7.1.02




Me engana que eu gosto

S. FCO -- A "segurança" nos vôos aqui nos Estados Unidos continua sendo uma piada. Fazem perguntas primárias: "Há algum explosivo na sua bagagem?" Passam aquele detector de metais ao longo do corpo da gente. Agora -- novidade! -- mandam levantar o pé para olhar a sola do sapato (pelo menos, aquele desenho bonitinho dos Kukini Nike está tendo os seus 15 minutos de fama). Se você é sorteado, reviram as suas malas, mandam ligar o notebook, fazem meia dúzia de perguntas. Mas as minhas câmeras digitais, cujo espaço de bateria daria para camuflar diversas coisas mal intencionadas, passam incólumes, assim como o meu gel de cabelo em spray, onde um terrorista criativo poderia estocar uma quantidade de Sarin suficiente para abater um metrô de Tóquio, quem dirá um aviãozinho da American Airlines.

Pior que isso é o Brasil tentando fazer "a sua parte". As filas na Federal, para entrar para a área de embarque, estão cada vez mais lentas; a revista dos passageiros, idem. Quando você acha que já passou por tudo, esqueça: na porta do avião há dois ou três agentes revirando mochilas e maletas de mão com aquele ar compenetrado de quem está salvando o mundo. Resultado? Duas horas de atraso na saída do avião que, somadas às filas e inspeção em Miami (sim, meninos, eu fui sorteada) me fizeram perder a conexão para São Francisco. Neste momento, estou quicando a bordo de um avião que vai para Los Angeles, de onde, enfim, pegarei -- duas horas depois, se ninguém mais me revistar -- um teco-teco pra São Francisco. Resultado: em vez de chegar à cidade às 10h30, vou chegar, com sorte, às 15h.

Mas eles acham que assim os céus da América estão seguros.

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