu lado.

Tarde da noite conseguimos nos arrastar para fora dos nossos tugúrios e fomos todos jantar no Margutta, que está ótimo.



No começo da tarde, conversei pelo telefone com um amigo cínico que só. Ele disse: "Estou começando a assumir que não faço mais nada aos domingos. Não marco compromissos, não faço exercício, não saio com filho, nada, nada, nada. Ontem, aliás, enganei o meu filho e levei ele para a Bienal do Livro. Ficaram num engarrafamento monstruoso ele e a mãe e se sentiram muito amados. O ser humano é mesmo otário."

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