14.1.02




iPhoto: eu quero, tu queres, ele quer...

Escrito ainda na semana passada em S.FCO, mas postado apenas agora, em AUSTIN, TX -- Prometi há alguns posts falar sobre o iPhoto mas, depois de escrever esta matéria para a edição de hoje do Info etc., me senti muito cansada para continuar tecendo variações em torno do mesmo tema; perdão, pois, pelo atraso. O problema é que, entre o ritmo acelerado da MacWorld, uma passagem relâmpago por Los Angeles e uma tosse enjoadíssima que não me larga desde que saí do Rio, cheguei ontem aqui a Austin (onde moram os meus netinhos LIIINDOS!!!) cansada demais até para... me conectar, vocês acreditam?! Por isso, aliás, é que não tenho respondido aos e-mails que me têm sido enviados. Não é falta de educação não, meninos, é falta de tempo mesmo: prometo responder assim que voltar para casa.

Como a essa altura sabem aqui até as pedras da rua (para grande irritação de Bill Gates, que mesmo vestido de Harry Potter na abertura da CES em Las Vegas não conseguiu ser tão notícia quanto Steve Jobs, vestido com a mesma velha calça azul e desbotada de sempre), o iMac foi planejado (como o tablete Myra da Microsoft) para ser uma espécie de centro da vida digital, o ponto de convergência de toda a parafernália que hoje nos cerca, de players de MP3 a PDAs, passando por câmeras de video, celulares e, lógico, máquinas fotográficas. Para isso há, do lado de trás da já famosa base semi-esférica, duas saídas FireWire e cinco saídas USB -- nas quais se pode, incidentalmente, pendurar até 128 periféricos. Nenhuma serial e, graças aos céus, nenhuma paralela: a idéia é espetar ou desespetar da máquina o que for preciso, esteja ela ligada ou não, e partir para a ação sem que seja necessário configurar coisa alguma.

Tudo isso seria muito interessante como conceito, mas um fiasco como prática, se não houvesse, unindo todas essas possibilidades, uma boa base de software. E isso, é forçoso reconhecer, o iMac tem de sobra. Não há nada tão simples ou consistente para o usuário de gadgets digitais quanto o conjunto iTunes (MP3), iMovies (edição de vídeo), iDVD (criação de DVDs) e iPhoto.

Os primeiros elementos desse time já eram conhecidos, e até têm equivalentes no mundo PC; a grande novidade apresentada na MacWorld foi o iPhoto. E ele é, confesso, um dos motivos da minha atração pelo iMac -- até porque, entre outras coisas, acaba, de forma lógica e elegante, com as dificuldades de armazenagem das fotos digitais, grande dor de cabeça de quem não tem paciência (como eu não tenho) para renomear, no ato, arquivos obscuros como DSC02345 ou DCP_5678 -- nomes pelos quais atendem as fotos que faço, respectivamente, com a Sony P1 e a Kodak DC4800.

Em vez disso, imaginem o seguinte: faz-se uma série de fotos, conecta-se a máquina ao computador, que a reconhece automaticamente e importa todas as imagens para um diretório que usa a mais simples das analogias -- um rolo de filme.

Terminada a operação, aparece na tela a imagem deste rolinho, trazendo ao lado thumbnails de todas as fotos que ele contem. O "rolo" pode ser rebatizado à vontade, os thumbnails podem ser rearranjados de acordo com o tema, mas aquele grupo está lá, com a data do dia, como um conjunto de negativos arrumado numa gaveta.

A visualização dos thumbnails é, por sinal, extremamente rápida e fácil. Pode-se ver um filme, uma pasta, um certo jogo de fotos marcadas por determinadas características comuns -- "favoritos", por exemplo, ou "gatos", ou "viagens" -- ou, ainda, todas as imagens, e ao mesmo tempo. Apontar o mouse para cima ou para baixo aumenta ou diminui o tamanho das fotos instantâneamente, e esta é uma característica que, como o iMac em si mesmo, só se consegue apreciar de verdade vendo o seu funcionamento ao vivo.

Além disso, o iPhoto torna extremamente simples a impressão e a disponibilização on-line das fotos, a criação de slideshows, sua queima em CDs e pedidos de cópias à Kodak. Para quem acha que isso é pouco, há ainda um programa de paginação com seis templates diferentes que permitem a criação de álbuns com uma, duas, três ou quatro fotos por página. Encomendados online, eles se transformam em livrinhos de capa dura, com até 50 páginas, impressas em papel couchê. Lindos!

Mas isso, por enquanto, ainda não funciona para usuários brasileiros. Quem quiser um livrinho desses -- e tenho a ligeira impressão de que não há fotógrafo digital no planeta que não queira pelo menos meia dúzia -- tem que ter cartão de crédito e endereço americanos.

Tá bom, tá bom -- apesar do entusiasmo de alguns de vocês pela minha paixão fulminante pelo iMac2 -- eu nunca disse que a Apple era perfeita, disse? ;-)

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