25.1.02




Sem comentários II



Um dos papos recorrentes em relação à internet é a pouca disposição manifestada pelos usuários de pagar pelos serviços que consomem. Eu não estou tão certa disso. Minha impressão é que as pessoas não pagam pelo que não precisam, mas não se importam em pagar pelo que de fato apreciam e acham necessário -- uma vez que o preço seja razoável.

Um exemplo: durante uns tempos, o New York Times fechou as porteiras a quem não fizesse assinatura do seu serviço on-line. Eu, que adoro o NYT e era leitora assídua, fiquei sentidíssima, mas disse adiós sem maiores traumas, e continuei lendo o Mercury News, o SF Chronicle e o Los Angeles Times na santa paz. Tanta gente pensou assim que, rapidinho, o NYT voltou atrás, e partiu para um sistema mais inteligente de captação de recursos: venda de material do arquivo. Claro: quem precisa de uma matéria antiga paga sem chiar os U$ 2.50 pedidos (como eu mesma já paguei algumas vezes). Mas há uma grande diferença entre precisar de material de arquivo, e apenas ter vontade de ler o jornal.

O princípio que está por trás da tese do internauta não-pagante me parece semelhante aos cálculos da indústria de software, que acha que todo usuário de cópia pirata é, em tese, um elemento pagante. Sem chance. Eu gosto muito do Thumbs Plus, para dar mais um exemplo pessoal, mas não chego a gostar os U$ 79,95 que a Cerious pede; já do Eudora estaria disposta a gostar até mais do que os U$ 49,95 do afeto comprovadamente demonstrado via Amex.

Foi este tipo de afeto que me levou a tirar o banner de cima deste blog. Aqueles banners não me irritavam (eles estão entre os mais toleráveis do ciberespaço), mas acho apenas justo dar uma força à galera do Blogger e do Blogspot. Da mesma forma, estaria disposta a demonstrar o meu carinho e (razoável) gratidão a um sistema de comentários que não nos deixasse na mão.

Vocês também não estariam?

E, com esta pergunta, o internETC. orgulhosamente inaugura um novo feature...

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