31.1.02





Longe deste insensato mundo

A dica é da Forbes (por supuesto...), para quem quer curtir à altura o Valentine's Day, dia dos namorados lá deles; mas cai como uma luva para quem quiser se adiantar um pouco na data (14 de fevereiro) e fugir do carnaval carioca em grande estilo: pacote para namorados no Palazzo do Hotel Bauer, em Veneza.

Tá. Como se se dizia antigamente, excussez du peu: aquela cidade, aquela vista, aquele hotel, aquelas camas com aqueles lençóis deslumbrantes... e, de quebra, vaso de flores, cesta de frutas e champagne geladinha no quarto, mais massagens para dois, passeio de gôndola e jantar no restaurante do hotel, em pleno Canal Grande... e uso à vontade do fitness center e de sua jacuzzi a céu aberto, para quem, depois disso tudo, ainda tiver disposição sobrando.

A romântica brincaderinha sai a €720 por noite, e o hotel exige permanência mínima de duas noites. Para quem está achando que a esmola é demais (o Palazzo do Bauer custa até mais do que isso, sem metade das frescuras, durante a alta temporada) informo: em fevereiro faz um frio do cão em Veneza, semelhante, em desconforto e insuportabilidade, ao nosso verão aqui do Rio.

Mas, para quem quer mesmo ficar debaixo das cobertas...




Olhem que lindo!!!
Ganhei da Meg!

30.1.02




Bloghemia, aqui me tens de regresso...


(Vocês não vão se livrar dos detalhes...)

O mais importante: fiquei muito comovida com as demonstrações de carinho que vocês todos me deram aqui nos comentários e no livro de visitas.

Espero jamais ter que retribuir... ;-)

27.1.02




E, com essa, este vosso blog entra em recesso.
Novos posts assim que os médicos deixarem, a saúde permitir e Deus for servido.

Até lá!





Usando o feitiço contra o feiticeiro



Você anda preocupado com o tipo de figurinha que freqüenta o seu computador? Desencane! Depois da busca por vírus on-line, já oferecida a todos os internautas por empresas como a Symantec ou a Panda, chegou a vez da busca por arquivos suspeitos, que dá uma geral no disco e entrega toda e qualquer coisa que possa ser minimamente desabonadora para uma máquina de família -- ou, pior ainda, de escritório.

Este serviço de limpeza é feito por um sistema chamado ContentAudit ("Nós informamos. Você decide."), que se apresenta como Inimigo Público da Pornografia On-line, sobretudo a subliminar, aquela que chegaria ao seu computador através de manobras ardilosas:

"Os sites adultos, como aqueles usados pelos pornógrafos, estão entre os marqueteiros mais agressivos da internet, e podem infiltrar conteúdo no seu computador sem o seu conhecimento ou consentimento" -- explica o FAQ do CA. -- "A maior parte deste material se aloja em cookies ou arquivos ocultos. Isso pode chegar ao seu computador de diversas maneiras. As mais comuns são através do 1) recebimento de e-mail; 2) da conexão à internet; 3) do download de aplicativos da rede; e 4) da instalação de programas."

O ContentAudit faz, naturalmente, um estardalhaço enorme a respeito dos perigos da internet, esta selva selvagem em que tantas e tantas criancinhas inocentes já se perderam.

"Seus filhos podem não se dirigir intencionalmente a um site de pornografia, mas inocentemente chegar a um deles. E, uma vez lá, será difícil sair, já que esses sites são freqüentemente interligados entre si, assim prolongando a exposição das crianças ao seu conteúdo."

Sim, claro, claro.

O CA trabalha conferindo arquivo por arquivo a partir de uma base de 500 palavras perigosas: adult, porn, warez, sex... por aí vai. Os arquivos questionáveis são listados, para que você possa se desfazer deles rapidinho, antes que sejam encontrados pelo chef... digo, pelas crianças.

Quando estive lá, às 4h07 do dia 27 de janeiro, 19,694,541,695 arquivos já haviam sido vistoriados mundo afora e, deles, 100,151,064 eliminados. A verificação da máquina é grátis, mas para ver e eliminar no ato o material suspeito é preciso comprar o software, que custa US$ 19,95.

Esta, porém, é uma despesa da qual, na minha modesta opinião, todos podemos nos poupar tranqüilamente. O ContentAudit diz que, pelas suas estatísticas, um PC típico contém cerca de 28 mil arquivos; deles, cerca de 230 são considerados questionáveis e, destes, 11% costumam ser, efetivamente, "perigosos". Ou seja, 25 arquivinhos de nada. Grandes coisas!

Dos 247 itens malsãos encontrados entre os meus quase 40 mil arquivos, a maioria é de uma inocência que até depõe contra mim: um artigo chamado "O homem ilustrado" foi indigitado por esconder lust; uma crítica que minha irmã escreveu sobre uma gravação das sonatas de Léclair para flauta, violino e baixo contínuo foi censurada por causa da palavra climax; a falecida revista Suck.com, que eu tanto amava, e cujas edições chegadas à minha mailbox ainda guardo com carinho, foi responsável por mais de uma centena de admoestações, bem como a correspondência recebida do FuckedCompany, excelente site que vem acompanhando minuciosamente o estouro da bolha das ponto.com.

Isso para não falar numa foto de dois dos gatinhos que intitulei, inocentemente, "Assim ou Assado" -- mas que o CA, obviamente, leu como Assim ou Assado.

Moral da história? ADOREI o ContentAudit! Graças a ele pude reencontrar o endereço de um utilíssimo site de warez que eu não sabia mais onde tinha posto, e a URL da página que um dos fãs do Cruz (o sensacional ilustrador do Cat) criou no Yahoo, e que atende pelo sugestivo nome de sexybraziliancomicbabes...

Recomendo!

26.1.02




Zero para o Terra

Durante algum tempo, fui usuária do Terra. Isso era necessário porque eu contratei o Velox, DSL da Telemar e, na época, o Terra era o único provedor que trabalhava com o Velox. Detestei de saída a forma de cadastro do serviço, que só me permitia acessá-lo como Rio1005952 (bem fácil de decorar, né?) mas, apesar disso, convivemos sem incidentes até que, há cerca de dois meses, o cartão de crédito do qual eram debitadas as mensalidades venceu e, conseqüentemente, uma delas foi para o espaço.

Recebi o aviso do Terra, e prontamente entrei com um novo número de cartão na página de administração da minha conta. Simples, não? Não. Enfaticamente NÃO. O pagamento da mensalidade vencida tem que ser feito através de boleto bancário. Que tem que ser impresso.

Uh? Boleto? Impresso? Diga isso a um notebook solto no mundo...! Por que boleto bancário? Por que não aceitar o bendito cartão?
Telefonei para o suporte, onde fui atendida por uma afável máquina que me ofereceu diversas opções que, por sua vez, me ofereceram diversas outras opções. Não havia humanos disponíveis no momento.

Deixei para resolver depois. Enquanto isso, como a nova mensalidade estava OK, achei que podia viajar e resolver a parada assim que voltasse. Nada pior do que uma multa poderia me acontecer em dois meses, certo?

Errado.

Quando voltei, meu acesso à Internet estava cortado. OK, isso é o que acontece a usuários inadimplentes. Fiz uma conexão discada através do ISM, que continua sendo o meu provedor favorito (e que agora, felizmente, já tem Velox), e fui checar a minha correspondência através do webmail do Terra, para onde estavam sendo encaminhadas as minhas mensagens.

E foi aí que descobri que o Terra não é apenas burocrático e complicado. É também, e principalmente, ruim, muito ruim. No sentido “perverso” da palavra. Vá lá que, para se defender de usuários inadimplentes (ainda que pagantes) um provedor corte-lhes o acesso. Vá lá (até!) que os impeça de enviar e-mails até que regularizem sua situação. Mas impedir alguém de ver o e-mail que lhe foi legitimamente enviado é um comportamento feio, impiedoso, desumano e, possivelmente, criminoso.

Tenho certeza de que o Terra haverá de ter mil razões contábeis e “legais” para se justificar. Não me interessam. Um provedor de serviço internet tem uma função social da maior importância, e NÃO PODE tratar dessa forma os seus usuários. Muita gente depende de correio eletrônico para viver.

As minhas mensagens, naturalmente, estavam a salvo na Well, onde sou feliz há mais de dez anos -- e onde, uma vez, por uma confusão de cartão semelhante, passei vários meses sem pagar a conta sem que nada de mal me acontecesse: afinal, eles me conhecem, e eu conheço eles.

Quanto à minha conta no Terra, foi oficialmente encerrada, apesar da amabilidade e da compreensão manifestadas pela atendente (humana!) assim que soube que o Terra não veria mais a cor do meu dinheiro.

Olha aqui, ó Terra, amabilidade e compreensão a gente dá mostrando respeito consistente ao usuário!

Sinto, mas vocês não passaram no teste.

O Globo, 28.01.02 -- é isso mesmo, vocês estão lendo antes de todo mundo!



Nada...
Caos...




Mais uma tirinha que o Tip (agora em nova encarnação) descobre, eu vou e roubo...



Paulistas, help!

Acabo de receber este e-mail:

Ajude-me por favor, preciso saber como encontrar ajuda para alguns gatos em São Paulo... vc pode me indicar alguma sociedade protetora... tem cães tb... e vivem sofrendo.... vc conhece algum órgao em Sào Paulo que eu possa contatar?
agradeço
Bjos
pat


Eu sou totalmente ignorante de SP; há alguém aí que possa dar este help animal básico à Patrícia? Se houver, por favor mande um e-mail pra ela com as coordenadas...

Valeu, alguém!



É isso aí!

Recomendação do Mario AV não tem erro: por exemplo, esta entrevista do Tom-B ao EyePunch:

EyePunch. Hoje, fala-se muito em regulamentação do Design, necessidade ou não de formação acadêmica, conceito x ferramenta, etc. Dê sua opinião neste campo minado.

Tom-B. eu acho que: 1. regulamentação é curral, serve pra gado; 2. curso é o pior lugar pra se aprender alguma coisa; 3. o conceito deve ser formalizado depois do trabalho ficar pronto, de preferencia depois do autor morrer; 4. é fácil treinar um macaco pra usar o computador.


Matou a pau! Para quem não sabe (há ainda alguém que não saiba disso no mundo conectado?), o Tom-B é um ilustrador totalmente da pesada (vide pingüins acima). O resto do papo está aqui, devidamente pescado para vocês.

25.1.02




Sem comentários II



Um dos papos recorrentes em relação à internet é a pouca disposição manifestada pelos usuários de pagar pelos serviços que consomem. Eu não estou tão certa disso. Minha impressão é que as pessoas não pagam pelo que não precisam, mas não se importam em pagar pelo que de fato apreciam e acham necessário -- uma vez que o preço seja razoável.

Um exemplo: durante uns tempos, o New York Times fechou as porteiras a quem não fizesse assinatura do seu serviço on-line. Eu, que adoro o NYT e era leitora assídua, fiquei sentidíssima, mas disse adiós sem maiores traumas, e continuei lendo o Mercury News, o SF Chronicle e o Los Angeles Times na santa paz. Tanta gente pensou assim que, rapidinho, o NYT voltou atrás, e partiu para um sistema mais inteligente de captação de recursos: venda de material do arquivo. Claro: quem precisa de uma matéria antiga paga sem chiar os U$ 2.50 pedidos (como eu mesma já paguei algumas vezes). Mas há uma grande diferença entre precisar de material de arquivo, e apenas ter vontade de ler o jornal.

O princípio que está por trás da tese do internauta não-pagante me parece semelhante aos cálculos da indústria de software, que acha que todo usuário de cópia pirata é, em tese, um elemento pagante. Sem chance. Eu gosto muito do Thumbs Plus, para dar mais um exemplo pessoal, mas não chego a gostar os U$ 79,95 que a Cerious pede; já do Eudora estaria disposta a gostar até mais do que os U$ 49,95 do afeto comprovadamente demonstrado via Amex.

Foi este tipo de afeto que me levou a tirar o banner de cima deste blog. Aqueles banners não me irritavam (eles estão entre os mais toleráveis do ciberespaço), mas acho apenas justo dar uma força à galera do Blogger e do Blogspot. Da mesma forma, estaria disposta a demonstrar o meu carinho e (razoável) gratidão a um sistema de comentários que não nos deixasse na mão.

Vocês também não estariam?

E, com esta pergunta, o internETC. orgulhosamente inaugura um novo feature...



Sem comentários

Gente, não sei mais o que fazer em relação à questão dos comentários. Aliás, saber sei sim; mudar o blog de vez para um servidor de verdade, que me permita manter os comentários lá quietinhos, com backup e tudo, como manda o figurino. É demais a gente querer que um sistema gratuito, mantido graças à abnegação de um ou outro Bom Samaritano, funcione sem falhas. Banda custa caro, provedor de serviços não é entidade sem fins lucrativos e... bom, o resultado é o que a gente está vendo agora com o Fala Sério, mas antes já viu com o Reblogger e com o Snorland.

Isso será resolvido em breve, prometo. Sei que venho dizendo isso desde o ano passado, mas é que as coisas se complicaram para o meu lado: vou ser operada na próxima segunda-feira, então imaginem que não tenho tido propriamente calma e disponibilidade para cuidar deste assunto.

(A operação é a retirada de um mioma e, en passant, do útero que o cerca; não é nada sério -- dizem! porque não é neles, né?! -- mas, por mais que eu saiba disso objetiva e racionalmente, confesso que parte de mim não está lá muito convencida...)

Mas, enfim, voltando à questão dos comentários: até segunda ordem, acho que vou postar, no próprio blog, de vez em quando, observações como as que o Hiro, o Jean e o Paulo fizeram em relação às câmeras digitais, que podem ser consideradas serviços de utilidade pública para quem está querendo comprar uma máquina. Isso, é claro, desde que A) alguém consiga usar o Fala Sério; e, B) eu consiga ler o que lá foi escrito.

Se isso for de todo impossível, recomendo a todos, mais uma vez, que usem o álbum de visitas.

Comentários:

Da Fer: Cora, eu recomendo que você contrate o serviço de um bom web host [eu uso a LocalWeb, ai no Brasil, pago R$ 87 por trimestre] e instalar o Greymatter ou outro programa independente. Dai você não vai ter mais esse tipo de problemas. Estamos fazendo isso com o Sub Rosa da Meg!! :-)

Da Suely: Encontrei um tagboard, ou seja, me cederam um tagboard a custa de muitos choramingos, uma graça, bem pequeno mas é um pequeno chat, precisa de suporte ssi, vc sabe se o blog suporta?

Do Eduardo: Para ter suporte à SSI (Server Side Includes), você precisará hospedar o seu blog em um servidor que o suporte. A maioria tem capacidade para isso (Apache, IIS etc), mas nem sempre este serviço está disponível para uso. Entre em contato com o suporte do servidor em questão para saber se este serviço está ou não disponível e como incorporá-lo ao seu template (dependendo do tipo do servidor, a sintaxe é diferente). Nos servidores da Tripod (que é onde o meu blog está hospedado), eles oferecem este serviço, que tem funcionado a contento (a seção "Destaques da Semana" e "Curtas & Rápidas" fazem uso de SSI). Espero ter ajudado.

Ajudou, queridinho, é claro! Como sempre, aliás... :-)


24.1.02





Eles estão se superando!

Não sei se vocês sabem, mas em avião americano não se serve mais adoçante. Se alguém quiser adoçar aquela coisa que, nos Estados Unidos, atende por café, tem que ser com açúcar mesmo, e olhe lá. Eu, desligada que sou, nem cheguei a me tocar disso nos vários trechos que percorri durante minha última viagem, até porque não bebo daquele café, e chá, só puro.

Mas a minha irmã não só bebe café como presta atenção em coincidências -- e, não contente com isso, ainda faz perguntas indiscretas. E ela descobriu o seguinte: o adoçante foi banido das aeronaves americanas, pelo menos as da American Airlines, porque é em pó! Ou seja, ao contrário do açúcar, que é granulado, pode ser facilmente confundido com... antrax. Pode, isso?!

Aliás, por falar em antrax, vale ler a nota que o Cat mandou pra GloboNews.com a respeito do assunto.

Adendo, em 26.01.02

Um dos leitores da GloboNews.com, onde esta nota foi originalmente publicada, mandou o seguinte comentário:

Isso não é paranóia americana, é SEGURANÇA. Talvez se os brasileiros tivessem um pouco disso não viveriam às escuras ou reféns de tanta violência. O café que você tanto gosta é hoje ainda plantado e colhido por escravos ou semi-escravos no Brasil. Você já fez algum comentário sobre isso? Marcelo

Zel, sabe o quê? Nessas horas eu acho que tanto você quanto o Millôr estão certos... Não se amplia a voz dos idiotas, mas que é irresistível, lá isso é.






Gostou da foto deste quarteto de siamesinhos? Então clica aqui: você vai cair no Kitten Generator, um site que o Pedro Doria (e o Eduardo Stuart, conforme me lembrou a Fernanda Guimarães-- tão vendo que amiga ingrata eu ia me revelando?! mas é que naquele dia não consegui entrar no site e depois me esqueci...) descobriram, e que está cheio de fotos assim, de gatinhos, uma mais linda que a outra.



Pequenas misérias digitais


Para os angloparlantes: TUDO o que você sempre quis saber sobre DSL (leia-se, no Rio, Velox) e nunca teve coragem de perguntar. Na Slate.




Pequenas felicidades digitais

No (merecido) auê criado em torno do novo iMac, outros produtos apresentados durante a MacWorld passaram quase despercebidos. Foi o caso de algumas excelentes câmeras digitais, como as Coolpix 775 e 885, que já vêm com um botão para transferir as fotos, automaticamente, para o computador -- tendência cada vez mais comum entre as máquinas fotográficas digitais para usuários domésticos -- e sua irmã mais esperta, a Coolpix 5000 (minha próxima câmera digital), um sério sonho de consumo que vem deixando muitos corações (e contas bancárias) abalados.

Também, pudera: são 5.0 megapixels a menos de mil dólares nas boas lojas do ramo...! Só para comparar, há menos de dois anos, foi este o preço que paguei pela Sony DSC P1 -- também uma linda câmera, mas que vai a "apenas" 3.3 megapixels... e hoje, conseqüentemente, pode ser encontrada a cerca de US$ 600. Investimento pior, financeiramente, só mesmo ações da falecida Enron; mas o que me diverti com esta valente Sony desde que moramos juntas ultrapassa, disparado, essa reles diferença cambial...

Como um dos fortes do novo iMac é a habilidade para gerenciar imagens (resultado do seu poder de processamento associado ao iPhoto, software dos sonhos de todo mundo que brinca ou trabalha com figurinhas) encontrar estandes da Nikon, da Olympus, da Fuji e da Canon entre empresas como Adobe ou Quark fazia todo o sentido no Moscone Center. Difícil era prestar atenção nas pequenas maravilhas em exibição, com o iMac2 roubando todas as cenas.

A Canon Elph PowerShot S110, delícia prateada e minúscula, do tamanho de um maço de cigarros, resolução de 2.1 megapixels, zoom 2X e preço de mercado em torno de US$ 350, era uma espécie "câmera oficial" da feira: todo mundo que demonstrava produtos Apple estava com uma pendurada no pescoço, para não deixar dúvidas quanto à facilidade de convivência entre os iMacs e a foto digital.

Foi uma ótima escolha. A PowerShot S110 é uma tentação que recomendo sem restrições a qualquer pessoa que queira uma máquina simples, prática, daquelas que a gente joga na bolsa e leva para todo lugar -- e que, ainda assim, é capaz de produzir excelentes resultados.

Comentários

Do Hiro Kozaka: Eu tenho uma Canon s300, a irma mais velha da s110. Tem as mesmas caracteristicas da s110 sendo que tem um zoom otico de 3x ao inves de 2x da 110. Como usuario desta pequena maravilha só tenho elogios. A unica restricao e' o tempo da bateria e o Compact Flash de 8Mb. Se alguem estiver pensando em comprar uma s110 digo que é MUITO BOM comprar uma bateria extra para nao perder nenhum momento e um CF de 128Mb que hoje nos EUA ja sai por apenas US$70,00.

Do Jean Boëchat: Eu tenho uma s100, o modelo anterior. Como já disse aqui antes é o melhor custo-benefício que existe em termos de fotografia digital. Mas confesso que também desejo essas Nikons. =^)

Do Paulo: Tenho uma S110 há alguns meses. O tamanho é tudo! Dá para carregar no bolso da frente de um jeans. A grande diferença da S110 p/ a S100 parece mesmo ser a duração da bateria. Enquanto do modelo antigo todo mundo reclamava da bateria, nesta a pequeníssima memória de 8M praticamente sempre lota antes de a bateria acabar (mesmo apagando as fotos piores e usando flash direto). Recomendo!

Pra falar um pouco mal: as fotos com flash ficam muuuuito piores que as de dia; o zoom praticamente não existe, é mesmo só para retratos; a máquina é racista (!), foi mesmo feita para gringos branquelos, fotos de pessoas negras ficam muito piores.

23.1.02




Aproveitando que estou calma...

Lamentamos informar que o bípede que cuida da atualização deste blog continua fora de combate, e recorrendo a práticas pouco criativas para mantê-lo em dia. Agora, por exemplo, manda ver a dica da Ana Lagoa, enviada por e-mail aos seus (dela) amigos & amigas:

"A Unicamp acaba de divulgar que o pó de café usado (aquela borra que fica no filtro) espanta o Aedes e impede que ele ponha ovos.
Os especialistas da universidade recomendam, portanto, que se coloque uma colher de borra nos pratinhos de recolher água e na terra das plantas de vasos e de jardins, sobretudo jardins de entradas de prédios, que atraem muitos mosquitos."

Taí: simples, prático, eficiente e... barato. Aliás: grátis.

Quando é que o governo vai aprender que é de soluções assim que o Brasil precisa, e não de novas taxas e impostos arrancados a fórceps de quem já não tem mais nem para o supérfluo (posto que o essencial já dançou há séculos)?!

Como assalariada, ou seja, a ÚNICA categoria que paga impostos neste país de autoridades corruptas ou, no melhor dos casos, assustadoramente incompetentes, estou CHEIA de ver meu suado dinheirinho sustentando banqueiro falido, parlamentar vadio, oposição sem sentido, polícia incapaz e, sobretudo, um presidente que acha que nada, mas absolutamente nada do que acontece por aqui é com ele.

Como é que esta corja não tem sequer o desconfiômetro (já nem falo em cojones) de olhar lá pra baixo e ver o que está acontecendo com a Argentina?! Por mais cordial e paciente que seja uma sociedade (tá, eu sei, não é bem este o caso dos nossos vizinhos) há um ponto em que simplesmente não dá mais, e ela explode.

É isso que estão querendo fazer conosco, ver o quanto de violência generalizada e de insensibilidade política agüentamos?!

ARGHHHH!!!!

Ah, sim, e antes que eu me esqueça: vamos todos nós, internautas, propor um acordo ao Papa. A gente não dá mais palpite sobre a regulamentação da Igreja, e ele não fala mais sobre a internet. E pronto.

22.1.02




Diário de bordo



Tentativa de auto-retrato durante o take-off de Dallas.



Diário de bordo: Pausa em L.A.











Entre a MacWorld, em São Francisco, e a parada básica em Austin para ver a família, passei uma tarde inesquecível em Los Angeles, by Scarlett Freund (comigo na foto: a minha mais nova amiga de infância), que me levou para um tour maravilhoso do Getty Museum.

Ainda vou escrever sobre este museu, que é deslumbrante; sei que estou devendo vários posts a vocês, e alguns papos sérios, mas é que, desta vez, além da habitual falta de tempo, está faltando saúde também.

(Gente, como eu detesto ficar doente...!!!)




"Hoje em dia ninguém precisa ser nada pra ser alguma coisa" (Millôr)

20.1.02




Blog. Blog. Blog.




Grandes notícias felinas no Epinion... :-)



iLuxo

O Maurício Martins me mandou este link -- macintóxicos e fãs da Pixar em geral, corram lá que é muito engraçado!!!




A Laura volta hoje! :-)




Eu era assim...



Vocês se lembram da Tatiana Quintella? Publiquei uma foto dela aqui no blog há algum tempo, e prometi outras para depois: é que na época eu estava restrita ao material do ThinkPad. Agora estou de volta a uma das estações de trabalho (como fica chique isso, né?), com acesso a todas as fotos arquivadas, e já posso cumprir o prometido.

E fiquei assim!



E sabem quem é esta? Pois é, ela mesma, com um ano e meio de idade... Não ficou uma gata? Não só uma gata, aliás, como uma gata brasileira: está finalmente no Brasil, para onde voltou há alguns meses a sua bípede, e minha querida amiga, Theresa Quintella -- nossa embaixadora em Moscou quando a Tatiana entrou para a família.

19.1.02





Capturado no Mario AV.



Artigo sobre blogs na OJR: Let Slip the Blogs of War.



Educação básica

Blogs amigos discutem uma Epístola do Stallman contra o uso de .docs em e-mails.

Sinceramente, acho estranho que sequer se discuta isso -- na minha cabeça é ponto pacífico, há séculos, que o envio de e-mails em qualquer formato que não TXT, RTF e, vá lá, HTML, é das atitudes mais grosseiras que um bípede conectado pode adotar. De onde tira a criatura a idéia de que eu uso Word? De onde imagina que, ainda que eu use, trabalhe com ele 24 horas por dia aberto na máquina? E o que a faz supor que tenho tempo suficiente para esperar que aquela maravilha do mundo ocidental carregue, no suspense inenarrável de ler as suas palavras?!

Que pretensão!!!

Quando a gente lida diariamente com uma mailbox inadministrável como é a minha lá do jornal, é impossível sequer descrever a irritação que uma msg dessas dá. Não há a menor hipótese de que eu sequer a leia: a tecla delete é a serventia da casa.

ARGHHH!!!

(É, eu sei, tou num humor de cão, desculpem. Os gatos já me avisaram disso, e estão fazendo o possível para resolver o problema.)



Blog. Blog. Blog.




Dica de site

O Renato Parada passou por aqui, deixou este link, cliquei lá, gostei, taqui: Dharmanet.

18.1.02




Enquanto isso, num estranho país tropical...

Gente, é sério, muito sério!

Os monarquistas estão passados com o Quinto dos Infernos! Eu, que não vejo novelas nem seriados, confesso que já me divirto suficientemente com o simples fato de saber que ainda existem monarquistas no Brasil.

Aliás, nem falamos nisso: mas que Casa dos Artistas sensacional é o Palácio de Buckingham, né não?!



China: tá feia a coisa

Quem achou que, com a entrada para a OMT, a China ia começar a se civilizar em termos de direitos humanos, achou errado: um comunicado postado no início desta semana na página do Ministério da Indústria da Informação avisa que os provedores de acesso ficam, de agora em diante, obrigados a filtrar as mensagens de seus usuários em busca de temas políticos, e os responsabiliza pelo que venha a ser postado nos seus (deles, usuários) websites.

As ordens fazem parte de uma série de novas regulamentações que, além de intensificar o arrocho geral, obriga as redes chinesas a usarem software nacional, e produtores estrangeiros a garantirem, por escrito, que seus programas não contêm rotinas ou furos que permitam espionagem ou cracking de sistemas chineses.

(A única coisa positiva disso tudo é que, com essa, a Microsoft deve ficar de fora daquele gigantesco mercado: ou Bill Gates será capaz de garantir que o Windows é à prova de hacking, cracking ou backdoors?! É ruim!) *

Mas, sem brincadeira, a situação da internet chinesa é simplesmente alarmante. No dia 28 de setembro passado, quatro jovens intelectuais foram levados a julgamento, acusados de subversão. Seu crime? Criar um forum de debates sobre política e direitos humanos na web. Presos no dia 13 de março de 2001, o engenheiro de sistemas Yang Zili, o jornalista Xu Wei, o geólogo Jin Haike e o escritor Zhang Honghai -- todos na faixa dos 25 anos -- passaram sete meses à espera do julgamento, e aguardam, até agora, o veredicto.

* Será implicância minha, ou será mera coincidência o fato de Bill Gates ter mandado um e-mail para todos os fundionários da M$, no mundo inteiro, exigindo prioridade para o quesito segurança?

17.1.02





Valeu a dica, Stanley!



Da Apple para os outros:
bem-vindos!

Num folheto sobre o iMac fartamente distribuído no Moscone Center (pequeno empreendimento imobiliário do primo americano do Repórter Mosca), havia uma página, a última, especialmente dirigida a usuários Windows, dando-lhes as boas vindas. Confesso que achei estranho encontrar um recado para PCzeiros numa feira em que o meu ThinkPad era motivo de olhares mais arrevezados do que um gato numa exposição de cães, mas parece que o folhetinho não era um especial MacWorld, mas sim algo produzido para circulação ampla, geral e irrestrita: o Fritz D'Orey, MacAmigo das antigas, me mandou um link para o mesmo recadinho sutil, que se encontra também aqui.



HP: a trama se adensa

Walter Hewlett, filho de William Hewlett (o "H" da HP) nunca fez gosto na proposta de união entre a HP e a Compaq -- e também nunca fez segredo disso, para desespero da CEO Carly Fiorina e dos outros membros da diretoria que tiveram a infeliz idéia. E bota infeliz nisso!

Agora, porém, ele acaba de dar seu golpe mais duro na idéia: mandou um memorando para os acionistas da HP, instando-os a votarem contra a união com a Compaq. Ele acha (e, de resto, a julgar pela recepção dada por Wall Street ao anúncio há poucos meses, acha certo) que uma fusão com a Compaq será um tiro no pé da HP, cujas ações perderão em valor a curto, médio e longo prazos.

E agora: vencerá o charme da Poderosa Fiorina, ou o bom-senso de Hewlett, o Herdeiro?



Leitura obrigatória

Alberto Dines, como sempre, manda muito bem. Este artigo, início de uma série intitulada A Hora da Verdade, devia ser leitura obrigatória em todas as escolas de jornalismo, redações e, sobretudo, diretorias de empresas jornalísticas. Ele põe o dedo na ferida mais funda quando fala sobre o efeito deletério das "consultorias especializadas" sobre a nossa imprensa. Como todo jornalista em atividade há algum tempo, eu também assisti ao desenrolar desta tragédia -- impotente sim, Betinho, mas calada não: o que eu chiei a respeito disso, sempre, o tempo todo, você nem imagina; ou, aliás, talvez até imagine sim, me conhecendo, como conhece, há tanto tempo. Mas quem ouve jornalista?!

O novo Monde e a crise da mídia brasileira

Alberto Dines

Pouco antes do fim do ano, foram demitidos mais de cem jornalistas nas redações do Dia e do Jornal do Brasil, no Rio. Meses antes, o trator passara impiedoso na redação do Globo e nos jornalões Folha e Estadão. Os leitores não foram avisados (a não ser nos sites da internet, inclusive este Observatório).

Simultaneamente, ocorriam gigantescas degolas ou enxugamentos na indústria automobilística, nos transportes aéreos e nos serviços bancários, todos razoavelmente noticiados pela mídia, tanto a generalista como a especializada.

Isso significa que a sociedade brasileira está basicamente desinformada sobre o que ocorre dentro do sistema que lhe passa informações e juízos. Não sabe que este sistema está em crise. Ignora que o modelo está falido. Desconhece que os nomes dos figurões que constam do expediente ou cabeçalho falharam redondamente. Sobretudo, não percebe que está sendo ludibriada por aqueles que se assumem como guardiões de sua boa-fé. Tomam o seu dinheiro -- ou a sua confiança -- mas entregam-lhe um produto incompleto. Roto.

O leitor precisa saber que o jornal que tanto lhe agrada está sendo produzido por menos pessoas de modo que entenda eventuais falhas ou, se não houver falhas, perceba que a empresa estava sendo pessimamente gerida porque havia gente demais para produzir a mesma qualidade. Alguém estava gastando o seu dinheiro de forma errada. A isto chama-se prestar contas, ser transparente, responsável, digno de respeito.

Se a mídia esconde do seu público a crise num setor de tamanha importância, tudo o que contar sobre as aflições ou alívios de outros segmentos será precário e parcial. Se é otimista ou catastrofista no noticiário, se defende esta ou aquela posição política -- tudo precisa ser visto num cenário minimamente veraz no qual a própria mídia deve estar espelhada.

Isto posto, é imperioso examinar um caso particular: o do jornal O Dia, do Rio de Janeiro. É paradigmático. Quando ainda pertencia aos antigos proprietários (a família do ex-governador Chagas Freitas), a empresa era considerada bem administrada, sólida, embora o jornal fosse dirigido a um público menos qualificado. Não importa aqui a forma com que se deu a troca de acionistas, importa que os novos donos e seus executivos desenvolveram de forma notável a performance da empresa e do jornal.

Passou a ser considerado modelar pelos próprios pares. Menina dos olhos da Associação Nacional dos Jornais, galardoada e mimada, experimentou todos os modismos importados pela corporação patronal. E, principalmente, serviu de campo de prova para uma corja de aventureiros internacionais, auto-intitulados "consultores", que depois de encherem os bolsos com os polpudos honorários e usando O Dia como plataforma, abancaram-se na maioria das empresas jornalísticas de médio e grande porte, de ponta a ponta do país. Sem nunca ter pisado numa redação, redesenharam os jornais, mudaram os pressupostos clássicos do jornalismo brasileiro. Deram as costas aos compromissos de uma imprensa num país tão recentemente democratizado.

Os desastrosos anos 90 da mídia brasileira -- que continuam até hoje -- coincidem com esta incursão dos consultores da Universidade de Navarra (Espanha) e seus associados em Miami.

Os resultados estão aí: O Dia é uma sombra do que foi -- em circulação e em número de funcionários. E o resto da imprensa está de língua de fora, pedindo penico, enganando os leitores com um jornalismo cada vez mais cascateiro, leviano, diversionista e irresponsável.

E os "consultores" com seus prepostos continuam engabelando um patronato desnorteado e descabelado. Pior: agora engabelam diretamente a opinião pública através de um oráculo semanal na página dois do Estadão e menos freqüentemente na página de opinião do Globo. Onde a crise da nossa imprensa, obviamente, não existe.

Essa gente tirou o emprego de centenas de profissionais brasileiros de todas as idades, jogou na rua da amargura jornalistas experientes que cometeram o pecado de calar-se quando os empresários embarcaram nos estapafúrdios seminários inovadores e na doidice das reengenharias, consultorias, reformas e redesenhos.

Le Monde inova: sem crises

E aqui entra o francês Le Monde, que na última segunda-feira, 14 de janeiro, estreou nova fase com algumas inovações visuais e, principalmente, muitos avanços conceituais.

A Europa atravessa seriíssima crise econômica com a locomotiva alemã batendo pino. A mídia vai atrás: o grupo germânico Leo Kirch, um dos maiores impérios mediáticos europeus, está à beira da falência. Os atentados terroristas nos EUA e os seus desdobramentos na Ásia Central e Oriente Médio obrigaram as empresas a ampliar os investimentos não apenas em coberturas longas em paragens distantes, mas também em novas tecnologias e equipamento.

Mas os resultados do Monde têm sido excepcionais: há sete anos, estava à beira da insolvência. No ano 2000 sua circulação subiu de 330 mil exemplares para 395 mil, com lucro de quase 30 milhões de dólares. Depois do 11 de setembro, ganhou mais 10 mil leitores fiéis e pretende conquistar outros 10 mil graças ao seu padrão de equilíbrio e isenção num momento de tantas paixões e desvario político.

A nova fase não começou com o redesenho, ao contrário, o redesenho é conseqüência natural de um esforço concentrado e persistente que começou há tempos. Também não será a adoção de um manual de estilo que melhorará a circulação do jornal (como pretende a narcisista Folha sempre querendo colocar-se como epicentro do mundo).

Na contramão do mundo, o Monde está mudando e melhorando porque ninguém apelou para malabarismos de consultorias malucas. É a "prata da casa" que está dando alento ao jornal. Em época de mudança, os jornais mais do que nunca precisam ser confiáveis, passar a imagem de honradez e decência. E sobretudo sabedoria. Em vez de degola, o Monde aposta em qualidade.

É preciso não esquecer que os jornalistas do Monde também são seus principais acionistas e que a holding a ser criada vai captar na Bolsa de Valores de Paris cerca de US$ 80 milhões.

A aprovação da emenda ao artigo 222 da nossa Constituição democratizou o capital das nossas empresas jornalísticas e também permite que os jornalistas brasileiros sejam acionistas e que suas ações sejam negociadas no mercado de capitais. Mas a nenhum de nossos geniais empresários jornalísticos, seus financistas ou consultores, ocorreu a idéia de, em vez de emascular as redações com as matanças periódicas, convocar os profissionais para, juntos, superarem as dificuldades.

Todas as informações sobre a situação e projetos do jornal francês foram publicadas no próprio. Le Monde jamais escondeu suas crises e seus números. Por isso é confiável. (continua)



LAR, DOCE LAR!

Ou, em outras palavras, tou de volta...

14.1.02



Recado à família: Pessoal, eu resolvi ficar um dia a mais com os meninos... e, olha, depois de visitar a Claudinha e as quatro crianças, que junto com os dois que levamos fizeram uma algazarra e tanto, difícil está sendo não esticar por pelo menos mais uma semana... As crianças estão as coisinhas mais simpáticas, gostosas e educadas --- a tal ponto que, só lá pro meio da noite, é que a gente descobriu que o Rosental não estava em casa.
Ué, é mesmo, cadê ele?
"Ah, no México", explicou a Claudinha não sem um certo ar de alívio...
Enfim: uma autêntica zorra brasileira em Austin, com requintes de sofisticação deste quilate:
Claudinha: Paulo, vovê bebe um guaraná?
Paulinho: Nossa, com o maior prazer..!
Claudinha: Prefere da Antártica ou da Brahma?
PODE ISSO?!
Enfim, to make a long story short, isso significa que saio daqui apenas hoje, segunda, dia 14, chegando ao Rio na terça, dia 15, no mesmo horário anteriormente previsto.(10h30).
E depois conto tudo. E com riqueza de detalhes, né, Millôrzinho?
Beijos, saudades! Daqui a pouco tou ai.



Só faltou a Bia...











Bia, nós estamos todos morrendo de saudades de você!
BEIJOS!



iPhoto: eu quero, tu queres, ele quer...

Escrito ainda na semana passada em S.FCO, mas postado apenas agora, em AUSTIN, TX -- Prometi há alguns posts falar sobre o iPhoto mas, depois de escrever esta matéria para a edição de hoje do Info etc., me senti muito cansada para continuar tecendo variações em torno do mesmo tema; perdão, pois, pelo atraso. O problema é que, entre o ritmo acelerado da MacWorld, uma passagem relâmpago por Los Angeles e uma tosse enjoadíssima que não me larga desde que saí do Rio, cheguei ontem aqui a Austin (onde moram os meus netinhos LIIINDOS!!!) cansada demais até para... me conectar, vocês acreditam?! Por isso, aliás, é que não tenho respondido aos e-mails que me têm sido enviados. Não é falta de educação não, meninos, é falta de tempo mesmo: prometo responder assim que voltar para casa.

Como a essa altura sabem aqui até as pedras da rua (para grande irritação de Bill Gates, que mesmo vestido de Harry Potter na abertura da CES em Las Vegas não conseguiu ser tão notícia quanto Steve Jobs, vestido com a mesma velha calça azul e desbotada de sempre), o iMac foi planejado (como o tablete Myra da Microsoft) para ser uma espécie de centro da vida digital, o ponto de convergência de toda a parafernália que hoje nos cerca, de players de MP3 a PDAs, passando por câmeras de video, celulares e, lógico, máquinas fotográficas. Para isso há, do lado de trás da já famosa base semi-esférica, duas saídas FireWire e cinco saídas USB -- nas quais se pode, incidentalmente, pendurar até 128 periféricos. Nenhuma serial e, graças aos céus, nenhuma paralela: a idéia é espetar ou desespetar da máquina o que for preciso, esteja ela ligada ou não, e partir para a ação sem que seja necessário configurar coisa alguma.

Tudo isso seria muito interessante como conceito, mas um fiasco como prática, se não houvesse, unindo todas essas possibilidades, uma boa base de software. E isso, é forçoso reconhecer, o iMac tem de sobra. Não há nada tão simples ou consistente para o usuário de gadgets digitais quanto o conjunto iTunes (MP3), iMovies (edição de vídeo), iDVD (criação de DVDs) e iPhoto.

Os primeiros elementos desse time já eram conhecidos, e até têm equivalentes no mundo PC; a grande novidade apresentada na MacWorld foi o iPhoto. E ele é, confesso, um dos motivos da minha atração pelo iMac -- até porque, entre outras coisas, acaba, de forma lógica e elegante, com as dificuldades de armazenagem das fotos digitais, grande dor de cabeça de quem não tem paciência (como eu não tenho) para renomear, no ato, arquivos obscuros como DSC02345 ou DCP_5678 -- nomes pelos quais atendem as fotos que faço, respectivamente, com a Sony P1 e a Kodak DC4800.

Em vez disso, imaginem o seguinte: faz-se uma série de fotos, conecta-se a máquina ao computador, que a reconhece automaticamente e importa todas as imagens para um diretório que usa a mais simples das analogias -- um rolo de filme.

Terminada a operação, aparece na tela a imagem deste rolinho, trazendo ao lado thumbnails de todas as fotos que ele contem. O "rolo" pode ser rebatizado à vontade, os thumbnails podem ser rearranjados de acordo com o tema, mas aquele grupo está lá, com a data do dia, como um conjunto de negativos arrumado numa gaveta.

A visualização dos thumbnails é, por sinal, extremamente rápida e fácil. Pode-se ver um filme, uma pasta, um certo jogo de fotos marcadas por determinadas características comuns -- "favoritos", por exemplo, ou "gatos", ou "viagens" -- ou, ainda, todas as imagens, e ao mesmo tempo. Apontar o mouse para cima ou para baixo aumenta ou diminui o tamanho das fotos instantâneamente, e esta é uma característica que, como o iMac em si mesmo, só se consegue apreciar de verdade vendo o seu funcionamento ao vivo.

Além disso, o iPhoto torna extremamente simples a impressão e a disponibilização on-line das fotos, a criação de slideshows, sua queima em CDs e pedidos de cópias à Kodak. Para quem acha que isso é pouco, há ainda um programa de paginação com seis templates diferentes que permitem a criação de álbuns com uma, duas, três ou quatro fotos por página. Encomendados online, eles se transformam em livrinhos de capa dura, com até 50 páginas, impressas em papel couchê. Lindos!

Mas isso, por enquanto, ainda não funciona para usuários brasileiros. Quem quiser um livrinho desses -- e tenho a ligeira impressão de que não há fotógrafo digital no planeta que não queira pelo menos meia dúzia -- tem que ter cartão de crédito e endereço americanos.

Tá bom, tá bom -- apesar do entusiasmo de alguns de vocês pela minha paixão fulminante pelo iMac2 -- eu nunca disse que a Apple era perfeita, disse? ;-)



Dúvidas fotográficas

AUSTIN, TX -- "Cora, me tira uma dúvida", escreveu a Paula Foschia no meu álbum de visitas. "Uma vez vc disse que tinha uma Sony P1, mas observei que a maioria das fotos do i-mac vc fez na Kodak. Na sua opinião, quais as diferenças principais entre essas câmeras? Se tiver um tempinho, me mande um mail, pls! Estou comprando uma câmera e as suas fotos e comentários me deixaram MUUUITO confusa...*rs*"

OK, Paulinha, por partes:

Porque usei mais a Kodak: Porque tenho mais memória pra ela do que pra Sony e, além disso, a Sony está com um defeito pequeno, mas que me deixa extremamente insegura, sobretudo em situações de trabalho, que é não ler corretamente o estado de carga da bateria. Mais ou menos como um marcador de gasolina errado num carro.

O que a Kodak tem de melhor: A flexibilidade em ambientes com pouca iluminação, e o software, mais poderoso e intuitivo.

O que a Sony tem de melhor: O tamanho fenomenal, o design campeão, a capacidade de fazer pequenos filminhos MPEG.

De qual das duas gosto mais: Impossível responder. Gosto igualmente de ambas, a tal ponto que as mantenho sempre por perto.

Qual será a minha próxima câmera: A Nikon Coolpix 5000, outra tentação irresistível que encontrei na MacWorld, para cúmulo de meus pecados.

O que é que um ser humano normal pode querer com três câmeras digitais ao mesmo tempo?! Ué -- e eu é que vou saber?! Pergunte a um ser humano normal.


11.1.02



Datas, preços, abobrinhas

S. FCO. -- Eu comecei escrevendo isso como resposta aos comentários do post daí de baixo, mas depois preferi passar para cá, já que recebi uns e-mails com as mesmas perguntas: quando? quanto? e, como uma coisa puxa a outra...

Enfim, é o seguinte: o iMac2 chega ao mercado americano até o fim do mês, primeiro na versão mais poderosa (U$ 1.800); em fevereiro, chega o modelo intermediário (U$ 1.500); e, finalmente, em março, o entry-level (U$ 1.300). Ao Brasil, tipicamente, essas coisas levam dois ou três meses para chegar após aportarem nas lojas daqui; portanto, se tudo der certinho, iMac2 in Rio só lá para março. Gente da AppleBR com quem conversei calcula o preço local, no chutômetro declarado, em torno dos R$ 5/6 mil. É que eles dependem de taxa cambial, impostos de importação y otras cositas más para chegar a uma conclusão de custos concreta.

Mesmo levando em consideração apenas o que a máquina oferece -- aquele monitor flat fora de série, a capacidade de armazenagem, memória, velocidade, etc. -- já seria um bom preço; o NetVista da IBM, por exemplo, com metade do espaço de HD e sem queimador de CDs custa U$ 400 a mais do que o iMac2 básico, enquanto o Gateway Profile 3S, outro PC que vem sendo exaustivamente usado nas comparações dos analistas de mercado, oferece a mesma memória e o mesmo espaço de disco, mas sem Ethernet ou queimador de CD.

A questão, porém, é que o iMac2 é toda uma outra história. Não dá para se compará-lo com qualquer outra máquina existente. Eu sei que é difícil imaginar isso apenas pelas fotos, mas a forma como aquele monitor está conectado à base, a suavidade com que desliza, a elegância e o silêncio do conjunto, são intangíveis incalculáveis. Beleza não põe mesa até certo ponto: quando a essa beleza se aliam poder e inteligência, a combinação fica irresistível.

Claro, sempre vai haver gente achando que computador de verdade é a boa e velha caixa baunilha, e este é, aliás, um ponto de vista perfeitamente defensável. Sinto dizer mas, hoje, há pouca coisa mais antiga e datada do que um iMac 1.0 colorido. Havia meia dúzia deles na sala de imprensa da MacWorld, e a meu ver eles ficaram... bem, patéticos, sobretudo os que ainda tinham aquele insuportável mouse redondo. Nada envelhece mais rápido do que a penúltima moda. Vide, a esse respeito, os iBooks coloridos de 1999, mesmo ano de lançamento do IBM ThinkPad 560Z em que digito essas mal tecladas -- eles parecem muito mais velhos do que este micrinho, que continua sendo um perfeito exemplo de máquina elegante e bem projetada.

Enfim, considerações filosófico-tecnológicas à parte, acho muito interessante ver como o novo iMac está mexendo com a cabeça das pessoas, e despertando reações extremadas. Isso, naturalmente, fora da MacWorld, porque, lá, o iMac já foi rebatizado: chama-se iWant.



9.1.02




Acaba de dar na Wired...

S. FCO. -- "Tim Bajarin, president of market research firm Creative Strategies, and someone not inclined to hyperbole, predicted the new iMac will become the best-selling computer of all time.

Bajarin predicted Apple will sell 12 million of the new machines in the next three years. Over the last three years, Apple sold 6 million of the original iMacs, which makes it one of the best-selling computers ever." O resto taqui.

Eu não sou analista de mercado, mas há anos e anos vivo neste (e deste) mercado e, quer saber o quê? concordo com ele.




Bípedes e quadrúpedes

Meu amigo querido Jean Boechat está tristíssimo, e eu o entendo perfeitamente: um dos seus cães, o Charles 'Prince' Bronson, se foi. Qualquer pessoa que conviva com animais sabe como as nossas vidas ficam mais divertidas, ricas e, sobretudo, humanas, ao lado deles. No seu blog, o Jean publicou um lindo poema que escreveu, há alguns anos, para os três quadrúpedes da família:

[ Os Cachorros: Jean Boechat ]

Tenho três cães.
Dois são pai, um é mãe.

Um é pugilismo, é pulo, é lambida.
É guarda, é afilhado, é artista de cinema.

Outro é a própria educação. É carinho. É amor.
É dama, é secretária, é ritmo, é praia. É féria.

Tem outro que é lorde oriental.
Admirador da boa música, da boa comida,
das artes e damas em geral.
É amigo, parece meu avô. Trato como filho.

Entre pulgas, latidos, mordidas, arranhos e brigas,
convivemos em perfeita harmonia.

Tenho três cachorros.
Um para a noite, dois para o dia.

(SP 03/94)




Jornalismo sério é outra coisa


Querem ver um camarada cuspindo marimbondo? Leiam o David Coursey, da ZD Net. Ele está quicando com o "furo" da Time, e não sem razão: afinal, quando perguntou para a Apple se poderia ver o novo lançamento antecipadamente para poder escrever a respeito (com embargo até segunda, é claro; prática comum em jornalismo de tecnologia) o pessoal de RP disse que não, que ninguém, absolutamente ninguém, teria acesso às máquinas. E aí, na segunda, surprise!: lá estava o Josh Quittner, feliz da vida, dando nome, sobrenome e CPF da avó do novo lançamento.

Eu não suporto o Coursey, discordo de quase tudo o que ele escreve, sobretudo quando se mete a achar que o governo americano tem mais é que meter as patas na internet por "questões de segurança" (arghhh!!! pra que é que fui falar nisso?! eu estava de tão bom humor até agora...) mas tenho que concordar que, do ponto de vista jornalístico, este "furo" é extremamente questionável. Há um ar de balcão de negócios numa barganha dessas (você me dá a capa, eu te dou exclusividade e ainda dou umas rasteiras na tua concorrência) que me incomoda muito, não por causa desta matéria particularmente, mas por causa da corrosão de credibilidade que episódios assim causam à imprensa como um todo.

Conseguir a capa da Time era, obviamente, do melhor interesse da Apple, e isso é claro para qualquer leitor. Mas, daqui para a frente, quem garante a integridade das próximas capas da revista? Como é que a gente vai acreditar que eles estão dando destaque ao que acham que merece destaque, por motivos legítimos, e não por causa de acertos de bastidores feitos pelo departamento de marketing?



Mordendo a maçã

S. FCO -- O iMac é, para variar, o novo pomo da discórdia da Apple. Há gente odiando o seu look de Luxo Jr. (vide o CAT, nas Parabólicas) e gente que, como esta vossa amiga, está completamente deslumbrada com a sua elegância e simplicidade. Eu até entendo a posição de quem reclama do iMac sem tê-lo visto em pessoa. Por incrível que pareça, ele não é uma máquina fotogênica, como eram os iMacs d'antanho, e suas melhores qualidades não podem ser apreciadas à distância. Ele é uma máquina que a gente precisa ver de perto, precisa pegar e usar para apreciar verdadeiramente.

O que há de tão diferente nele? Para começo de conversa, o óbvio: a forma. Sim, ele se parece mais com uma lâmpada de mesa do que com o computador tal como o conhecemos -- mas quem disse que as lâmpadas de mesa têm copyright de formato? Ou que um computador precisa, necessariamente, se parecer com outro computador? A forma é bonita e funcional em si mesma, como objeto; e funciona que é uma beleza para um computador.

Steve Jobs destacou uma frase durante o keynote: Each element has to be true to itself, ou seja, cada elemento deve ser autêntico, deve ser sincero consigo mesmo. Este é um princípio básico do bom design, que pode ser aplicado a tudo. O caso do iMac é exemplar. Nada sobra, nem tenta ser o que não é, ou não precisa ser.

Reparem que, na base, aquela meia esfera mais ou menos do tamanho de meia bola de futebol, está todo o computador. Não há mais nada além daquilo, nada. E não é qualquer computador. É um computador com uma performance inacreditável, absurda; um sonho para quem mexe com arquivos pesados. Baseado num PowerPC de 700MHz ou 800MHz, o iMac pode ter até 1Gb de RAM (o default é 128Mb para o modelo mais barato e 256Mb para o mais caro) e até 60Gb de disco rígido; ele tem uma placa gráfica espertíssima (a nVidia GeForce2 MX com 32Mb de memória DDR) e, em seu modelo mais avançado, um drive que não só lê como queima DVDs. Detalhe: tudo isso trabalha em silêncio. Não há um só rosnado de disco, um só zumbido de ventilador, para nos lembrar que a máquina está ligada, e funcionando. Chega a ser estranho. Muito estranho!

Indo adiante: o pescoço, aquela haste em aço inoxidável que une o monitor à esfera da base -- eis outro exemplo de operação macia, perfeita. A gente puxa, empurra, vira para um lado e para o outro, e tudo é muito fácil, muito leve, muito... silencioso. Não sei quanto tempo esta maravilha se conserva, mas todos os técnicos com quem conversei me garantiram que a maciez e a estabilidade da operação podem sobreviver à vida útil do computador em si mesmo. Isso, porém, acho que só o tempo vai dizer. E eu, honestamente, estou disposta a pagar para ver.

Por fim chegamos ao monitor, ponto alto, em todos os sentidos, do iMac. Dois destaques: um para a nitidez, que é espetacular, outro para aquela sutil moldura de acrílico transparente que parece frescura mas, na verdade, é a "alça" perfeita para o manuseio. Como ela parece ser uma extensão da tela, a idéia de "intimidade" com o computador é curiosamente forte: a gente não está puxando ou empurrando uma coisa qualquer, mas sim aquele ponto luminoso em que se concentra a nossa atenção.

E não, meninos, não pensem que eu agora dei para fazer tecnologia conceitual. É que, como todo mundo que trabalha com arquivos gráficos, eu também enfrento o velho problema de ter de virar e desvirar monitores que não foram feitos para isso para que os companheiros ao lado possam ver melhor o que estou querendo mostrar. Além do quê, há vantagens insuspeitas em se poder virar um monitor no angulo exato que se quer. Rolem esta página aí para baixo e confiram a foto que fiz de um iMac exibindo este blog. As condições de luz eram porcas (muita luminosidade, e excessivamente difusa) mas ficou legal, não ficou? Pois, olhem: nunca fotografei uma tela com mais facilidade.

Em suma: desta vez, depois de mais de quinze anos de PC, a Apple finalmente me ganhou. Pela primeira vez encontro, num Mac, qualidades operacionais e funcionais que vão além de uma carinha bonita e de uma cor da moda.

Nos próximos capítulos, o iPhoto, que a meu ver será a killer app do novo iMac, e as minhas dúvidas filosóficas em relação a um sistema tão fechado.




"Podem existir graus de virgindade?" Quem pergunta é um leitor do venerando "The Times", inglês (não confundir com a famigerada "Time", americana, que tanta polêmica está causando aqui na MacWorld) e quem continua a história é o Sílio Boccanera, numa delícia de matéria escrita para a GloboNews.com.

8.1.02














S. FCO. -- Gente, prometo escrever logo mais; por enquanto, dêem só uma olhadinha na hora deste post, e calculem há quanto tempo estou acordada se, antes das oito, eu já estava na fila para assistir ao keynote de hoje, digo ontem...

Eu ainda não tive coragem de fazer esse cálculo, pra não cair dura pra trás. Por enquanto, já me dou por satisfeita se cair na cama pra dormir um pouquinho!

(Fotos feitas com a Kodak DC4800)

7.1.02




Adivinhem de onde vem este post...???

S. FCO. -- Acertou quem disse "Diretamente do teclado de um iMac igual ao da capa da Time ai embaixo..."

Sim, meninos. Estou teclando (de pe', numa especie de estante gigantesca cheia de iMacs) no estande da Apple, por enquanto aberto apenas `a imprensa (mas acho que TODO MUNDO que veio `a abertura da MacWorld e' da imprensa). A exposi...ihhh, eis o problema, sem acentos nem cedilhas... a exposissa... sem til tbm... exposissaum (arghhh!) so' abre amanha.

Bem. Brincadeirinhas de acentos `a parte (disso PCs nao-aculturados tambem sofrem), so' tenho uma coisa a dizer:

ESTA MAQUINA E' O MAXIMO!!!

Estou apaixonada: simples, rapida, bonita, muito funcional. O design, pura e simplesmente, uma obra-prima, aquilo que deveria ser qualquer computador: inobtrusivo, elegante e... divertido. Um Luxo Jr. interativo. Como todo mundo que usa PCs, estou tendo alguma dificuldade para me acertar com o teclado (que, independentemente disso, e' excelente) e com o mouse; porisso -- e tambem porque ainda ha' muito a ver por aqui -- escrevo mais tarde, do Thinkpad da foto.

E mando a foto da foto...

Adendo, seis horas depois: Olha, era para vocês terem lido isso BEM mais cedo, mas justo hoje o Blogger resolveu dar chabu... Era só o que faltava! A foto segue depois, quando eu estiver de volta à base.



Parem as máquinas!






S. FCO -- Eu tinha acabado de chegar de Los Angeles, e estava na W. Smith do aeroporto de São Francisco comprando os jornais do dia quando foi entregue ao pessoal do balcão um pacote com a nova edição da revista Time. Quando vi aquilo, não consegui deixar de dizer um "Uau!" em alto e bom som, que chamou a atenção de um camaradinha ao meu lado... que também não resistiu, e mandou ver o "Wow!" lá dele também: na capa, Steve Jobs e sua novíssima criação, o iMac II. O meu "Uau!" referia-se meio à máquina, meio ao furo sensacional do Josh Quittner; o dele, imagino, era 100% dedicado à máquina.

CHOCANTE!
Modelo quero-um-também!!!

Enquanto não saem aquelas fotos lindas da Apple, curtam essas, que fiz ao lado do meu bom e velho Thinkpad de guerra (sem segundas intenções, juro...). Este é um furo (de segunda mão, vá lá) desse blog que vocês estão lendo/vendo em primeira mão; não só não está no site da Time, que ainda traz a edição passada como capa, como ainda não chegou nem ao site da Spymac; o pessoal da Apple que está aqui no hotel, a quem contei sobre o meu achado, tentou encontrar a Time pelas bancas do centro, mas ela só circula oficialmente amanhã. Ha!

A julgar não só pelas fotos, mas por toda a matéria (e pelo próprio fato de Jobs ter topado dar a entrevista, mostrado a máquina e a Time ter concordado em dar a capa em troca disso) a onda feita pela Apple, desta vez, se justifica plenamente. A idéia básica é a seguinte: nós vivemos cercados por câmeras digitais, webcams, players de MP3, Palms e mil outros gadgets -- todos ligeiramente incompatíveis entre si, e todos cada vez mais difíceis de usar. Pois o novíssimo iMac pretende ser uma espécie de hub simplíssimo de usar, ao qual todos os nossos brinquedinhos poderão ser conectados, sem maiores dificuldades. Tem um coração G4 e já vem pronto para qualquer aspecto da nossa vida digital, de arquivo e tratamento de imagens à gravação de CDs. Segundo a Time, o modelo mais caro vai custar cerca de US$ 1.800 (quanto é que isso dá em Euro?).

Em suma: está revelada a Grande Surpresa do keynote de amanhã. Talvez não a única, mas certamente a mais importante...

Adendo, antes de ir dormir:: Mario AV descobriu o furo via edição canadense da Time; leiam o que ele escreveu, está (as usual) muito claro e bem pensado. Eu só acrescentaria um detalhe, em relação à obvia semelhança entre o novo iMac e o Luxo Jr., aquela simpática lampinha do filme da Pixar: a nova máquina vem sendo desenvolvida há dois anos. Seria curioso descobrir quando o Luxo Jr. virou logo da Pixar... Afinal, ele é uma imagem que já está definitivamente incorporada ao nosso inconsciente coletivo como objeto cool e do bem.








Me engana que eu gosto

S. FCO -- A "segurança" nos vôos aqui nos Estados Unidos continua sendo uma piada. Fazem perguntas primárias: "Há algum explosivo na sua bagagem?" Passam aquele detector de metais ao longo do corpo da gente. Agora -- novidade! -- mandam levantar o pé para olhar a sola do sapato (pelo menos, aquele desenho bonitinho dos Kukini Nike está tendo os seus 15 minutos de fama). Se você é sorteado, reviram as suas malas, mandam ligar o notebook, fazem meia dúzia de perguntas. Mas as minhas câmeras digitais, cujo espaço de bateria daria para camuflar diversas coisas mal intencionadas, passam incólumes, assim como o meu gel de cabelo em spray, onde um terrorista criativo poderia estocar uma quantidade de Sarin suficiente para abater um metrô de Tóquio, quem dirá um aviãozinho da American Airlines.

Pior que isso é o Brasil tentando fazer "a sua parte". As filas na Federal, para entrar para a área de embarque, estão cada vez mais lentas; a revista dos passageiros, idem. Quando você acha que já passou por tudo, esqueça: na porta do avião há dois ou três agentes revirando mochilas e maletas de mão com aquele ar compenetrado de quem está salvando o mundo. Resultado? Duas horas de atraso na saída do avião que, somadas às filas e inspeção em Miami (sim, meninos, eu fui sorteada) me fizeram perder a conexão para São Francisco. Neste momento, estou quicando a bordo de um avião que vai para Los Angeles, de onde, enfim, pegarei -- duas horas depois, se ninguém mais me revistar -- um teco-teco pra São Francisco. Resultado: em vez de chegar à cidade às 10h30, vou chegar, com sorte, às 15h.

Mas eles acham que assim os céus da América estão seguros.

5.1.02




Crianças, FUI. Aguardem o próximo post deste blog da muy leal e heróica cidade de São Francisco.

Ah, sim: não deixem de ler (como sempre!) o Mario AV, o Evasão de Privacidade, o Mozzzzzzzzca, o Concatenum, a Rossana, o Hernani, a Meg, o Marcelo e a Zel, Claudia e o Paulo, a Nancy... céus, estou precisando preparar, urgentemente, a minha lista de blogs favoritos... inclusive porque a Bia taqui ao meu lado há meia hora dizendo Mãe, vambora... você tem um vôo agora e vai perder por causa de blog?!... taí, boa meta de Ano Novo.

4.1.02




Dez milhões de verdinhas: só isso?!

Quando é que alguém levanta US$ 10 milhões do nada em cem dias e, ainda assim, fica com cara de tacho? Ora, quando prometeu conseguir dez vezes mais, como fez a e-Bay, num momento de muito entusiasmo patriótico mas pouco fio terra com a realidade...

A idéia, nascida, como tantas outras, no dia 11 de setembro, era fazer com que os usuários do site de leilões apregoassem objetos especiais e doassem o dinheiro obtido com a venda a instituições de caridade; em contrapartida, a e-Bay abriria mão da sua comissão sobre as vendas. Apesar de alguns itens quentes, como uma foto de Joe di Maggio doada pelo ex-prefeito Rudy Giuliani, a "comunidade e-Bay" ficou, desta vez, aquém das expectativas... mas nisso é que dá a gente botar o chapéu onde não alcança.



Mais um teste idiota!

Quem seria você como mascote corporativo? Eu até que gostei do meu resultado:



O Corporate Mascot Test pode ser feito aqui.





O Jardim das Macieiras

Começa na próxima segunda-feira a MacWorld de São Francisco, tradicional encontro anual da tribo Apple na Costa Oeste. Como acontece a cada MacWorld, a boataria já come solta na rede há algumas semanas: vem coisa nova e grande por aí, garantem os especialistas e os fanáticos da seita. Coisa nova, tudo bem: isso é com Steve Jobs mesmo, que poucas vezes desaponta o seu eleitorado. Mas grande? Isso fica por conferir.

Da última onda de MacBoatos, saiu o iPod, um player de MP3 que é de fato lindo e muito mais divertido do que 99,9% dos players de MP3, mas não chega a ser propriamente o prodígio do mundo ocidental. No caso, a estratégia de total sigilo da Apple, que chega às raias da paranóia, funcionou como um gol contra -- afinal, por bacaninha que seja um player, nada justifica tamanha expectativa em torno do lançamento de um deles. O resultado é que o iPod, que poderia, em outras circunstâncias, ter sido recebido com genuíno entusiasmo, acabou na rubrica do "Mas era só isso?!"

Ao mesmo tempo, por causa disso, certo (justificado) ceticismo passou a rondar as MacSurpresas .

Estou longe de ser especialista em Macs. Na verdade, até confesso minha pouca familiaridade com essas máquinas -- que considero, não obstante, as mais bonitas do pedaço -- porque contrariam, frontalmente, a minha crença nos sistemas abertos, ferramentas da verdadeira liberdade digital. Mas, pelo que tenho lido e ouvido de boas fontes, quem está fazendo pouco do novo show de Jobs deve acordar e ficar esperto.

Os adivinhos que sabem ler folhas de chá de maçã dizem que o fato de Jobs estar fazendo o keynote speech na segunda-feira, um dia antes da abertura da MacWorld, é um fato inédito, que fala por si mesmo; e alguns sites até já têm imagens do que seria, em tese, a nova novidade: o iWalk, um PDA para deixar qualquer outro PDA no chinelo. Pelas fotos do SpyMac, ele é mesmo muito interessante. Outros rumores dão a entender que estaria no forno, em algum vago lugar, a remota possibilidade de um sistema operacional Apple que rode em PCs.

Difícil, talvez, mas não impossível, considerando-se que no MacOS X, o sistema mais recente da empresa, bate um coração Unix. Esta "terceira via" operacional poderia, sem sombra de dúvida, ser um baita sucesso. A Apple sabe melhor do que ninguém a importância de um bom look and feel -- que é o que falta a todos os sabores do Linux, a meu ver, para que ele seja visto com mais carinho e entusiasmo pelos usuários finais. Por outro lado, a verdade é que a Apple vive da venda de máquinas. Sob este aspecto, o lançamento de um sistema operacional para incrementar as máquinas (mais baratas!) da concorrência não faz nenhum sentido...

Bom, quem viver, verá.

Este blog trará notícias em primeira mão: viajo no fim-de-semana para conferir as novidades ao vivo. Aguardem!



O que fazer com o troco


Sugestão para quem ficou com algum mico preto na carteira: origami. Há livros inteiros sobre a minuciosa arte de dobrar cédulas e, naturalmente, um monte de websites diferentes sobre o assunto (OK: sobre quê assunto não há há montes de websites?!) A moeda favorita para a prática deste origami financeiro, pelo menos a julgar pelos websites que visitei, é o dólar, mas é óbvio que essa escolha tem mais a ver com a localização geográfica dos autores dos livros, sites e origamis do que com a beleza das notas; sob este aspecto, as toneladas de cédulas européias agora agonizantes oferecem um material de trabalho muito mais interessante, tanto pela variação de cores quanto pelos diferentes tamanhos dos papeluchos.

Há até quem recicle moedas antigas por bom preço. É o caso deste site aqui, onde se podem comprar pacotes de 18 notas que saíram de circulação em diferentes países pela módica quantia de US$ 3,95.

Como trilha sonora ideal para se concentrar no tenaz exercício das dobraduras em papel moeda, recomendo You Never Give Me Your Money, dos Beatles, lembram? aquela que diz:

You never give me your money
You only give me your funny paper...

3.1.02






Dica de viagem: Rolf Potts



DERNIER CRI

Este blog comunica a seus simpáticos, amáveis e, sobretudo, pacientes leitores que, apesar dos excessos de fim de ano, está vivo e bem -- e aproveita o ensejo para desejar a todos, ainda que com pequeno atraso, um Feliz e Próspero 2002: com muito euro no bolso, saúde pra dar e vender.



Clicando até o fim

Entre as lembranças digitais mais impressionantes do dia 11 de setembro de 2001, estão cerca de 150 fotos preservadas no cartão CompactFlash de uma das câmeras de Bill Biggart, fotógrafo profissional soterrado quando a segunda torre do World Trade Center desmoronou.

Bill, que trabalhava para uma pequena agência alternativa de Nova York, saíra de casa às primeiras notícias sobre os atentados, e telefonara para a mulher, Wendy, pouco depois do colapso da primeira torre. Disse que estava são e salvo na companhia de uma equipe de bombeiros, e que em breve a encontraria no estúdio de ambos, a poucas quadras das torres, com a primeira leva de trabalho.

Wendy só soube dele cinco dias depois, quando seu corpo foi encontrado junto com os dos bombeiros que acompanhava. A seu lado, a sacola com equipamentos e filmes destroçados. Os pertences de Bill foram liberados pela polícia duas semanas depois da catástrofe, e Wendy logo os levou para o estúdio de Chip East, fotógrafo ele também e melhor amigo do seu marido.

As duas câmeras de filme estavam em pedaços, e foi impossível salvar delas mais do que meia dúzia de fotos, parcialmente veladas; a câmera digital, porém -- uma Canon EOS D30 -- estava relativamente inteira. Mais importante do que isso: o CompactFlash estava intacto. Através das fotos - algumas delas estão em digitaljournalist.org -- é possível refazer a meia hora final da vida de Bill Biggart. Ele observa a queda da primeira torre e as pessoas ao seu redor, em estado de choque com o que acontece; olha para cima e, aos poucos, se aproxima mais e mais do Ground Zero.

A nuvem de poeira é cada vez mais densa, há policiais e bombeiros por toda a parte e, finalmente, a foto única, que ninguém mais fez: o Marriott cortado ao meio. A hora gravada no arquivo: 10h28m. A segunda torre cairia menos de um minuto depois, às 10h29m.

(O Globo, 30.12.01)



O último dólar em Buenos Aires

Como todos os brasileiros, eu também não morro de amores pelos argentinos (ou pelas generalizações...); confesso, porém, a minha tristeza e total perplexidade diante do que acontece com aquele povo que, afinal, não está assim tão longe do coração da gente, e é (descubro agora) como um irmão enjoado, com quem a gente implica mas, apesar disso, pertence à família e à querência: como é que um belo país daqueles vai para o saco assim de repente, sem mais nem menos? Como é que aquelas pessoas que até ontem estavam tão bem, ou pelo menos não estavam tão mal, de repente explodem com aquela violência incontrolável? Como é que acontece uma coisa dessas?

Ninguém merece. Ou explica.

Durante os feriados, no auge da confusão, o Dines escreveu um artigo que estou para recomendar a vocês desde então; pois aqui está ele -- com uma semana de atraso mas, em compensação, junto com outro, igualmente imperdível, do Luiz Garcia.




Mais boa leitura...

Pequena amostra de um grande artigo do Cláudio de Moura Castro, um dos mais argutos observadores de tudo -- gente, coisa, países -- que conheço, sempre ótimo escritor:

"É de se reconhecer que algo mudou nas dietas americanas, não é mais a velha culinária do cachorro quente e do hambúrguer. Chegaram a pizza e o taco, ambos eminentemente portáteis e rápidos, como exige o país da eficiência. Não há fidelidade às raízes culturais da culinária, que de resto sequer existem. Vale tudo, mexicano ou italiano, não importa a bandeira, desde que seja rapidinho. A falta de comprometimento com as artes culinárias é total. Não se discute comida, não faz parte do imaginário, não se gasta muito tempo com assunto tão trivial e menor. Culinária não é uma arte nem maior nem menor. É uma operação logística.

O americano sofisticado se preocupa com comida, mas é no aspecto bioquímico da nutrição. E aí vem o exagero. Conta calorias, consulta o teor de sódio, reduz o sal, exorciza o colesterol, se enche de verdes, e engole uma pastilha de fibra se a dieta da tabela não foi atendida. Está em pauta a balança e não a poesia culinária."