31.10.02



No Meio do Caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.



CDA

Ele ficava sempre sem jeito conversando em pessoa, ou pelo menos essa era a impressão que eu tinha. Mas adorava falar pelo telefone, horas a fio, e ficava contente quando a gente ligava -- menos quando era aniversário, e eu tentava arrancar dele a entrevista impossível para o jornal em que estivesse trabalhando. Volta e meia recorri ao truque a que tanta gente recorreu: montava "entrevistas" com trechos de poemas ou crônicas. Disso ele gostava; talvez, imagino, por ver como as palavras funcionavam assim, de segunda mão. E uma vez, há tanto tempo!, quando eu ainda estava em Brasília, me deu uma pequena entrevista, na época fato verdadeiramente inédito. Acho que pensou que com isso ficaria livre das minhas investidas anuais.

Hoje tio Carlos estaria fazendo 100 anos. Se ainda estivesse aqui, lá estaria eu mais uma vez, chateando.

Nossa, que saudade.




Para a Bia, quando nasceu. Que eu saiba, inédito.


Segredo

(A linda escolha da Meg)


A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.

Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.

Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.

Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.



Sessão nostalgia

Estou ouvindo Tom Paxton e o Chad Mitchell Trio, personagens da época de ouro da canção de protesto americana. Adoro as vozes, o tipo de música (guitarra acústica no acompanhamento e olhe lá) e, sobretudo, as letras, que são geniais. Uma das minhas favoritas é One Million Lawyers, em que Tom Paxton alertava para a terrível praga que se abateria sobre os Estados Unidos: dentro de dez anos, o país teria um milhão de advogados! (A letra, em inglês, está aqui.)

Isso foi em 1984. Paxton exagerou um pouco. Os únicos dados que encontrei a esse respeito informam que, em 1998 -- quatro anos depois da previsão, portanto -- havia nos EUA apenas 925.671 advogados. Não tive tempo de procurar melhor, mas tenho certeza de que, a essa altura, a maldição já se confirmou: basta dar uma olhada no tipo de atividade jurídica que anda acontecendo lá em cima...

30.10.02



Foi bonita a festa, pá

Noite dessas, voltando para casa de carona com o Marcelinho, disse a ele que uma coisa que me deixou contente com a vitória do Lula foi a extraordinária festa popular nas ruas, coisa que não teria acontecido com uma vitória do Serra.

-- Ué, mas só não aconteceria se fosse fraude, né?!

Na hora isso me pareceu fazer sentido, e pensei que eu estava raciocinando apenas em termos de Rio de Janeiro, onde a imensa maioria da população é Lulista ("Lulista", sim -- se fosse petista não estaríamos aí encalacrados com Dona Rosinha pros próximos quatro anos).

Ainda assim, havia um ponto qualquer na coisa toda que não estava me satisfazendo. Não era bem isso. Uma eventual fraude não teria nada a ver com a história; mesmo uma vitória limpa e correta do Serra não seria festejada assim, como não foram festejadas as vitórias do Fernando Henrique, por exemplo.

Hoje o Xexéo fala nisso, no Globo (assim como já falaram, ou ainda vão falar, creio, todos os colunistas do país: afinal, nunca se viu nada igual por aqui). Para ele, a festa foi a festa da identificação: o povo saiu às ruas para festejar porque se reconheceu no presidente eleito. É possível -- mas para mim, essa interpretação ainda não justifica plenamente o fenômeno.

Pois agora acabo de ler um artigo do João Moreira Salles, que desde o final de setembro vem acompanhando Lula para a filmagem de um documentário, em que ele mata perfeitamente a charada. Ufa! É isso que eu queria dizer, Marcelinho.

Leiam, vale a pena: saiu há três dias, no No Mínimo.

Citando o Millôr (também hoje, no JB): "Olha, meninada, continuo não acreditando em Deus. Mas agora concordo -- o Cara é brasileiro."



Idéias

A Suely teve uma grande idéia: um sistema que avisasse a gente dos aniversários do blogueiros (e, acrescento eu, blogs) amigos. Quem se habilita a fazer isso?

Já a Carminha sugeriu, e todo mundo está achando ótimo, fazer um blog com os retratos falados da gente. Se ninguém se apresentar como voluntário para administrar um blog assim, podíamos fazer um blog aberto como o Baile Blog do Dudi, o que vocês acham?

29.10.02



Romance blog

Há uma linda história de amor rolando entre esses dois blogs...



Trouxe eles lá do Baile.




Não liguem pros comentários "arquivados" não; eles estão funcionando. É que eu amo esta webcam, que já está aqui pelo blog há tempos; volta e meia não resisto, e a trago cá pra cima de novo.



Olhem que show estava no outro dia, ao amanhecer!



Eu sou o símbolo
do I-ching




que símbolo você é?


Achei lá na Aline, que também está comendo cérebros... (Graaaaaaaaaaaaaaagh!!!) Aliás, o Inagaki passou por lá e observou que se um zumbi atacasse a Carla Perez ou o Ricardo Macchi morria de fome.

Blog tem umas bobagens tão boas, tem não?!

28.10.02





Angeli ontem, na Folha.


Sinceramente?

Não gostei nada do Lula no Jornal Nacional! Não pelo que ele disse ou deixou de dizer. Mas porque acho que, em seu primeiro dia como presidente eleito, ele não poderia ter passado o tempo todo do horário nobre numa única emissora de televisão -- ainda que seja, como é, a de maior audiência do país. Que se fizesse um pool, ou uma coletiva, ou uma mesa redonda com os apresentadores de todos os telejornais noturnos; mas isso não foi justo (nem elegante) com o SBT, com a Band, com a Rede TV e com a Record. Afinal, além de presidente eleito, Lula é o personagem da hora, que todos querem ver, ouvir e celebrar.

Update do update: Desculpem, o update que estava aqui subiu todo truncado, sei lá por quê. Como eu estava na correria, não conferi o post; mas, essencialmente, o que ele dizia é o que eu escrevi aí nos comentários.


Retrato falado

Foi o melhor que consegui fazer...

À galera que me conhece: ficou parecido?

(Esta dica maravilhosa é -- claro! -- do Pulso Único, onde apareceu há algum tempo e eu guardei para testar.)


Ah, sim: Nada a ver com este post, mas peço ao leitor que está fazendo spam em causa própria nos comentários que por favor páre com isso. Ele sabe quem é; já foi deletado duas vezes. Acho que não fez por mal, apenas ainda não se tocou para o fato de que isso contraria as normas da boa educação online. Eu visito os blogs que me visitam, pode deixar; é só botar a URL no campo adequado. Mas spam, aqui, será sempre deletado.


Life in the freezer

Um consolo para os meus amiguinhos brasileiros morando no Hemisfério Norte...



BRASIL

Sábado fui assistir ao recital do Projeto Villa-Lobinhos no Instituto Moreira Salles. Administrado pela Viva Rio, ele é uma iniciativa do próprio IMS e do Museu Villa-Lobos, e patrocina, junto com padrinhos e madrinhas, a educação de jovens instrumentistas de famílias de baixa renda entre 12 e 20 anos de idade.

Querem saber? Fiquei emocionada ao ver aqueles meninos e meninas de comunidades carentes, que vivem nas condições mais precárias, fazendo, com seus violinos, flautas e violoncelos, seus pandeiros e violões, uma música tão bonita, criativa e feliz.

Depois do concerto, Rodrigo Belchior, coordenador e olheiro do projeto, que percorre as comunidades caçando esses jovens talentos, nos contou alguns casos que viveu ao longo dos últimos três anos com os garotos. Por trás de cada um deles há uma história de luta e de perseverança que nós, bem nascidos, mal podemos imaginar. E em cada um deles -- a partir do próprio Rodrigo, um vencedor que cresceu no Santa Marta -- está a prova de que é possível, sim, criar um futuro melhor para o país.

Recomendo a quem mora no Rio ficar de olho nesses meninos, e ir assistir ao seu próximo concerto.

Eles merecem o nosso apoio e o nosso aplauso.


Blog!



Corra, Lula, corra! (II)

Quem conseguiu prestar atenção ao noticiário não relacionado às eleições durante a semana passada reparou que (para variar...) a Microsoft esteve em evidência ao longo do período. Na terça-feira, ela anunciou que o Smartphone 2002, seu sistema operacional para celulares, chega em breve ao mercado a bordo de um telefone chamado SPV (de Sound, Pictures, Video), distribuído pela operadora inglesa Orange. Por enquanto, o aparelho, que custa o equivalente a US$ 277 e é fabricado em Taiwan, será comercializado apenas no Reino Unido.

O maior problema que a M$ enfrenta para conquistar o suculento mercado wireless é que as principais fabricantes de aparelhos (Nokia, Ericsson, Motorola, Samsung e Siemens) estão comprometidas com outro sistema operacional, o Symbian — um sistema aberto desenvolvido em joint-venture por elas, mais Matsushita (Panasonic), Psion e Sony Ericsson. A Samsung, única que não está diretamente envolvida com o Symbian, prometeu fabricar um celular usando o Smartphone 2002 — mas, até agora, não falou nem prazos, nem em protótipos.

Na quinta-feira, passado o burburinho do lançamento do Orange SPV, a M$ voltou a atacar, desta vez anunciando o lançamento da versão 8.0 do seu software de acesso à MSN, em parceria com a Disney, como provedora de conteúdo. O anúncio foi feito no Central Park, em Nova York, por Bill Gates e Michael Eisner, CEO da Disney — acompanhados de Mickey e Minnie. A idéia é capturar a maior fatia possível do público “família” da AOL, que anda passando por turbulências — e cuja nova versão de navegador (coincidentemente, também 8.0) é, para dizer o mínimo, complicada.

Mas a notícia Micro$oft mais bizarra de todas saiu mesmo do noticiário político, o campeão de audiência dos últimos meses. Também na quinta-feira, com a campanha presidencial ainda em aberto, Bill Gates mandou um de seus representantes convidar Lula para um bate-papo, ao qual estariam presentes também diretores da Intel, da AMD e da HP-Compaq.

“A intenção — dizia a notícia da GloboNews.com — seria discutir sobre projetos de alta tecnologia e possibilidades de investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.”

Ahã. Então tá. Vamos até fazer de conta que não reparamos na monstruosa gafe diplomática de Bill Gates de se adiantar à vontade popular brasileira expressa nas urnas. Mas não vamos, pelamordedeus, dormir no ponto! As intenções de Bill Gates são sempre as melhores possíveis... para a Micro$oft.

Ninguém precisa de bola de cristal para saber o que ele queria com Lula. Uma das principais tarefas “digitais” do novo governo é a aplicação dos recursos do Fust para a informatização de escolas e órgãos públicos. Estamos falando numa quantia de R$ 1,5 bilhão, parte da qual só não foi direto para a M$ graças aos esforços dos deputados Walter Pinheiro, do PT, e Sergio Miranda, do PCdoB, que conseguiram, a tempo, embargar a versão original do projeto. Defendida com grande vigor pelo Ministério da Educação (sobretudo depois da visita de Steve Ballmer ao Brasil), ela previa o uso exclusivo do Windows em todas as máquinas.

Nada contra o diálogo com Mr. Gates. Acho, aliás, importantíssimo que o presidente da República converse, e muito, com o povo da área tecnológica. Agora, sinceramente, considerando-se a real natureza da proposta — a M$ não quer gastar dinheiro com o Brasil, quer ganhar dinheiro — ou alguém tem alguma dúvida a respeito disso? — cabe a Mr. Gates pegar seu aviãozinho, dar carona aos amigos e vir se encontrar com o cliente.

(O GLOBO, 28.10.2002)


Atenção, gateiros!

O Causa Felina está em novo endereço, e com um novo template muito bonito! Há uns gatinhos lindos lá para adoção, inclusive dois laranjas que são o focinho do Mosca...

26.10.02



VOTE!

Já que você está aqui, aproveite para dar um clique pro Edney, que está concorrendo ao iBest!

Eu não gosto do iBest, sou contra o iBest, mas adoro o Edney e acho o trabalho dele extremamente importante para todos nós, blogueiros. Se você não está ligando o nome à pessoa, ele é o responsável pelo excelente InterNey.net, onde mais de uma vez tirei dúvidas sobre problemas que me afligiam, e para onde encaminho quem me pede instruções sobre como fazer um blog.

O InterNey.Net não precisa de nenhuma medalhinha ou selinho para provar que é bom: todo mundo sabe que ele é ótimo. Mas acontece que há uma grana vinculada ao iBest, e acho mais do que justo que ele, que tanto tem feito pela gente, receba algum pelo seu trabalho.

Eu já dei o meu voto.

Vote você também!

Para votar no InterNey.Net

clique AQUI!

(Conheça a campanha do Edney)



Bizarro...





Leiam!



Foto de Ivo Gonzales, involuntariamente cedida pelo GLOBO

Em resumo:

São 5h07 de sábado, 26 de outubro, e finalmente tenho um tempinho para me sentar e escrever com calma. O caderno de segunda está fechado, os gatos estão alimentados e desmaiados em volta de mim, o horário eleitoral gratuito acabou (graças a Deus!) e o debate já foi ao ar. Enquanto isso prenderam o atirador em Washington, mataram os seqüestradores em Moscou e censuraram o Correio Braziliense. O que não falta ao mundo é enredo.

Gostei do debate. No começo aquele ringue me pareceu meio estranho, mas logo achei a solução mais bem resolvida do que as cadeirinhas ou púlpitos de praxe. Pelo menos, a movimentação dos candidatos e a platéia à sua volta permitiram a realização de um programa de televisão mais dinâmico e interessante do que os soporíferos debates habituais.

Pessoalmente, acho que Serra se saiu melhor do que Lula, mas a única diferença que isso faz, a essa altura, é dar à campanha de Serra, muito mal conduzida no segundo turno, um ponto final positivo. O que é importante: afinal, Serra é um homem digno, dono de uma bela biografia e de uma folha de bons serviços prestados ao país, coisa de que alguns petistas mais exaltados se esqueceram ao longo das últimas semanas.

Achei emblemático o abraço final dos dois candidatos e me comovi com a cena que, para mim, representou o perfeito resumo desta longa (e bota longa nisso!) jornada cívica. Enquanto a França, tão politizada, teve que escolher entre o pior e o menos pior, e os Estados Unidos, tão convencidos das suas práticas democráticas, viram a eleição levada no bico, nós nos livramos de boa parte do entulho autoritário e chegamos à reta final com dois ótimos candidatos.

Se não fosse a ex-primeira dama aqui e a possibilidade do Roriz lá, eu diria que caminhamos a passos largos em direção à civilização. Como está, caminhamos. O que já está de bom tamanho.

Por falar em Roriz: se eu estivesse tendo tempo para atualizar este blog como gostaria, vocês teriam lido aqui, há três dias, um protesto radical contra a associação Repórteres sem Fronteiras -- para a qual, inclusive, faço um link aí ao lado, link esse que tive muita vontade de tirar do ar ao ler o relatório que classifica o Brasil em 54º lugar em termos de liberdade de imprensa, abaixo do Paraguai (32º) e de Uganda (52º).

Aí, no dia seguinte, o Correio Braziliense sofre censura prévia a mando do canalha que disputa o governo de Brasília. O link continua.

A essa altura, já nem vale mais a pena falar neste caso lamentável, a respeito do qual todo mundo já falou, com o mesmo asco.

Mas eu ainda volto à questão do relatório da RSF que, Brasília à parte, é perfeitamente ridículo. Aliás, mesmo (ou talvez sobretudo) incluindo Brasília: o fato de todo o resto da imprensa brasileira ter protestado com a vêemencia com que protestou mostra que não estamos tão mal assim em termos de liberdade de expressão.

Não posso dizer nada a respeito da grande imprensa livre de Uganda, porque não tenho informações suficientes sobre o país, que é lá longe e que a gente, realmente, desconhece. Pode ser que lá existam de fato belos e robustos jornais, boas estações de TV, centenas de emissoras de rádio e dezenas de ótimos sites de notícias. Mas achar que a imprensa paraguaia vai melhor do que a nossa, sinceramente, me ofende como brasileira e como jornalista.

Por enquanto, deixo a palavra com o Luiz Garcia, que escreveu muito bem sobre isso.

Fui.

25.10.02


Sony Clié PEGNX70V: aqui você vê o slot do Memory Stick, o olhinho da câmera e o slot maior, embaixo, para um cartão wi-fi

Enquanto isso, na Sony...

Num comentário, o Marcelo Norberto pergunta se eu já tenho alguma informação sobre os novos Cliés. Tenho sim, Marcelo; escrevi sobre eles no jornal, há três semanas, mas esqueci de trazer o texto para cá. Aí vai:

Há toda uma nova geração de Cliés! Eles foram oficialmente apresentados ao mundo no fim da semana passada, mas nós estávamos todos tão eletrizados com as eleições que nem percebemos. De qualquer forma, essas maravilhas só chegarão ao mercado (americano) no mês que vem, para aproveitar o começo da temporada de caça a vítimas natalinas. São lindas: veja a foto ali embaixo, ou vá até o site da Sony para apreciá-las em demos 3D.

Com os novos modelos - sobretudo os topos de linha NX70V e NX60 - o meu NR70V, que por enquanto ainda é o ó do borogodó, ficará irremediavelmente defasado. Acontece que a nova geração chega com alguns detalhes poderosos. O primeiro, e mais importante: esses PEGs são WI-FI! Está certo que esta é uma característica opcional, que custará US$ 150 a mais ao usuário, mas é triste constatar que a irmã mais esperta da máquina da gente pode passear pela internet, baixar emails, consultar o Google...

Outro detalhe: eles são os primeiros PDAs a chegar ao mercado usando o Palm OS 5, que tem maior capacidade multimídia e traz recursos de conectividade. Eles rodam em processadores ARM de - segurem-se! - 200MHz! Pode, isso?! Em maquininhas desse tamanho?!

Ah, e sabem aquela pequena e esperta câmera fotográfica embutida no "velho" Clié? Pois bem, virou uma filmadora. Quer dizer, agora, além de fotos, o Clié faz também filmes em MPEG. Num Memory Stick de 128Mb, cabem cerca de 60 minutos contínuos de vídeo, a 160 x 112 pixels - pouco, sim, mas estamos falando de um PDA, e não de uma super-VHS. Quanto às fotos, a resolução dobrou, e elas podem sair em até 640 x 480 - sem falar que a câmera ganhou um zoom digital 2x. E o som: agora, ao invés de apenas tocar os MP3 que carregamos nele, o Clié passa a ser também gravador, o que o transforma na máquina dos sonhos de qualquer jornalista.

Esses handhelds vêm em duas cores, o cinza prata que já conhecemos e um preto fosco que, a julgar pelas fotos, é tudo de bom; e um acessório para matar qualquer um do coração, uma base com alto-falante, para que possamos ouvir música sem precisar usar os fones.

Tá, não quero saber de mais nada! Alguém quer comprar um Clié NR70V em bom estado de conservação?

(Publicado no GLOBO em 07.10.2002)




Este é o meu nome, escrito em japonês, segundo esta máquina de transcrição. É muito fácil de usar: você digita o seu nome, clica e pronto, lá está você em ideograma (são ideogramas, pois não?). Quem me mandou esta ótima dica foi a Andrea. Merci!



Já este aí em cima é o meu nome em hieroglifos. O sistema de conversão é igual ao da maquineta japa, e a dica é, claro, do Matusca...

24.10.02



Descole Hiroshima

Quer ganhar um exemplar de "Hiroshima", de John Hersey? Então escreva um textinho (entre 200 e 500 caracteres) e mande para o iG Ler, site de literatura do iG, até o dia 5 de novembro. Dez exemplares serão distribuídos entre os autores dos textos mais criativos. Vale o esforço: lançado pela Companhia das Letras há cerca de um mês, "Hiroshima" é a íntegra da antológica reportagem de Hersey, publicada em 31 de agosto de 1946 na New Yorker.

Na época, a reportagem caiu como uma bomba (sem trocadilhos, please!) no mundo editorial americano. Não apenas pelo impacto do texto de Hersey, mas também porque a New Yorker, consciente do peso do material que tinha em mãos, decidiu dar apenas esta reportagem na edicão -- que sumiu das bancas em tempo recorde. Mais tarde publicada pela Knopf em forma de livro, "Hiroshima" não saiu de catálogo nos EUA desde então.

O pessoal do iG Ler informa: para se cadastrar, o internauta precisa acessar esta página. Cada participante poderá concorrer com somente um texto. Os ganhadores serão conhecidos no dia 7 de novembro no site iG Ler.


Corra, Lula, corra!!!

Demorou: Bill Gates já está querendo se enturmar com Lula. Vale lembrar que nunca, jamais, em tempo algum, se soube de interesse de Bill Gates em conversar com alguém que não fosse em intere$$e próprio...


Arghhhhh!!!

Estou viciada naquela paciência spider que vem no XP.


Disque Piropo

Fala o Cat:

Que tal ouvir todo dia uma dica de informática do meu famoso amigo B. Piropo, d'O Globo, falando em viva voz? Sim, pelo telefone, todo dia, um comentário novinho. No primeiro mês é de graça. Se gostar, e eu sei que você vai gostar, passa então a pagar a merreca de R$ 7 mensais, quase o preço dum sanduba. Você não come o sanduba, fica mais elegante, e ainda fica um pouco mais expert na arte dos bits e bytes. Tenho aprendido muito com o mestre e estou certo que você também vai aproveitar bastante. Além de emagrecer, é claro. Saiba mais acessando o site do serviço. Saravá!
(Carlos Alberto Teixeira)


A Fé e as Montanhas

Augusto Monterroso


No princípio a Fé removia montanhas só quando era absolutamente necessário, e por isso a paisagem permaneceu igual a si mesma durante milênios.

Porém, quando a Fé começou a propagar-se e as pessoas começaram a achar divertida a idéia de mover montanhas, estas não faziam outra coisa senão mudar de lugar, e cada vez era mais difícil encontrá-las no lugar em que a gente as tinha deixado na noite passada: coisa que se percebe, criava mais dificuldades do que as que resolvia.

A boa gente preferiu então abandonar a Fé, e agora as montanhas geralmente permanecem em seu lugar.

Quando numa estrada acontece um desmoronamento debaixo do qual morrem vários viajantes é porque alguém, muito longe ou por ali mesmo, teve uma ligeiríssima recaída de Fé.

(A quem quiser saber mais sobre este fantástico autor guatemalteco -- aqui em tradução do Millôr -- ou ler outros textos dele, recomendo um pulinho ao Sub Rosa, da Meg.)

23.10.02



Bonitinhos...

Gatinhos vikings! Roubei do Boechat.




Folgado ele, né? É o Hitch, do Xexéo...


Rosinha Não! II, a Missão

O leitor Marco Bessa, um inconformado de Campos, RJ (sabe bem, pois, do que está falando) mandou um link para seu site Xô Rosinha!. Lá, mantém um interessante e seleto clipping do noticiário sobre a governadora eleita do Estado do Rio.

22.10.02



Taí, não é que faz sentido?

Acabo de receber um email de um amigo que é jornalista em Los Angeles -- onde, naturalmente, cobre a indústria cinematográfica. Vou tentar traduzir:

"Tenho uma teoria. Com que essa história do atirador se parece? Ora, com um filme da Paramount! Você saca -- um daqueles thrillers que seguem a velha fórmula da Paramount, com Morgan Freeman, Tommy Lee Jones e Ashley Judd -- talvez James Woods no papel do vilão.

Para resolver essa parada, você tem que pensar como roteirista. É porisso que os tiras ainda não o pegaram -- porque estão pensando feito tiras. Mas o atirador está desenvolvendo o seu roteiro como um filme: os ataques cada vez mais freqüentes e audaciosos, desafiando os policiais, brincando de gato e rato com eles, chegando ao supremo clichê da carta de tarô.

Tá -- agora, como é que um roteirista faria o atirador desaparecer tão facilmente depois de cada ataque, escapulindo onze vezes pelos buracos da rede? Ninguém o vê! Ele se mistura com o background e some... Bom, ele se mistura com o background e some porque o atirador é um tira. Ou alguém de dentro da engrenagem. É por isso que ninguém o vê.

É assim que um roteirista escreveria essa história, não é? O atirador é um ex-tira ou um agente do governo recalcado -- o que também explica essa vontade que ele tem de conversar com a polícia e com as autoridades, em vez de ter procurado a mídia diretamente com a sua "mensagem". Só um tira, ou um insider, trabalha assim.

Como é que acaba? Na televisão. Os policiais -- que idiotas! -- estão fazendo todas as coletivas ao ar livre. O atirador vai atacar durante uma dessas coletivas, transmitidas ao vivo pela TV. Este é o climax cinematográfico para o qual a coisa está se encaminhando. Ou, quem sabe, ele faz uma besteira porque fica auto-confiante demais e aí é apanhado. Não tenho certeza de qual desses dois finais vai ao ar, mas tenho certeza de que, para entender o atirador e prendê-lo, os caras vão ter que pensar como roteiristas..."


Perguntar não ofende

Eu só queria saber uma coisa: como é que um governo que não consegue pegar um atirador à solta no seu próprio quintal espera encontrar um Bin Laden lá do outro lado do mundo, onde não sabe sequer que língua é falada?!


Carros fora

Existem poucas pragas tão universais quanto o automóvel: a humanidade conseguiu, em menos de um século, poluir todas as suas paisagens e se tornar escrava de um dos objetos mais incongruentes, malsãos e daninhos ao visual das suas cidades. Quem já esteve em qualquer cidade onde a entrada de carros é barrada e/ou impossível sabe como é mais bonita e tranqüila a vida nos centros urbanos sem carros. Quem não esteve, pode dar um pulo neste site e começar a sonhar com um mundo melhor. Especialmente recomendado para quem acaba de passar horas preso num engarrafamento...




Grande notícia: o André Arruda, fotógrafo da pesada e freqüentador assíduo do internETC. (modéstia à parte...) acaba de criar o seu próprio blog, o On Camera. A foto é só para dar uma idéia do trabalho do rapaz.

Bem-vindo ao time, querido André!


B a R L o W F R i e N D Z

John Perry Barlow foi, durante muito tempo, meu único amigo republicano. Não deixou de ser meu amigo, mas quando George W. Bush deu o golpe na Florida, deixou de ser republicano. Essas coisas são sérias nos Estados Unidos, onde "fidelidade partidária" não é uma figura de retórica, mas um modo de vida. O avô e o pai dele foram deputados e senadores republicanos por Wyoming, um estado rural e conservador a mais não poder. Hoje Barlow se classifica como independente, porque também não quer ter nada a ver com os democratas.

Em termos existenciais, ele se considera um "dissidente cognitivo", seja lá isso o que for. É um ciberguru das antigas, e desde sempre combate o bom combate. No dia 11 de setembro de 2001, às duas da tarde, quando o mundo ainda estava em estado de choque com o que acabara de acontecer, Barlow já estava mandando uma das suas célebres circulares para o grupo que chama de B a R L o W F R i e N D Z, sugestivamente intitulada Remember the Reichstag.

Quase foi crucificado -- mas estava, como os fatos comprovam, coberto de razão.

Há uns dias ele mandou uma outra carta. O título não é menos sugestivo:

The American Republic is dead. Hail the American Empire. Or else.

Postei esta carta aqui, e recomendo enfaticamente a sua leitura aos angloparlantes.

21.10.02



Legal!

O Roger, do Ultraje a Rigor, tem um blog. Aliás, muito bom, como direito a comentários e tudo.


Zeitgeist

O Houaiss diz que Zeitgeist é o espírito de uma época determinada; a característica genérica de um período específico, mas eu prefiro a definição do yourdicttionary.com, um dos meus sites favoritos: general intellectual, moral, and cultural climate of an era, ou seja: o clima geral intelectual, moral e cultural de uma época. Uma espécie de "pulso das massas", por assim dizer.

Para quem quiser saber a quantas anda o Zeitgeist da internet anglo-parlante, existe uma ferramenta que, aposto, ainda vai ser a base de muita tese de mestrado. É o Google Zeitgeist.


Eu, hein...

Que bobagem! Mas é bem divertidinho...




Dudi, é claro.


Teatro

Fui ver de novo a peça do Bosco Brasil, Novas Diretrizes em Tempos de Paz. Dessa vez levei o Millôr, que ficou tão impressionado quanto eu já havia ficado. Com tudo: texto, atores, direção, luz...

Hoje (isto é, ontem) o público simplesmente não queria parar de aplaudir.

Maravilhoso.

Quero ver de novo.




Tenho essa mania: quando gosto muito de alguma peça ou filme assisto várias vezes. Meu recorde em teatro foi Piaf, de Pam Gems, que como dramaturgia nem era lá essas coisas. Acontece que quem fazia o papel principal era Bibi Ferreira. Eletrizante: a Piaf literalmente baixava na Bibi, nunca vi nada igual. Nem lembro mais quantas vezes vi a peça; na época eu estava meio em crise, e quando acabava o trabalho voava para o teatro.

A peça me fazia bem, e mais bem ainda fazia a Bibi, melhor conselheira sentimental do mundo. Depois do espetáculo ficávamos conversando, às vezes íamos jantar e era engraçado, porque ela invariavelmente saía do Ginástico com o vison que usava em cena e que não ia deixar dando sopa no camarim, e sapatos confortáveis, em contrapartida aos que usava no palco, quer dizer -- tênis, havaianas, essas coisas.

Eu amo a Bibi.

PS: Roubei esta florzinha lá do Blowg... Você não fica chateada comigo não, fica, Marinex?

20.10.02



Murphy

Tá. Foi só eu quebrar a cabeça durante a manhã inteira, pagar um upgrade pro blogspot*plus em dólares! e escrever e salvar o texto abaixo como JPEG que esta porcaria voltou a funcionar.

ARGHHHHHHHHHHHH!

Fui!



18.10.02



Quequéisso?!

Acabo de ver a Odete Roitman no programa do Serra. Vem cá -- vocês têm certeza de que o Nizan não está trabalhando pro Lula, não?!

Update, depois de ler alguns comentários: Gente, vcs não estão entendendo o meu ponto, desculpem. O meu motivo de susto não tem nada a ver com política, tem a ver com comunicação. Todos os candidatos usam atores (alguns até demais); não é isso que vai fazer a minha cabeça, nem é isso que deveria fazer a cabeça de tantos milhões de eleitores -- embora, lamentavelmente, eleição neste país (e suponho que em outros, também) tenha virado um imenso e biliardário show business. Mas isso já é outra discussão.

Enfim. Eu sei que ator é uma coisa e personagem é outra, mas também sei o quanto atores e personagens se confundem na cabeça das pessoas. Quando Jardel Filho morreu, eu estava por acaso em Caruaru (of all places!) com Walmor Chagas -- a quem, aliás, ninguém chamava de Walmor, mas só de Wagner, seu personagem na novela. No dia seguinte, apareceram na feira milhares de camisetas com a cara do Jardel... pranteando "Heitor". Fiquei tão impressionada que nunca mais esqueci esses nomes, Wagner e Heitor, embora não me lembre nem da data nem da novela.

Acontece que Beatriz Segall vai ser sempre Odete Roitman na imaginação popular. Isso, aliás, é um mérito que não lhe pode ser negado: é preciso muito talento para fazer uma personagem tão marcante. O povão pode nem saber que ela se chama Beatriz Segall, mas se lembra que ela foi Odete Roitman. Uma arqui-vilã, a encarnação do mal. E, ao que eu saiba, ator que faz sucesso como vilão dificilmente é chamado para fazer propaganda, a não ser em casos especiais. Isso não é discriminação, apenas elementar psicologia de massa (e de botequim).

Em outras palavras: ainda que ela fosse a Miss Simpatia da televisão brasileira não serviria como cabo eleitoral. Simples assim.


Despertador urgente!!!

Olhem com quem vou estar fazendo uma palestra na semana que vem, às... YIKES!!!... dez da manhã!!!!...

Vai ser muito, muito duro estar lá a essa hora -- e, sobretudo, dizer alguma coisa inteligente! O meu cérebro só pega (quando pega) depois das três da tarde... :-(




Causa e conseqüência

O papo de hoje foi, como não podia deixar de ser, o tiroteio das madrugadas. E a conclusão foi, como também não podia deixar de ser, óbvia: a Bené está acertando na repressão ao tráfico, ou os caras não estariam tão revoltados.


Brasileiros soltos no mundo

A Luciana, do Colagem, que mora em Michigan (como o Paulinho), elaborou uma ótima lista de blogs escritos por brasileiros morando no exterior. Temos representantes nos lugares mais variados, da Jordânia a Hiroshima, de Perth a Perugia, passando por Almere e Enschede, na Holanda, a Boden, Gotemburgo, Lidkoping e Norrkoping, na Suécia.

É muito interessante ver o mundo através dos olhos desses blogueiros nossos irmãos, que estão vivendo experiências tão diferentes. Nunca vou me esquecer de como foi divertido acompanhar a viagem que a Ca Mam Wong (que anda meio sumida) fez à China: uma das minhas melhores blog-experiências.





A Identidade Bourne

Cinema é a maior diversão

Um homem desmaiado (Matt Damon) é resgatado do mar por um pesqueiro italiano. Tem dois buracos de balas nas costas, o número de uma conta suiça numa cápsula implantada sob a pele e nenhuma idéia de quem é, de onde veio, para onde vai ou qual é o sentido da vida.

Sua primeira parada é, óbviamente, o banco suiço. Lá, depois de descobrir que fala alemão fluentemente, vai ao cofre e encontra as pistas que podem levá-lo a algumas respostas: armas, dinheiro e uma meia dúzia de passaportes, entre os quais um brasileiro, que causou grande alvoroço no cinema. Amnésia, porém, tem limite: nosso homem sabe que filme falado em português não dá tanta bilheteria quanto filme em inglês, e assim escolhe o que lhe diz que é Jason Bourne, um americano em Paris.

Ainda no banco, ficamos sabendo que suas habilidades não se restringem ao domínio de línguas estrangeiras e à correta avaliação do mercado cinematográfico. Bourne é uma máquina de matar avariada, conectada à CIA, que deve ser retirada de circulação. Ele, porém, não fica sabendo disso.

O que sabe é que tem que fugir e recobrar a memória. Para isso, conta com a providencial ajuda de Marie (Franka Potente, de “Corra, Lola, corra”), com quem vai percorrer paisagens maravilhosas, executar fugas mirabolantes, diversos inimigos e alguns truques dignos dos melhores filmes de espionagem.

Como os velhos 007 da época de ouro, que não se levavam inteiramente a sério, “A identidade Bourne” (The Bourne Identity) é cheio de chutes maravilhosos. Bourne escala paredes, o Austin Mini de quinta que dirige deixa os carrões da polícia na poeira, a CIA sempre sabe de tudo e todos os computadores que aparecem em cena funcionam perfeitamente.

Algo me diz que este é o primeiro filme de uma longa série. Se os demais forem igualmente bons, que venham logo.

17.10.02



O baile agora tem som!



GUANABARA JÁ!

A discussão continua... agora em site próprio! Clique AQUI, e dê a sua opinião.

Ah, sim: antes que alguém comece a atirar pedras sem ao menos saber do que se trata -- ninguém está propondo a desfusão via internet, OK? O que está sendo proposto é discutir o assunto: vamos expor argumentos contra, a favor, muito antes pelo contrário.

Vamos mostrar que a internet pode ser o veículo ideal para um amplo debate cívico, com espaço democraticamente aberto a todas as correntes de pensamento.


Eleições, ainda...

Acho que a votação maciça do Enéas não é só um problema do sistema eleitoral. É também uma conseqüência imprevista do uso das urnas eletrônicas, que não permitem o voto de protesto em candidatos não existentes, como o Cacareco ou o Macaco Tião. Ou alguém duvida que, se ainda estivéssemos no velho sistema dos papeizinhos, o Seu Creysson não levaria de goleada? A diferença é que o Seu Creysson não iria para o Congresso, nem arrastaria consigo aquela fila de nulidades.

Como resolver a questão do voto de protesto com a urna eletrônica? O voto em branco não é nada. O nulo é, eventualmente, um sinal de revolta contra o sistema como um todo, mas não especificamente contra os candidatos. Deveria haver uma saída para quem, não desejando votar em candidato algum em certas categorias, pudesse, ainda assim, lavrar o seu protesto de forma inequívoca, sem precisar recorrer à figura mais grotesca do páreo.

O Tom Taborda encontrou (para variar!) uma sugestão curiosa em relação a isso. Vejam o que ele me escreveu:

Considerando que a maciça eleição do Eneias seja uma forma de voto protesto-cacareco, pego carona numa sugestão que li faz tempos, publicada no People's Almanac #2 (1978), no interessante capítulo final. O leitor Ian McNett escreveu para a Harper's Weekly (Dec 15, 1975) sugerindo a instituição do voto 'Nenhum dos Anteriores-NDA':

"Se os eleitores não gostassem dos candidatos oferecidos pelos partidos, votariam 'NDA'; se nenhum candidato ultrapassasse os votos 'NDA', haveria nova eleição e os candidatos derrotados não poderiam concorrer novamente. Os partidos teriam que apresentar aos eleitores novas escolhas... Eleições são caras. Os partidos não desperdiçariam dinheiro submetendo candidatos duas vezes aos eleitores."

Transcrevi a idéia que, é claro, teria que ser aperfeiçoada.

Supondo-se que, digamos, um milhão de eleitores do Enéias optassem pelo voto 'NDA', todos, literalmente TODOS os candidatos a Deputado Federal de São Paulo estariam impugnados e os partidos teriam que encontrar novos candidatos.

Na nossa máquina de votar fica ainda mais fácil a implementação, bastaria acrescentar o botão 'NDA', ao lado do botão 'Branco'.

Considerando que os que votam no 'Branco' pouco se importam com o resultado das eleições (prerrogativa deles), os votos 'NDA' teriam força política, fosse a votação obrigatória (como é agora), ou facultativa.


Isso me lembrou uma outra idéia, que o Millôr defende há tempos, que seria dar a cada eleitor o direito a dois votos por categoria: um a favor, o outro contra. Os votos contra seriam contabilizados e descontados dos votos a favor recebidos pelos candidatos, fazendo pesar nas eleições não só o índice de aprovação do eleitorado, mas também o índice de rejeição. Se um sistema assim estivesse funcionando no Rio, por exemplo, a garotinha Rosinha jamais teria sido eleita no primeiro turno.

É, eu sei que essas são idéias que jamais irão em frente. Estou apenas pensando em voz alta.




Tempo, tempo, tempo

A cada ano, desde 1976, Diego e Suzy Goldberg, um casal argentino, fazem, no dia 17 de junho, uma fotografia da família. Primeiro eram só os dois; em 1978, entrou em cena Nicolás; em 1979, Matías; finalmente, em 1983, Sebastián.

Os 102 3 x 4 que mostram a evolução da família ao longo desses 24 anos formam um ensaio fotográfico simplesmente fascinante, publicado pela Zone Zero. Já há links para essas imagens interessantíssimas numa quantidade enorme de blogs. O Hiro, do Terceira Base, faz a típica observação masculina:

"Atente para o fato do cara quase não mudar e a esposa ter tido pelo menos uns vinte cortes de cabelo diferentes."

Já eu notei mais o vaivém de óculos e, sobretudo, o fato de que ela é daquelas sortudas que não engordam nunca... Se calhar, o vestido de noiva ainda cabe, oh céus...

16.10.02



Rosinha um, Constituição zero

Artigo imperdível do Marcos Sá Correa. Enquanto isso, num mundo perfeito...




É lindo o amor...



Porque estou onde estou
(em vez de estar onde deveria)

Este post deveria estar sendo feito de Nova York, onde, a princípio, eu deveria estar me preparando para ir a Rochester, logo mais. Lá vai acontecer, na quinta-feira, um tech day da Xerox, ou seja, um dia em que a empresa abre seu centro de pesquisas para mostrar, para um pequeno grupo de jornalistas, o que tem no forno. É uma chance muito rara de conhecer laboratórios, ver tecnologias que só estarão em uso dentro de meses (às vezes anos) e de conversar com os cientistas que as estão desenvolvendo.

Um tech day desses é a minha idéia de parque de diversões, de dia feliz, de ter acertado na loteria da vida. Escrevendo sobre tecnologia desde 1987, tive a sorte extraordinária de ter conhecido alguns dos principais laboratórios do mundo, entre eles o PARC, da própria Xerox, o Thomas Watson, da IBM, ou o Bell Labs, então da ATT -- para ficar apenas nos mais conhecidos.

Estive uma vez também, há muitos anos, neste mesmo Wilson Center for Research and Technology onde deveria estar hoje, e vi, então, uma tecnologia que me deixou de queixo caído: um sistema de correção de cores para scanners que equilibrava, automaticamente, as cores perdidas daquelas fotos antigas que vão ficando avermelhadas com o tempo. Hoje qualquer scanner doméstico faz isso, mas o impacto de se ver uma coisa dessas em primeira mão, conversando com quem a fez, é imbatível.

Então, o que é que eu estou fazendo aqui?!

Estou pagando meu tributo à vitória da burocracia sobre o bom-senso, ao triunfo da paranóia sobre a felicidade e à constatação de que, às vezes, realmente, certas coisas não são para ser. Dá-se que os passaportes brasileiros são válidos por cinco anos, ao passo que os vistos para os Estados Unidos são válidos por dez. O meu visto, válido até 2006, está num passaporte que venceu em 1997, ao qual juntei, então, o passaporte que venceu este mês.

Ora, este singular documento cut-and-paste, tendo embora despertado, às vezes, certa curiosidade na comunidade aduaneira, nunca me impediu de viajar para canto algum, nem de obter vistos para locais notoriamente difíceis, como China ou Rússia. Há, espalhados em suas folhas, mais de vinte carimbos de entrada e saída dos Estados Unidos, muitos feitos dos atentados para cá. Mas, desta vez, pela primeira vez desde o fatídico dia 11 de setembro, eu estava viajando também com um passaporte estalando de novo.

Na segunda-feira, devidamente munida de passagem e dos passaportes vencidos e novo, toquei para o Galeão, um pouco atrasada, como sempre, mas feliz da vida. Na Linha Vermelha, engarrafamento monstro; mas o motorista, craque, cortou e costurou o que pôde e, ufa, consegui chegar a tempo ao aeroporto.

Porém...

Sabem aquela moça que fica no começo da fila, conferindo passagens e passaportes? Pois é. Desta vez era uma moça em câmara lenta. Tirou o meu passaporte velho de guerra da capa, olhou, tornou a olhar, abriu todas as folhas. Reconheço que ele fica horrível, assim despetalado.

-- Um minutinho.

E sumiu, com passaporte e passagem. Voltou depois de váááááááários minutinhos.

-- A senhora não vai poder embarcar. Este passaporte está mutilado.

-- Mas viajo com este passaporte, assim como está, há cinco anos!

-- Sinto muito. É o regulamento.

Vocês acham que adianta argumentar com alguém que põe o regulamento antes do bom-senso? Percam as esperanças! Gastei muito latim (e não pouco tempo) até aparecer um funcionário que, depois de olhar para mim e para os passaportes, e de concluir que não representávamos grande perigo para a humanidade, liberou meu embarque. Mas aí já se haviam passado mais de trinta minutos, e o check in estava fechado.

Fiquei com vontade de:

1) Estrangular a moça em câmara lenta, que com tanto zelo cumpria o regulamento; e

2) Sentar no chão e começar a chorar.

Como nenhuma das alternativas resolveria o problema, fui, com a ajuda do pessoal da Varig, para o Terminal 1, tentar embarcar via Delta por Atlanta. Nada feito. Vôo fechado, sem comida embarcada para um passageiro a mais (exigência ridícula da IATA) -- e, além disso, com um passaporte sem visto e o visto num passaporte todo rabiscado... Ah, sim, é verdade, faço anotações na página final: telefones de emergência, números dos programas de milhagem, essas coisas -- nada que jamais tenha sido considerado pecado por quem quer que seja.

Não era o meu dia.

Joguei a toalha, voltei para casa e, ontem de manhã, fui à luta da transferência do visto para o passaporte novo, que em circunstâncias normais a assessoria de imprensa do consulado americano resolveria. A transferência é relativa; na verdade, trata-se de um visto novo, apenas menos complicado de se obter em função da existência de um visto válido.

Começou, aí, a corrida contra o tempo. Agora não são mais aceitas fotos com óculos, e nas que eu tinha estou de óculos. A taxa para o visto só pode ser paga no Citibank da Rua da Assembléia, que ignora solenemente a lei que obriga os bancos a não deixarem os clientes mais de 30 minutos na fila. Finalmente, quando cheguei ao consulado, suada e esfalfada, surprise!: o sistema estava caído.

Tá.

Há um momento em que tudo conspira contra a gente; ou a favor, sabe-se lá. Ignorar tantos sinais do destino é temerário.

De modo que, em vez de tentar embarcar novamente (evitando a moça em câmara lenta), deixei no consulado os passaportes, o comprovante da taxa e as fotos da máquina de fazer mosntrinho. Preenchi os dois formulários mais ridículos de todos os tempos -- planeja executar ações terroristas em território americano? pretende levar drogas na bagagem? está planejando algum seqüestro? -- e agora aguardo um visto válido num passaporte válido. Que prometo à Varig não mutilar e à Delta não usar como bloquinho de anotações.

Tristíssima de não ter ido ao meu tech day e irritadíssima com o trânsito, as filas, a burocracia e os sistemas, fiz a única coisa que podia fazer.

Cortei o cabelo.

E pronto.

15.10.02



Alguém tinha que fazer isso
por aqui...

Muito engraçado! Acabo de esbarrar totalmente por acaso com duas velhinhas americanas que criaram um blog de conselhos sentimentais. Quer dizer: duas pessoas que dizem ser velhinhas, etc. etc. e definem o seu blog como "A coluna de conselhos de Agnes e Amelia, duas avós que passaram a vida dando conselhos a seus filhos e netos e agora se propõem a fazê-lo para vocês."

É óbvio que as duas são figuras de ficção, mas achei os conselhos que dão sensatos e divertidos. O blog já teve 195 visitantes. Acho que vai ser um sucesso.

14.10.02





Acabou de sair.
A tradução é minha.



Quando a arte É a vida

Volta e meia a gente se pega dizendo que a arte imita a vida. Ou o contrário. Ou qualquer coisa assim: uma figura de retórica à qual se recorre na falta de melhores idéias. Agora estou eu aqui embatucada há horas, sem saber como definir a sensação que tive ao assistir a Novas Diretrizes em Tempos de Paz, porque o que vi no palco não foi bem uma imitação da vida, mas antes a vida recontada -- e, para isso, não achei nenhum clichê que funcione.

Explico. Um imigrante europeu chega ao Brasil em 1946. A guerra acabou na Europa, mas a burocracia ainda não transmitiu ao inspetor da imigração as novas diretrizes em tempos de paz. Para aquela repartição pública, o imigrante vem de um país inimigo, e depende única e exclusivamente do inspetor se poderá ou não ficar no país. O inspetor faz uma proposta a Clausewitz, o imigrante: se ele conseguir levá-lo às lágrimas com suas lembranças da guerra, pode ficar.

O detalhe é que, para criar Clausewitz, Bosco Brasil inspirou-se principalmente em duas pessoas: Ziembinski e meu pai. Como Ziembinski, Clausewitz é ator e vem da Polônia; como papai, aprendeu português antes de chegar aqui. Quando explica ao inspetor Segismundo (Tony Ramos, show) porque fala português, e o que pensa da língua, Clausewitz usa as palavras que meu pai escreveu em Como Aprendi o Português e Outras Aventuras -- e que tantas vezes ouvi ao longo da vida, quando ele contava como veio parar no Brasil.

Tem mais. Dan Stulbach, o fantástico ator que representa o imigrante, fez o dever de casa tão bem que, volta e meia, Bia e eu nos surpreendíamos com as semelhanças entre os dois. Que nem existem, a não ser pelas mãos expressivas, por um certo jeito de bondade e delicadeza e, diz a Bia, por algumas inflexões no sotaque. Eu não sei dizer: nunca reparei que meu pai tivesse sotaque. Nisso, aliás, tenho a mesma experiência do Dan, filho de imigrantes poloneses, que só se deu conta de que os pais não falam um português 100% castiço quando começou a ensaiar.

Assistir a este espetáculo foi uma experiência estranha, comovente e empolgante. Novas Diretrizes em Tempos de Paz é a melhor peça que vejo em muito, muito tempo. Que tenha soado tão familiar à Bia e a mim é um pequeno milagre que só nós podemos avaliar, mas a qualidade impecável do texto, da montagem e dos atores é tão evidente para todo mundo que, ontem, Tony e Dan foram aplaudidos de pé por uns dez minutos.

Tem sido assim sempre, todas as noites.

Em São Paulo, a peça concorre ao Prêmio Shell em três categorias: autor (Bosco Brasil), ator (Dan Stulbach) e iluminação (lindíssima, do Gianni Ratto). A lotação do teatro está praticamente esgotada até o fim da temporada, mas se vocês correrem talvez ainda consigam lugar: eles têm feito sessões extra sempre que podem.

Novas Diretrizes em Tempos de Paz, direção de Ariela Goldmann -- Quinta, sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 25. Até 3 de novembro. Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipanema, tel. 2247-6946.



A Felicidade à nossa espera

Esta carta foi enviada por uma amiga portuguesa ao Claudinho, do Circulando. Todos aos Correios, amigos! Afinal, quantas chances a gente já teve de fazer a felicidade da Felicidade?

De: Filomena (Lisboa)

Venho assim de mansinho fazer-vos um pedido muito especial! Como todos sabem estive durante o mês de Agosto em Timor. Estive a trabalhar em conjunto com os professores de uma escola técnica de Dili e tudo o que vos possa dizer não vai conseguir dar-vos uma idéia (nem sequer aproximada) do que por lá vivi nesses 30 dias!

... Mas o que vos venho pedir hoje tem a ver com uma nova amiga que fiz em Timor, a Felicidade!

Felicidade Xavier fala bem o português mas tem alguma dificuldade na escrita e na leitura porque tem pouco acesso a livros, revistas... e também porque até agora nunca teve oportunidade de escrever em português (fala e escreve a língua indonésia e o tétum timorense e percebe alguma coisa de inglês).

Este ano vai iniciar uma etapa importante da sua vida, porque entrou na universidade. Vai fazer o curso de Relações Internacionais e, um dia, há-de ir trabalhar para a embaixada de Timor em Portugal.

A Felicidade tem o sonho de vir conhecer Portugal [e, quem sabe, como os portugueses, descobrir o mundo sem fronteiras]; mas, dadas as circunstâncias, esse sonho não se irá concretizar nos tempos mais próximos.

Vai daí lembrei-me de que podíamos dar-lhe a conhecer o nosso País através de imagens, postais ilustrados!

Logo a seguir entraram vocês em cena... porque assim, além de imagens, vai ter oportunidade de "conhecer" novos amigos. Boa idéia, não acham?

Já que estão todos de acordo só falta mesmo dar-vos o endereço da Felicidade:

Felicidade Xavier
"Casa Filomena de Assis"
Estrada das Madres
FATU-HADA
DILI
TIMOR-LESTE


Agora é só escolherem uma imagem bonita da vossa região, rabiscarem umas palavrinhas (em letra de imprensa, de preferência) mencionarem o meu nome (Filomena, estão lembrados?) e podem ter a certeza que vão fazer muito feliz uma pessoa que apesar de se chamar Felicidade não teve ainda muitas oportunidades de a sentir.

A minha amiga Felicidade perdeu muitos amigos, perdeu muitos familiares e, quando regressamos, chorou porque nos ia perder também... Eu tentei explicar que não era verdade, que apenas ia deixar de nos ver e que, pelo contrário, tinha ganhado vários amigos; mas acho que isso não a deixou muito conformada. Por isso, tenho a certeza que vai ficar imensamente feliz quando receber os vossos postais.

PS: claro que podem falar desta idéia aos vossos amigos de outras regiões do País, de outras partes do mundo... Vamos inundar o posto de correios de Dili de postais enviados pelos amigos da Felicidade!

13.10.02



Nesta rua, nesta rua
tem um bosque...











Primavera na Lagoa, hoje à tarde, by Bia.


Educação Open Source

OpenCourseWare: uma iniciativa sensacional do MIT, disponibilizando na web o piloto de um projeto de educação open source. Quer dizer -- em breve, todo o material de pesquisa e ensino do instituto estará na internet, à disposição de quem queira utilizá-lo. Gratuitamente.

-- Esperamos que a idéia de compartilhar material didático se propague através de várias instituições e crie uma rede global de conhecimento que melhore a qualidade do aprendizado e, conseqüentemente, a qualidade de vida no mundo inteiro, -- escreveu o presidente Charles M. Vest na página de apresentação. -- Estamos abrindo este piloto ao público para comentários e feedback. Ele contém uma amostra dos cursos do MIT, e oferece uma primeira prova do conteúdo e do design do OCW. À medida em que formos trabalhando para chegar ao meio mais eficaz de fazer do OCW uma fonte de recursos valiosa para os que o utilizam, iremos acrescentando novos cursos, até que virtualmente tudo o que temos no MIT fique disponível.

Taí: acho isso simplesmente emocionante.


Muito bom!

Freddy Bilyk, do 168 Horas, escreve para Duda Mendonça e Nizan Guanaes. Imperdível -- sobretudo para os dois que, provavelmente, nem vão tomar conhecimento das cartas. Pena.




As notícias andam rápido... e vão todas pro baile!


Um break no trabalho...

Peguei este questionário no Mostly Music; o Tom pegou ele da Elis.

1 - Que horas são?
R: 1:16
2 - Nome e apelido.
R: Cora.
3 - Quantidade de velas no teu último bolo de aniversário?
R: Uma, daquelas bem birutas... (he he he)
4 - Furos nas orelhas?
R: Sim.
5 - Tatuagens?
R: Nope.
6- Já foi à África ?
R: Não.
7 - Já se embebedou?
R: Não bebo...
8 - Amou tanto alguém que chorou muito por ela/ele?
R: Uia...!
9 - Já esteve envolvido em algum acidente de carro?
R : Há tantos anos que nem lembro mais.
10 - Prefere pregos ou cachorros quentes?
R: Pregos; de preferência em Lisboa, ó pá.
11 - Peixe ou carne?
R: Camarão é peixe?
12 - Sprite ou Seven UP?
R: Guaraná Diet.
13 - Cerveja ou Champanhe?
R : Champagne (bom, eu não disse que nunca bebo...)
14 - Café ou chá?
R: Café!
15 - O copo é metade cheio ou metade vazio?
R: Metade vazio.
16 - Lençóis de cama lisos ou estampados?
R: Lisos. Ou com estampas bem delicadas.
17 - Cor das meias?
R: Discretas.
18 - Lugar onde te beijem?
R: Depende de quem beija...
19 - Feriado favorito?
R: Odeio feriados.
20 - Canção que estás a escutar neste momento?
R: Why Can't the English?, de My Fair Lady.
21 - Flor(es)?
R: Todas.
24 - Tom ou Jerry?
R: Garfield.
25 - Disney ou Warner Bros?
R: Pixar.
26 - Restaurante de comida rápida?
R: Lamas.
27 - Quando foi a tua última visita ao hospital?
R: No começo do ano.
28 - De que cor é o carpete do teu quarto?
R: O piso é de cerâmica.
29 - Como chamava o teu ursinho de pelúcia?
R: Hmmm... será que eu tive ursinho? Não lembro.
30 - Quantas vezes foi reprovado no exame de condução?
R: Uma. No psico-teste. (Sério!)
31 - Como se vê daqui a 10 anos?
R: Dez anos mais velha, na melhor das hipóteses.
32 - De que pessoa recebeste este questionário?
R: Do Tom, que pegou na Elis.
33 - Quem dos teus amigos vive mais longe?
R: Lynn.
34 - O melhor amigo?
R: Bia.
35 - Hora de Dormir?
R: O que é dormir?
36 - Quantas vezes deixas tocar o telefone antes de atenderes?
R: O tempo necessário pra secretária eletrônica atender.
37 - O que tens debaixo do mouse do computador?
R: Quase sempre um gato que subiu na escrivaninha.
38 - CD?
R: MP3.
39 - Pior Sentimento do mundo?
R: Indiferença.
40 - Melhor sentimento do mundo?
R: Amor.
41 - O primeiro pensamento que tens ao acordar?
R: Mas já...?!
42 - Se pudesse ser outra pessoa quem seria?
R: Katherine Hepburn, há 50 anos. Ou um gato, sempre.
43 - O que é que tens debaixo da cama?
R : Gatos, claro. E em cima também.
44 - Que horas são?
R: 1:30.


12.10.02



Mil desculpas...

... é o que peço aos amigos a quem estou devendo emails, alguns há séculos, e que têm sido anjos de paciência com a minha falta de cortesia! Meninos, mil perdões, mesmo, de verdade -- mas mal estou dando conta do trabalho! Embolou tudo! Prometo responder a todos, assim que terminar umas coisas $uper urgente$, OK?

Enquanto isso beijos, beijos, beijos -- e muito obrigada pela compreensão e pela paciência. Espero que vocês não me cortem de vez dos seus caderninhos de endereço...




Ligações Felinas

Este é o Juca, no colo da Bia. Ele é filhote da gatinha da mãe do Rodrigo Belchior, e agora mora com a Patrícia Kogut.








Blog!



11.10.02



Na mailbox do Globo

Acabo de receber. O leitor existe, por incrível que pareça, e dá nome, endereço, número de telefone, o escambau...

"Recentemente cometi o erro de comprar cds piratas e um site de na internet, um grave erro! Um dos cds chegou defeituoso e quando reclamei algum tempo depois, me responderam com palavrões e duvidaram que eu tivessee feito o pedido. Será que não há nada que se possa fazer contra estas empresas ilegais que atuam na internet?"


Quem vê piercing não vê coração

Meu primeiro homem

Eu não tenho idéia de que tradução daria a “My first mister”, título original deste filme — mas certamente não seria “Meu primeiro homem”, que não tem nada a ver e, ainda por cima, dá uma idéia completamente errada da história.

O “mister” em questão é Randall (Albert Brooks), de 49 anos, um sujeito tão arrumadinho e quadrado quanto as roupas da loja para executivos em que trabalha; e quem se refere a ele é Jennifer (Leelee Sobieski, a Ruby da “Casa de vidro” — irreconhecível), de 17 anos: dark, tatuada, descabelada e desencantada, cheia de piercings, uma espécie de Clarah Averbuck de celulóide (Clarah, para quem não sabe, faz o ótimo blog Brazileira!Preta). Duas pessoas completamente diferentes, certo?

Nem tanto... Quando os dois se encontram pela primeira vez no shopping elegante onde ela vai procurar trabalho, a reação de Randall é previsível: ele fica horrorizado com aquele ser estranho, que obviamente não tem lugar no seu mundinho bem arrumado, e a põe da porta para fora. Mas ela não vai muito longe: senta-se desconsolada num banco do lado de fora, onde ele pode observá-la com mais cuidado, e perceber que há uma coisa qualquer que o atrai naquela garota esquisita — e ele lhe oferece um emprego no estoque, onde ela pode ficar convenientemente escondida dos seus clientes conservadores.

É a partir daí que vamos descobrindo que, apesar das aparências, Randall e Jennifer têm, no fundo, muito mais em comum do que se poderia pensar à primeira vista. Os dois são pessoas carentes e solitárias, sem amigos, bem menos auto-suficientes do que gostariam de ser. Logo tornam-se íntimos e, aos poucos, as características de um atuam sobre o outro, na convergência possível entre realidades tão diversas: ela vai ficando menos agressivamente gótica, ele menos obsessivamente bem-comportado — e algo mais do que uma bela amizade começa a surgir na tela.

Estamos diante de dois tremendos atores mas, infelizmente, também de uma diretora (Christine Lahti, vencedora do Oscar de melhor curta em 1996, por “Lieberman in love”) que, talvez inibida pelo clima politicamente correto dos Estados Unidos, não ousa levar um tema ainda tabu às suas últimas conseqüências.

Jennifer ama Randall e Randall ama Jennifer, mas...

Pronto, pois é, lá vem aquela conjunção adversativa que estraga tudo! A moça é dimenor, e convém não dar ao enredo a sua conclusão lógica. É aí que a fórmula, tão perfeitinha até o momento, desanda como um suflê que teve um encontro fatídico com uma corrente de ar: o filme dá uma virada dramática, não só inesperada como desnecessária, e passa a manipular descaradamente os sentimentos do espectador. Que pena — e que bobagem! Teria sido tão mais divertido e interessante assistir a um final diferente, a uma verdadeira comédia romântica... Do jeito que é, “Meu primeiro homem” está mais para tragédia romântica, se é que isso existe. Ainda assim, é melhor do que a média do que se vê por aí, e vale o ingresso.

(Megazine, O GLOBO, 09.09.2002)

10.10.02



Dirigível

Pessoal, antes de detonarem o dirigível que d. Rosinha vai desativar, leiam o que o Xico Vargas escreveu:

"O Rio de Janeiro enterrou nas urnas o projeto de segurança pública mais próximo do ideal com que um dia sonhou. Com ele, em poucos meses de um governo de penúria financeira, Benedita botou no xadrez um punhado de traficantes, fiscalizou vazamentos de óleo na baía de Guanabara, mediu as invasões nas reservas florestais da cidade, mapeou os pontos de venda de tóxico dos morros e, pela primeira vez, reuniu num só lugar todas as informações que interessam à segurança do estado. De quebra, materializou no combate ao crime as duas teses que nos últimos anos mais criaram discussão e arrepio quando sugeridas: a participação das Forças Armas e a unificação das polícias.

Fez isso com um programa chamado Olho no céu, cuja ponta mais visível é o dirigível Pax Rio, que 18 horas por dia sobrevoa um círculo com raio de 60 quilômetros sobre a cidade. Na verdade, o olho não está no céu, mas em terra. No prédio da secretaria de Segurança, numa sala oculta sob a sigla Cosi – Centro de Operações de Sistema Integrado. Ali, monitores de TV, computadores e equipamentos de rádio e telefonia recebem, transmitem e processam todas as informações e providências sobre segurança disponíveis no estado." O resto está aqui.


Tá tudo dominado

Acabar com o dirigível... desativar os bloqueadores de celulares nos presídios... e ela ainda nem tomou posse.

(Mas também pode ser uma estratégia para aumentar o índice de religiosidade no estado! A essa altura, já tem até ateu rezando.)


Retrato falado já era...

Agora o lance é o retrato montado: é muito gozado, mas prepare-se para perder um bom tempo por lá... É um brinquedinho viciante!


Blog!



Consulta às bases

PessoALL, por falar em KaZaA: estou tendo um problema esquisito com o Lite: está quase impossível baixar uma música completa, de ponta a ponta, apesar de conseguir boas velocidades de conexão. Ao mesmo tempo, a galera também está tendo dificuldades de subir músicas daqui. Nesta máquina estou rodando XP, e tenho uma conexão Velox.

Pergunto:

-- Isso tem sido geral?
-- Alguém tem alguma dica de configuração?
-- Ainda não experimentei o Xolox nem o MediaSeek, alguém já usou? Que tal?
-- Alguém tem sugestão legal além do KaZaA Lite ou do WinMX?

9.10.02



KaZaA, o inatingível

Notinha descaradamente roubada do Cat:

Segundo o New York times, depois de matar o Napster, a RIAA (Recording Industry Association of America) está processando o KaZaA. Mas a galera está morrendo de rir, pois o KaZaA está ao mesmo tempo em toda parte e em lugar nenhum.. A firma distribuidora, a Sharman Networks, está constituída em Vanuatu, uma ilha no Pacífico Sul, sendo gerenciada a partir da Austrália. Os servidores ficam na Dinamarca e ninguém encontra a equipe de desenvolvimento. Como não dá para aplicar a lei americana além das fronteiras, perduram os impasses das jurisdições e das soberanias. E, nesse meio tempo, a turma faz a festa. (Carlos Alberto Teixeira)


Pega ladrão!

Roberto Berliner manda avisar:

--- corte aqui ---


Meu IBOOK foi roubado, é um IBOOK GRAFITE, G3, SE 300 esta cheio de arquivos relativos a TV ZERO.

Tem instalado o software do VISOR (PALM), Sistema MAC OS 9.1, e programas básicos.


--- corte aqui ---


Se alguém souber de algum malandro vendendo um IBook duvidoso, por favor entrem em contato com a rapeize de lá. Essas coisas são revoltantes.

(Tá no Chacundum)


Vamos partir pra outra?

Caramba, como rendeu este papo! Apóio a idéia do Cremilson, de criar um site para que a discussão sobre a fusão (ou desfusão) fique no ar; no mais acho que, para um único blog, o debate foi de ótimo tamanho.

Para mim, uma coisa muito positiva foi descobrir como a galera mais nova, que não tinha uma idéia clara do que aconteceu em 1975, passou a se interessar pelo assunto e a tomar posição. Contra ou a favor, mas mais consciente, afinal, de um episódio da História recente do Brasil.

Como uma espécie de ponto (não final, porque desconfio que isso ainda vai dar panos pras mangas mesmo aqui no blog), fica a tabela que a Andrea Helena e o Giovane Quintaes, do IETS (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade) fizeram, com dados da PNAD/IBGE, comparando a proporção de pobres entre o estado e a região metropolitana do RJ.

"Criamos uma tabela resumo, -- escreveu a Andrea. -- Mas seguem todos os indicadores originais para qualquer conferência. Os dados foram rodados no SAS (Statistical Analisys System). Os números não mentem jamais e só ratificam o teu comentário de que 'a maior parte da população de baixa renda do estado mora na área metropolitana do Rio'. Peço-te apenas que não faças nenhuma comparação com os dados do ano de 2001, porque a ponderação é diferente (devido ao Censo). O melhor é olhar os números até 1999."

Para quem quiser ir nos números, a tabela está aqui (na janela de diálogo, cliquem em abrir), e acho que acaba de vez com a falsa percepção, que alguns tiveram, de que a desfusão seria um movimento de ricos versus pobres, chiques versus bregas. A gente nem precisa ir tão fundo: a Rocinha, que é possivelmente a maior favela do Brasil, fica logo ali, em São Conrado -- e não podia ser mais carioca.

E vamos em frente, que atrás vem gente.


Pra quem ainda acha que essa discussão é nova...

Saudades da Guanabara

(Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro)

Eu sei
Que o meu peito é lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão (eu sei...)
Chorei
Com saudades da Guanabara
Refulgindo de estrelas claras
Longe dessa devastação (...e então)
Armei
Pic-nic na Mesa do Imperador
E na Vista Chinesa solucei de dor
Pelos crimes que rolam contra a liberdade
Reguei
O Salgueiro pra muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar (Brasil)
Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro
Três por quatro da foto e o teu corpo inteiro
Precisa se regenerar
Eu sei
Que a cidade hoje está mudada
Santa Cruz, Zona Sul, Baixada
Vala negra no coração
Chorei
Com saudades da Guanabara
Da Lagoa de águas claras
Fui tomado de compaixão (...e então)
Passei
Pelas praias da Ilha do Governador
E subi São Conrado até o Redentor
Lá no morro Encantado eu pedi piedade
Plantei
Ramos de Laranjeiras foi meu juramento
No Flamengo, Catete, na Lapa e no Centro

Pois é pra gente respirar (Brasil)
Brasil
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar

(Gravado pelo Moacyr Luz no CD Vitória da Ilusão)


Crivella

Tirei a msg do Crivella daqui porque, nos comentários, a questão inicial (fusão ou desfusão) foi deixada de lado, e começou a dar lugar a uma verdadeira guerra religiosa. Aí não dá. Acho que cada um deve se entender com Deus à sua maneira, e deixar que os outros o façam também. E pronto.

8.10.02



Show de bola!

Cheguei de São Paulo ainda há pouco, e só agora terminei de ler todos os comentários. Agradeço, em primeiríssimo lugar, ao Cremilson, que foi um fabuloso moderador: sempre calmo, bem informado, dando uns toques quando necessários mas, no mais das vezes, dando sobretudo uma bela aula de história e de civismo. E agradeço também a todos os que contribuíram para o debate construtivamente.

Com construtivamente quero dizer que trouxeram argumentos: contra, a favor, muito antes pelo contrário. Acho que o saldo dessa discussão está sendo extremamente positivo, nem que seja para demonstrar que, quando a gente se expressa com civilidade e cortesia, pode ir bem longe, ainda que tenha pontos de vista radicalmente opostos.

A questão da fusão pode não ser o mais importante dos temas na agenda nacional, mas é, acreditem, um espinho atravessado na garganta de todo mundo que, um dia, foi carioca ou fluminense. Um espinho que nos foi cravado na goela por um sistema totalitário, e que a sociedade civil nunca pode estudar, debater, analisar. Muito menos arrancar de onde está.

É possível até que seja tarde demais para isso, e que esta seja uma mágoa (porque é, sim, uma grande mágoa para quem viveu aquela época) que a gente tenha que carregar para sempre. Não será a menor, nem a única. Mas até para pôr isso em panos limpos é preciso que a gente tire o assunto da gaveta, espane, dê opiniões.

Alguns pontos que acho importantes:

Não foi à toa que o assunto nasceu da vitória daquela senhora. Sim, é provável que, se a Benedita tivesse sido eleita, nenhum de nós que mantemos blogs no que era o Rio pensássemos sobre o assunto justo agora; por outro lado, o que estariam dizendo os blogs do antigo Estado do Rio, onde a sua (dela) votação foi avassaladora?

O fato de estarmos de luto e inconformados com o resultado das eleições (eu, pelo menos, estou) não quer dizer que a gente não aceite este resultado. Ninguém aqui falou em impugnar as eleições, ou em detonar a pseudo-teocracia a que estaremos sujeitos daqui pra frente: isso sim, seria anti-democrático.

Agora, faz parte do jogo aceitar também a grita dos descontentes, ora! Não é porque a maioria elegeu aquela senhora que vou mudar de opinião a respeito dela, do seu marido e do que eles representam em termos de retrocesso para todos nós. Chama-se a isso jus esperneandi, ou seja, o direito de espernear.

Que é o que eu vou ficar fazendo pelos próximos quatro anos...


Ah, sim:

Este é um blog de idéias. Entrem, digam o que quiserem, agora, se não for pedir demais, identifiquem-se, por favor. Ou, no mínimo, deixem um email válido. É apenas uma questão de boa educação, justiça e igualdade: afinal, o meu nome, o meu email e a minha URL estão aí... Não estou escondida atrás de pseudônimo nenhum e, sinceramente, gostaria de saber com quem estou falando. Valeu!

Update: Olha, gente, falando sério -- vamos evitar baixar o nível! Argumentos contra e a favor da fusão existem aos montes. Ninguém precisa entrar xingando ninguém, até porque discussão que se ganha no berro não se ganha. Um mínimo de educação é bom, e não mata ninguém.


Recado pro Mr. Manson

Não se trata de achar que uns são "burros"e outros "inteligentes" (a menos que você ache que quem escolhe Cesar Maia e Conde como prefeitos é inteligente; além disso, a área correspondente à antiga Guanabara também elegeu Rosinha); nem de achar que cariocas sabem votar, e fluminenses não. Mais provavelmente, como observou o José Fernando, uma desfusão daria à teocracia agora vigente no estado duas máquinas políticas para administrar, em vez de uma só.

O que a gente está discutindo aqui não é um separatismo gaúcho que quer cair fora do Brasil; é uma questão que vem de longe, desde quando os militares criaram a fusão na marra para dobrar as resistências da então Guanabara, tradicionalmente oposicionista. Essa fusão esvaziou politicamente, ao mesmo tempo, o Rio e Niterói, que era, então a capital do estado do Rio.

Sinto, Manson, mas cariocas e fluminenses tinham muito pouco em comum culturalmente. Não que fossem uns melhores e outros piores, ou vice-versa; eram diferentes, mesmo. Indo e vindo entre Friburgo e Rio vivi isso a vida toda. Achar que um eventual plebiscito para saber da população o que acha de algo que lhe foi imposto durante o regime militar e depois se varreu pra baixo do tapete não é anti-democrático ou elitista, pelo contrário. Seria discutir pela primeira vez, com alguma seriedade, uma herança do mesmo entulho autoritário que demoliu o Palácio Monroe.

O que é pode acontecer? Ou a galera diz sim, ou diz não. Mas se discute! Se abre a questão! Mais preconceituoso é achar que qualquer revisão da fusão é preconceituosa e elitista, até porque não é: se você prestar atenção, vai ver que, possivelmente, a maior parte da população de baixa renda do estado mora na área metropolitana do Rio.


Meu Deus! Ainda tem três cinco pessoas por aqui?! Chega de computador, gente, vamos dormir! Eu fui: pra quem fica, tchau!


Taperouge!



Para rir um pouco

Eu sei, eu sei -- é difícil rir numa hora dessas. Mas esse blog, modéstia à parte, tem uns leitores ótimos! Vejam só o que eu pesquei lá no homeminvisível:

Enquanto isso, na Fórmula 1, os dirigentes das equipes que perdem querem carregar com pesos os carros da Ferrari, para torná-los mais lentos e equilibrar os campeonatos. Se não der certo, ancorarão os carros no grid de largada, depois os forçarão a largar com apenas 3 pneus, colocarão nos carros um patrocínio da TAM, de modo a aumentar a probabilidade de defeito. E se tudo isso ainda falhar, farão com que Shumacher e Rubinho recebam ao mesmo tempo a ordem de deixar o outro passar, causando confusão mental nos pilotos, da qual todos os outros se aproveitariam para ultrapassá-los.

Se tudo isso ainda falhar, talvez eles recorram a uma medida mais drástica: trabalharem com mais competência para tentarem alcançar os Ferrari. Mas isso já seria trapaça demais, claro.
(José Antônio Fernandes)


Não beba Coca-Cola!

Chamando todos os blogues!

A Coca-Cola foi em cima da moçada do Cocadaboa, obrigando-os a mudar o logo e a suspender a venda de qualquer item com o logo antigo. Que atitude patética! Que falta de senso de humor! Além de prestar solidariedade à turma de lá, podemos fazer três coisas:

1) Comprar correndo uma camiseta para que eles não fiquem com o estoque encalhado;

2) Reproduzir o logo deles nos nossos blogs com links pra lá: o que é que a Coca-Cola vai fazer, processar todo mundo?; e

3) Claro, deixar de beber Coca-Cola, ou produtos da Coca-Cola, imediatamente.

Que bando de manés, essa Coca.

Update: Escrevi este post hoje de madrugada, antes de ler o comentário do Mr. Manson. Em que pese ele me achar gentinha, isso aqui continua valendo.


Há algum político na casa?

Como é que nós poderíamos levar adiante a idéia de estudar a sério a questão da fusão e da desfusão, apresentá-la à população, ouvir e considerar todos os aspectos contra e a favor e fazer um plebiscito? Como se fazem essas coisas na vida real?

É legal a gente poder debater isso nos blogs, mas melhor ainda seria, de fato, pôr essa questão na mesa, nos jornais, na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional. Afinal não há nada que impeça estados de se dividirem em dois, como foi feito há relativamente pouco tempo com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e Goiás e Tocantins.

Passei minha infância dividida entre Rio e Nova Friburgo, onde meus pais tinham casa. Nossos vizinhos, lá, eram de Niterói. Me lembro como ficamos todos, sem exceção, indignados com a fusão -- os adultos porque percebiam bem as implicações políticas da história, nós crianças e jovens por orgulho regional ferido. Repetindo o que acabei de escrever num comentário lá embaixo, o espírito da cidade do Rio de Janeiro não tem nada a ver, e nunca teve nada a ver, com o resto do estado.

Isso sempre foi amplamente reconhecido por todos os lados envolvidos na questão. Os fluminenses se sentiram tão injuriados em virar cariocas quanto os cariocas fluminenses.

E não é que os cariocas não errem em eleições, e não façam também as suas besteiras. Fazem sim, e das grossas. Mas a questão é a seguinte: se a cidade elegesse (como já elegeu) um Cesar Maia, digamos, azar o seu. Pagaria pelos seus pecados. O que não está direito, e está deixando todo mundo inconformado, é ter que pagar pelos pecados dos outros.

7.10.02



Desfusão: Cremilson explica

Pesquei nos comentários. Cremilson Luiz mandou muito bem!

A desfusão não é separatismo puro e simples...

A fusão foi um dos últimos entulhos autoritários de nossa história recente, montada para encilhar o eleitorado carioca, por tradição, progressista e vanguardista. Foi o atalho encontrado para manobrar a cidade-estado, via currais formados no interior.

Só queremos a cidade de volta. Mais nada...

Só queremos o direito de saber se os cariocas - como um todo - concordaram com o que nos foi imposto em 1975 e continuam donos da mesma opinião.

E, podes crer, economicamente é mais vantajoso pro Estado do Rio do que para nós, mas mesmo assim, acredito que é uma solução sim...




Enquanto isso, os Estados Unidos aperfeiçoam o seu sistema de urnas eletrônicas para as próximas eleições...




Lembram do Estado da Guanabara? A Andrea Helena acaba de me mandar a nossa bandeira e o nosso hino. Maiores informações aqui.

CIDADE MARAVILHOSA

André Filho

Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil

berço do samba e das lindas canções,
que vivem n’alma da gente.
És o altar dos nossos corações
que cantam alegremente.

Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil

Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade,
Ninho de sonho e de luz

Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa, coração do meu Brasil

Ref.: Lei n. 5, de 25.08.1960; Lei n. 488, de 27.10.1964


Já o Pedro Dória mandou isso:



Tá, gente. Eu sei que não é exatamente uma solução. Que há outras saídas mais viáveis, como voto distrital, por exemplo. Mas fica aqui como desabafo. E uma idéia. Talvez não seja exatamente uma solução, mas... como lembrou o Pedro, no comentário menos pessimista -- ambos abaixo da proposta do Cremilson -- talvez esteja na hora de começarmos a discutir isso a sério.





Help!

Alguém tem o símbolo do antigo Estado da Guanabara? Em tendo, poderia mo (ha!) enviar? Agradeço!


Bem...

Os americanos elegeram o Bush; os franceses tiraram o Jospin do páreo... será que serve de consolo, ou só piora a situação?

(Esta é, claro, uma pergunta retórica. Não precisa de resposta. Não pode haver nada pior no (e para o) mundo do que Goerge W. Bush.)


Apoiado!

Estou com o Cremilson Luiz, do Pé Sujo, que escreveu este comentário lá embaixo:

"Tou lançando o movimento desfusão já! Quero o estado da Guanabara de volta!!! Ou vcs acham que nós teriámos, normalmente, eleito esses cancros políticos (crivela, garotinho, rosinha, etc...) se estivéssemos sozinhos?! Ao estado do Rio, os royalties do petróleo, aos cariocas, a Cidade de S. Sebastião!!!"

É isso aí.


A festa dos pequeninos

Ainda em clima de exaltação cívica, usuários e desenvolvedores de aplicativos para handhelds - os populares Palms ou PDAs, conforme o gosto do freguês - reúnem-se hoje e amanhã, em São Paulo, para a segunda edição do PDA Show & Conference 2002. Como diz o nome, este é um encontro que celebra os pequeninos, os micrinhos de mão que, aos poucos, tornaram-se ferramentas indispensáveis na nossa vida digital. Só para dar uma idéia: segundo um estudo divulgado pela Dataquest, o mercado de computadores de mão terá um crescimento de 14,6% até o final de 2002, na América Latina. Considerando-se a situação econômica da região, e o adiantado do ano, é coisa paca.

De acordo com os organizadores, o PDA Show 2002 será um "evento ecumênico", aberto a todas as plataformas e sistemas operacionais. Misturando palestras técnicas com depoimentos de heavy users (entre os quais a vossa colunista), o PDA Show será palco de lançamentos de programas e produtos. Os mais esperados são a série H3900, da HP, e o Zire, mais novo membro da família Palm.

Por falar em Palm, aliás, também de acordo com a pesquisa Dataquest, a empresa verificou um aumento em sua participação de mercado na AL de 59,2%, no segundo trimestre de 2001, para 68,4%, no trimestre passado. O estudo revela ainda que concentram-se no Brasil cerca de 31% das vendas de PDAs na região. Se a gente acrescentar a isso as maquininhas que vêm clandestinas na bagagem de quem viaja...

O PDA Show & Conference 2002 vai ao ar das 9h às 19h, Hotel Sofitel São Paulo (Rua Sena Madureira 1.355, Ibirapuera). A entrada é franca e, para participar, basta se cadastrar pelo site. Maiores informações sobre as palestras podem ser obtidas no site, ou pelo telefone (011) 3224-0053, com a Camila.

Ah, sim: eu vou falar na terça, às 15h, sobre a minha relação romântica com o Clié NR70. O título da palestra é "Vida a dois".


ARGHHHHHHHH!!!

Ontem (quer dizer, hoje) fui dormir às cinco, toda feliz, pensando no embate Rosinha x Bené, e no que a gente poderia fazer para o segundo turno.

Acordei ao meio-dia, com a Bia me telefonando lá da Caras me dando a notícia em que não acredito até agora.

Eu sei, tá lá no site do jornal.

Até já vi aquela coisa falando na televisão.

Com aquele marido, e aquele vice.

Continuo não conseguindo acreditar.

A gente não merece.


SEM PALAVRAS




Para Lady Averbuck e Joo




Gente, isso é muito engraçado! Achei aqui, por recomendação do Matusca.