31.3.09
30.3.09
Sorte ou azar?
Fiquei muito impressionada com a tomografia computadorizada da cabeça do sujeito que estava fazendo pesca submarina, e foi atingido pelo próprio arpão.
Grande azar, certo?
Quase. Porque chegou lúcido ao hospital, foi operado e lúcido continua: os médicos dizem que nenhuma parte nobre foi atingida.
Baita sorte, com certeza; mas uma baita sorte depois do baita azar de ser atingido pelo próprio arpão classifica como baita sorte?
Toda vez que vejo sobreviventes de desastres e calamidades falando que tiveram sorte ou foram protegidos por Deus, fico pensando sobre isso. Porque a sorte grande, de verdade, é estar longe do desastre e só saber da calamidade pelos jornais; mas aí, como se pode constatar a sorte?
Para mim, essa é uma questão filosófica que ainda não foi devidamente esmiuçada.
Arghhhhh!!! II
MMSs podres: a novela continua
Nada como ter bons leitores! Na semana passada, eu terminava a coluna perguntando se havia advogados na casa; estava (estou!) indignada com as operadoras que põem propaganda não solicitada nas mensagens de MMS. Pois havia vários; agradeço a todos a gentileza e a boa-vontade em esclarecer a questão. Entre eles, escolhi o Derval Barros para ser co-autor da coluna de hoje. Vejam o que diz em relação ao assunto:
Então, pessoas, aí está a saída: Anatel neles!
* * *
Errei num ponto daquela coluna: a Vivo continua, sim, pondo o raio do bonequinho na esteira das imagens! Achei que tinha parado quando, na verdade, eu é que parei de enviar MMS pela conta Vivo. Como ela está no iPhone, e o iPhone não tem MMS, envio as fotos por email – e, no email, ainda não há tags abusivas (mas algo me diz que não perdemos por esperar). Quem usa MMS, porém, tem que sair pela internet afora fazendo faxina depois de cada MMS enviado. Atenção, Vivo: isso é o fim da picada! Não se faz!
* * *
A Claro ligou, dando uma explicação para o inconvenientíssimo banner que tasca nas nossas mensagens. Ele seria uma espécie de confirmação oficial de que aquele é um MMS autêntico, e não mais uma mensagem de spam ou vírus na linha do “Você recebeu um foto-torpedo Claro”. Ao mesmo tempo, informa que já está trabalhando numa solução para resolver a questão. Menos mal.
* * *
A TIM, que acusei de incompetência por subir três MMS sempre que envio apenas um, calada estava e calada permanece. Como na clássica anedota do gorila, não ligou, não mandou nem uma cartinha, nem um telegrama... ou MMS! O serviço está tão ruim que acho que já se acostumou com usuários à beira de um ataque de nervos. Uma reclamação a mais ou a menos que diferença faz, não é mesmo?
(O Globo, Revista Digital, 30.3.2009)
Nada como ter bons leitores! Na semana passada, eu terminava a coluna perguntando se havia advogados na casa; estava (estou!) indignada com as operadoras que põem propaganda não solicitada nas mensagens de MMS. Pois havia vários; agradeço a todos a gentileza e a boa-vontade em esclarecer a questão. Entre eles, escolhi o Derval Barros para ser co-autor da coluna de hoje. Vejam o que diz em relação ao assunto:
“O Código de Defesa do Consumidor trouxe ao nosso direito, entre outros princípios e orientações, os da boa-fé e da equidade. Em síntese, espera-se que os prestadores de serviço atuem de forma razoável a não impor vantagens excessivas em detrimento do consumidor, e, ainda, que atuem de forma a harmonizar as relações de consumo.
Neste caso, a inserção de anúncio publicitário vinculado a um serviço devidamente pago pelo consumidor pode ser caracterizado como fato abusivo, justamente pelo motivo que você citou: se eu pago pelo serviço, não posso ser meio de publicidade. Ou, então, eles que oferecessem o serviço de graça. Ao colar uma propaganda no seu MMS, eles estão, com certeza, violando o princípio da boa-fé e da equidade. O próprio Código de Defesa do Consumidor defende o aqui explanado:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (...) V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva.
De qualquer modo, o próprio bom senso indica que a atitude das operadoras é ilícita e abusiva. Algo, em suma, para uma reclamação a ser dirigida à Anatel.” (Derval Barros, advogado OAB/RJ 124.084)
Então, pessoas, aí está a saída: Anatel neles!
* * *
Errei num ponto daquela coluna: a Vivo continua, sim, pondo o raio do bonequinho na esteira das imagens! Achei que tinha parado quando, na verdade, eu é que parei de enviar MMS pela conta Vivo. Como ela está no iPhone, e o iPhone não tem MMS, envio as fotos por email – e, no email, ainda não há tags abusivas (mas algo me diz que não perdemos por esperar). Quem usa MMS, porém, tem que sair pela internet afora fazendo faxina depois de cada MMS enviado. Atenção, Vivo: isso é o fim da picada! Não se faz!
* * *
A Claro ligou, dando uma explicação para o inconvenientíssimo banner que tasca nas nossas mensagens. Ele seria uma espécie de confirmação oficial de que aquele é um MMS autêntico, e não mais uma mensagem de spam ou vírus na linha do “Você recebeu um foto-torpedo Claro”. Ao mesmo tempo, informa que já está trabalhando numa solução para resolver a questão. Menos mal.
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A TIM, que acusei de incompetência por subir três MMS sempre que envio apenas um, calada estava e calada permanece. Como na clássica anedota do gorila, não ligou, não mandou nem uma cartinha, nem um telegrama... ou MMS! O serviço está tão ruim que acho que já se acostumou com usuários à beira de um ataque de nervos. Uma reclamação a mais ou a menos que diferença faz, não é mesmo?
(O Globo, Revista Digital, 30.3.2009)
29.3.09
Muito bom!
É uma palestra. Sobre música clássica. E está em inglês. Mas, para quem for capaz de entender a língua, recomendo: é sensacional.
(Valeu, Andre Breitman!)
28.3.09
Sobre a Malásia
Recebi um ótimo email do David Zisman, cozinheiro do Nam Thai, comentando o que escrevi sobre a Malásia na quinta-feira:
"Gostaria de acrescentar que é um pais absolutamente encantador. Povo gentil e educado, respeito à religião (são muçulmanos e você não encontra bebida alcóolica ou carne de porco, salvo em alguns hotéis) e bastante preparados para o turismo.
A comida é fantástica, é um paraiso para foodies em geral. Come-se bem nas ruas e mercados por preços em torno de um dólar.
Além dos povos descritos na coluna, você tem os remanescentes de uma cultura resultante da fusão de imigrantes chineses que casaram com mulheres malaias. Deste casamento, nasceu uma cultura única com reflexos na culinária, vestuário, moda, arquitetura e decoração. Em cidades como Penang e Melaca, você ainda encontra descendentes desta cultura. São conhecidos como nyonya.
Gostaria de ressaltar que é muito fácil e barato viajar para os países do sudeste e peninsula malaia. Os hotéis são de primeiríssima e custam em torno de 50 dolares a diária com café da manhã. Eles são seguros, e tudo que o visitante precisa tal como -- hotel, transporte, passeios, alimentação -- é muito barato."
Pronto -- taí mais um destino para a gente anotar na wishlist...
27.3.09
O fim do mundo ao alcance de todos
No Frontline da PBS, Inside the Meltdown, excelente documentário sobre A Crise. O programa está todo online, em texto e video; e eu senti um arrepio quando li a primeira frase e me lembrei de ver do ônibus, em Nova York, um monte de gente do lado de fora de um banco.
Perguntei a alguém do que se tratava, e recebi a resposta de que eram clientes e funcionários do Lehman Brothers, que havia quebrado.
Um banco quebrado, mesmo do tamanho do Lehman Brothers, não chegava a ser algo excepcional no meu radar: bancos quebram de vez em quando e nem por isso o mundo acaba.
O dia estava bonito, o dólar estava barato, e não pensei no assunto até ler o NYT do dia seguinte, e perceber que, dessa vez, o buraco era mais embaixo. Entender o que estava acontecendo só vim a entender depois de voltar para casa e conversar com a Sábia Coruja; até então, eu não tinha idéia do que era subprime ou toxic assets.
De qualquer forma, passados todos esses meses, e mesmo em retrospecto, é difícil acreditar que ali, na minha frente, estava o começo da "marolinha" que varreu o mundo.
O transito fluia bem, e nem tive tempo de tirar uma foto.
Perguntei a alguém do que se tratava, e recebi a resposta de que eram clientes e funcionários do Lehman Brothers, que havia quebrado.
Um banco quebrado, mesmo do tamanho do Lehman Brothers, não chegava a ser algo excepcional no meu radar: bancos quebram de vez em quando e nem por isso o mundo acaba.
O dia estava bonito, o dólar estava barato, e não pensei no assunto até ler o NYT do dia seguinte, e perceber que, dessa vez, o buraco era mais embaixo. Entender o que estava acontecendo só vim a entender depois de voltar para casa e conversar com a Sábia Coruja; até então, eu não tinha idéia do que era subprime ou toxic assets.
De qualquer forma, passados todos esses meses, e mesmo em retrospecto, é difícil acreditar que ali, na minha frente, estava o começo da "marolinha" que varreu o mundo.
O transito fluia bem, e nem tive tempo de tirar uma foto.
Da série: É cada uma...
Acabo de passar por um forum violentíssimo, daqueles onde pessoas com péssima ortografia e pior sintaxe e educação, ficam se acusando mutuamente de ignorantes e exibindo o que há de pior na alma humana.
A certa altura, o dono da casa teve de interferir:
E o que fez ferver o sangue do povo? Política? Futebol? Religião?
Nada disso. O bicho pegou por causa de... ópera!
A discussão era se Thomas Hampson, um dos grandes barítonos da atualidade, tem ou não tem estofo para interpretar certos personagens de Wagner ou Verdi.
Então tá, né?
A certa altura, o dono da casa teve de interferir:
"Readers: Please do not respond to Picapin's posts. He is not longer allowed to post here.Para quem não lê inglês: basicamente, ele pede que os leitores parem de responder a um dos comentaristas, e manda que a turma se comporte, ou vai ter que moderar a discussão.
(....) You will engage in meaningful, respectful, debate or else I will moderate.
Name calling is not meaningful or respectful, despite what your high school buddies taught you."
E o que fez ferver o sangue do povo? Política? Futebol? Religião?
Nada disso. O bicho pegou por causa de... ópera!
A discussão era se Thomas Hampson, um dos grandes barítonos da atualidade, tem ou não tem estofo para interpretar certos personagens de Wagner ou Verdi.
Então tá, né?
Emergência felina!
Alguns dos gatos, em foto do P.A.
Nosso amigo Paulo Afonso, do Alma Carioca, pede socorro para os gatos de Iguabinha:
"Certa vez salvei dois filhotes de bem-te-vis que caíram do ninho. Cuidei deles até ficarem adultos. Antes disso tentei soltá-los, mas não se afastaram de mim. Quando adultos, finalmente, foram devolvidos à natureza, mas não sobreviveram. Seus próprios pares se encarregaram de matá-los.
Fica a pergunta: Até que ponto devemos interferir na natureza? Teria sido melhor fechar os olhos e ignorar os dois filhotes agonizando no chão?
Neste momento enfrento situação parecida, quando tento obter abrigo para uma dezena de gatos nascidos e criados nas ruas de Iguabinha. A dupla inicial se transformou em 10, que já são 14 desde o último fim de semana, e deverão ser 50 até o meio do ano. Isto, se não morrerem antes. Um condomínio resolveu o problema do crescimento populacional sem controle de uma forma drástica: exterminou todos eles.
A esterilização gratuita não existe por aqui. Os veterinários cobram R$200,00 por fêmea e R$150,00 por macho. Este preço é apenas para a esterilização, sem medicamentos e vacinas.
Conseguimos, no Rio, uma veterinária humanista que faz, simbólicamente, a esterilização por R$20,00 (vinte reais), oferecendo um pós-operatório de 5 dias e vacinação. Considerando o custo da ração, esse valor nem cobre as despesas. O transporte de ida e volta, caso não sejam adotados até o dia de retorno, custa R$ 300,00 para as duas viagens.
Assim, peço a quem ama os animais e possa colaborar com qualquer quantia, que ajude na obtenção dos R$500,00 necessários para a empreitada.
Quem puder ajudar, até com 10 reais, basta transferir a doação para a conta da alma generosa que está coordenando a “Operação Iguabinha“:
Valeria Serra Cordeiro
Banco do Brasil
Agência 1569-5
Conta corrente 10838-3
Obrigado a todos."
Tanto o Paulo Afonso quanto a Valéria são pessoas de grande valor, a quem quero muito bem e em quem confio 100%. Acho que se cada um de nós fizer o depósito que puder, logo chegaremos ao que eles precisam. Eventuais "sobras de campanha" serão utilizadas na compra de ração, remédios e o que mais os bichinhos precisem.
Eu, hein...
Na quarta-feira, depois de cortar o cabelo, fui fazer compras. Perto de mim, uma moça me olhava, olhava de novo e, a certa altura, tomou coragem:
-- Você é a filha da Cora Rónai?
-- Não, sou a Cora, mesmo.
-- Nossa! Mas você é muito mais nova do que eu pensava! Adoro as suas crônicas...
Perguntei o nome dela, agradeci a gentileza e fomos cada uma para um lado. E eu, até agora, estou meio passada com a história: afinal, quantos anos ela pensava que eu tinha?!
-- Você é a filha da Cora Rónai?
-- Não, sou a Cora, mesmo.
-- Nossa! Mas você é muito mais nova do que eu pensava! Adoro as suas crônicas...
Perguntei o nome dela, agradeci a gentileza e fomos cada uma para um lado. E eu, até agora, estou meio passada com a história: afinal, quantos anos ela pensava que eu tinha?!
26.3.09
O mundo em quadrinhos
Meu Pai nasceu em 1907 e, embora tenha passado a infância sem sobressaltos numa Budapeste sofisticada e cosmopolita, seus anos de tranqüilidade duraram pouco: logo foi levado de roldão pela dramática História européia do século passado. Sobreviveu por milagre e, tendo que reconstruir aqui a vida que lá fora desfeita, não teve nem o tempo nem os meios para levar adiante sua grande vocação de viajante. Passeou o que lhe foi dado e o que pode, e que nem foi pouco, mas tenho certeza que, fossem outras as circunstâncias, teria feito pelo menos meia dúzia de voltas ao mundo.
Sei disso porque herdei dele a mesma inquietação que, em alemão, tem um nome tão apropriado quanto intraduzível: wanderlust, a ânsia de vagar. Não consigo ouvir o motor de um avião sem pensar para onde vai (e sem uma pontinha de inveja de quem está a bordo). Nos aeroportos e nas estações de trem européias, paro fascinada diante das informações sobre chegadas e partidas, olhando para todos aqueles destinos como um ser esfomeado diante do cardápio do Lamas.
A curiosidade de Papai a respeito do planeta era inversamente proporcional aos fundos de que dispunha para conhecê-lo. Assim é que, na impossibilidade de percorrer o mundo todo, guardava, zelosamente, os pedacinhos de mundo que nos chegavam em casa. Era ávido colecionador de selos e de cartões postais, que organizava por países e temas. Para a coleção não valiam exemplares comprados em lojas especializadas; todos tinham que ter sido enviados para algum de nós ou, no máximo, adquiridos por nós ou por conhecidos no país de origem. Acho que, com isso, ganhavam legitimidade aos seus olhos. Nunca se interessou por selos raros, nem teve qualquer interesse em saber o valor dos que tinha. Aquilo era diversão, não era comércio.
Quem não consegue mais imaginar diversão sem pilha, bateria ou tomada pode estranhar, mas garanto: ver selos e cartões postais com Papai era uma viagem, em todos os sentidos da palavra. Nos selos havia bichos, plantas, pessoas importantes. Nos cartões, lugares exóticos e distantes, que aguardavam a nossa visita. Acho que não há cidade relevante no mundo ocidental da qual eu não tenha pelo menos idéia desde a infância: em algum lugar da memória, carrego milhares de praças, pontes e vistas panorâmicas. Quando chego a alguma delas pela primeira vez, e finalmente junto o nome à pessoa, cria-se uma sensação de intimidade impossível de descrever.
Por isso mantenho, até hoje, o hábito de enviar cartões postais; e por isso, também, não tenho coragem de jogar fora os que recebo. Não chego a catalogá-los, como Papai fazia, mas guardo-os pelas várias caixas que enfeitam a casa. De vez em quando abro uma delas em busca de uma caneta ou de moedinhas para completar um trocado e, sem querer, me lembro de um amigo, de um restaurante, de um lugar.
Já os selos voltaram à minha vida há pouco tempo, mais exatamente quando a encomenda de uns DVDs que fiz no eBay veio com lindos selos da Malásia. Escrevi um email para a vendedora agradecendo o capricho, e descobri porque os tinha recebido: é que ela colecionara selos durante anos, e agora aproveitava parte da coleção para pagar a postagem. Tinha folhas e folhas de selos não separados, séries especiais, sequencias completas – enfim, todas essas especialidades filatélicas que, com certeza, terão um nome “científico” que desconheço. Quando fiz outra encomenda, minha já amiga Li caprichou, e colou selos em toda a superfície visível do pacote. Não tenho certeza se, diante de um mapa sem os nomes dos países, eu saberia apontar direito onde fica a Malásia; mas, baseada neste único pacote, posso afirmar que, se não faz os selos mais bonitos do mundo, chega perto.
Através da amizade com Li descobri outras coisas. Notei que a sua caligrafia dos caracteres ocidentais, sempre difícil para quem usa outro alfabeto, era muito boa, e perguntei se havia estudado fora. Não, respondeu; foi educada em inglês e chinês. E me ensinou que no país existem três grupos étnicos distintos (chineses, indianos e malaios), que conservam suas línguas e tradições. O idioma comum de quem tem educação é inglês. Eu sei que o Google e a Wikipédia estão aí para que a gente encontre informações do gênero – mas quando é que a Malásia entraria no meu radar se não fosse pelo talento dos artistas gráficos que desenham seus selos?
Outro fornecedor de DVDs exóticos que se tornou amigo me mandou recentemente, dos Estados Unidos, um pacote com uma série de selos fantástica dos gibis da Marvel. Escrevi agradecendo, é claro, e contando quanto tinha aprendido com Li e com os lindos selos da Malásia. Adorei a resposta: “O eBay funciona melhor do que a ONU para promover o entendimento entre os povos”.
É por aí mesmo.
(O Globo, Segundo Caderno, 26.3.2009)
25.3.09
24.3.09
No estudio da TVE
Para depois vocês não dizerem que eu não aviso...
Daqui a pouco vou participar do Observatório da Imprensa, na TV E.
Invasão de havaianas
A coleção de primavera das Havaianas foi lançada, na Europa, com uma série de instalações nos pontos estratégicos de algumas capitais.
Mais aqui.
A pergunta que não quer calar: quanto tempo duraria uma instalação dessas no Brasil?:
Emergência felina!
Pessoas, esse caso é sério e estranho.
A gatinha da foto é a Sapeca, do Parque Lage. É uma gata muito querida, uma das mais adoráveis de lá.
Pois ela foi levada no dia 15 de março, entre 13h00 e 13h30, por um sujeito esquisito, que a carregou e pulou o muro do parque, atravessou correndo a rua Jardim Botânico e pegou o ônibus circular 584 (Cosme Velho/Leblon).
A Preci já tentou localizá-la de todas as formas, e até agora nada.
Há até recompensa para quem encontrá-la.
Se alguém que mora na área souber de alguma coisa, por favor avise; pode ser aqui pelo blog mesmo, ou pelo email da Preci.
Os 10+ browsers e uma pequena pensata
Para quem gosta dessas coisas, aí estão os dez principais browsers usados pelos leitores do blog. Gostei de ver como já tem gente com o Firefox, mas fiquei surpresa com a ausência do Opera, que é um dos meus favoritos, precursor de muitos features depois incorporados pelos demais.
Além desses, há outros 16, com menos de 18 usuários cada um, que não foram listados:
MSIE 7.0 | 1,165
Firefox 3.0 | 947
MSIE 6.0 | 551
Chrome 1.0 | 166
Safari 525 | 112
Firefox 2.0 | 87
MSIE 8.0 | 40
Safari 528 | 34
Firefox 3.1 | 22
Netscape 6 | 18
Eu não checava o contador há tanto tempo que esqueci a senha, e o pior é que nem tenho como recuperá-la, porque o email registrado ainda é o da well.com, que abandonei definitivamente. Lamento apenas ter perdido o total de visitas desde que o blog é blog, porque esses números são sempre divertidos.
Tudo isso porque, na sexta, apareceu aqui nos anunciozinhos do Google a propaganda de um certo web-stat.com -- e embora seja proibido ao dono do blog clicar em seus próprios anúncios, fui lá ver do que se tratava.
Pareceu bem feito, ofereceu 30 dias de experiência e instalei; mas é curioso como, com o tempo, a gente perde o interesse pelo número de acessos. Nos primórdios do blog, eu checava o contador várias vezes por dia, conferia quem tinha vindo de onde e como -- essas coisas, enfim, que fazemos quando tudo é novidade.
Depois vira rotina, e o que passa a importar é o que de fato importa: a interatividade e o nível nas caixas de comentário. Dos quais, salvo raríssimas exceções, realmente não tenho queixas... :-)
Além desses, há outros 16, com menos de 18 usuários cada um, que não foram listados:
MSIE 7.0 | 1,165
Firefox 3.0 | 947
MSIE 6.0 | 551
Chrome 1.0 | 166
Safari 525 | 112
Firefox 2.0 | 87
MSIE 8.0 | 40
Safari 528 | 34
Firefox 3.1 | 22
Netscape 6 | 18
Eu não checava o contador há tanto tempo que esqueci a senha, e o pior é que nem tenho como recuperá-la, porque o email registrado ainda é o da well.com, que abandonei definitivamente. Lamento apenas ter perdido o total de visitas desde que o blog é blog, porque esses números são sempre divertidos.
Tudo isso porque, na sexta, apareceu aqui nos anunciozinhos do Google a propaganda de um certo web-stat.com -- e embora seja proibido ao dono do blog clicar em seus próprios anúncios, fui lá ver do que se tratava.
Pareceu bem feito, ofereceu 30 dias de experiência e instalei; mas é curioso como, com o tempo, a gente perde o interesse pelo número de acessos. Nos primórdios do blog, eu checava o contador várias vezes por dia, conferia quem tinha vindo de onde e como -- essas coisas, enfim, que fazemos quando tudo é novidade.
Depois vira rotina, e o que passa a importar é o que de fato importa: a interatividade e o nível nas caixas de comentário. Dos quais, salvo raríssimas exceções, realmente não tenho queixas... :-)
23.3.09
Da série "É cada coisa que se vê"
Este post é pro Millôr
O rapaz podia ter estudado violino, piano, fagote, o que quisesse... mas ouçam só o som que tira das taças!
O melhor é que o repertório é perfeito para o, digamos, "instrumento".
Arghhhhh!!!
Incompetência na TIM, pirataria na Claro
Estou vivendo um verdadeiro pesadelo no blog, graças à incompetência e incompreensão do que seja um MMS por parte das operadoras, mais especificamente Tim, no primeiro caso, e Claro, no segundo. Explico: tenho dois ótimos celulares com câmera, um Sony Ericsson K790 e um Nokia N95, com contas da Claro e da Tim, respectivamente; e um iPhone, que considero apenas um internet tablet, com uma conta da Vivo.Pois do jeito que as coisas estão, apesar de ter três celulares, não tenho uma única ferramenta para atualização do blog em tempo real, coisa que faço, já há alguns anos, através de fotos. A TIM, incompetente de pai e mãe, ou não sobe foto alguma, ou sobe três de uma vez, sendo que cada uma se transforma num post separado, com respectiva área de comentários.
Já a Claro usa as minhas fotos (cujo envio, aliás, é regiamente pago), para fazer propaganda dos seus serviços -- propaganda essa que sequer entra logo abaixo da foto, mas ocupa todo um post separado. Para o leitor, fica a impressão de que eu postei uma foto e, logo em seguida, um anúncio da Claro, com direito a comentários e tudo.
Estou certa de que isso, além de absurdo, deve configurar crime de alguma natureza: desde quando uma empresa tem direito de se intrometer no blog alheio, sem pedir licença?! Desde quando uma empresa pode pegar carona num serviço que é paga para executar para roubar espaço publicitário?!
A Vivo, que fazia a mesma coisa estampando uma imagem do bonequinho e uma frase que me tirava do sério ("Essa imagem foi gerada pela Vivo" -- uma pitomba! foi gerada por mim e pelo meu celular), parou com isso; mas, infelizmente, a conta Vivo é a do iPhone, que como câmera não vale dez réis de mel coado, como se dizia nos tempos d'antanho. Que é, exatamente, onde me sinto agora, a despeito de toda a tecnologia que nos cerca.
As operadoras deviam usar a cabeça e aproveitar a possibilidade de incluir propaganda nos MMS, não para fazer pirataria do espaço alheio, mas para oferecer aos usuários a opção de um serviço subsidiado. Quem quisesse enviar MMS de graça, poderia, eventualmente, optar pela modalidade com anúncios, como acontece com alguns softwares; quem quisesse os MMS limpinhos, como eles devem ser, pagaria pelo serviço. Mas cobrar do usuário e ainda usar seu trabalho como veículo publicitário é a) abuso; b) cara de pau; c) má-fé; e d) todas as opções acima.
Alô, alô: há algum advogado na casa?!
(O Globo, Revista Digital, 23.3.009)
Em tempo, como já expliquei no post sobre este mesmo assunto: Fui injusta. A Vivo continua com isso! A única diferença é que, como passei a usar a conta no iPhone, deixei de usar MMS, e passei a mandar as poucas e eventuais fotos pelo email. Por MMS a palahaçada continua.
22.3.09
Está melhorzinho...
Conversa com a Lilian
Há algumas semanas, a Lilian Marçal escreveu um comentário que me deixou intrigada. Num dos meus posts sobre filmes indianos, fez uma referência qualquer à língua original que me chamou a atenção, depois me esqueci de perguntar e o tempo passou.
No outro dia, prontificou-se a ficar com o DVD paquistanês sem legendas que recebi, e aí, finalmente, me lembrei de perguntar se ela falava essas línguas todas, e como tinha aprendido.
Adorei a resposta, porque acho que com cada nova língua se abre um mundo completamente novo, e eu admiro demais quem tem tantos mundos:
Nossa. Foi tanta informação que preciso pensar melhor para decodificar tudo. Vamos lá. Lilian, diga se entendi certo ou não:
O urdu e o hindi são basicamente a mesma língua, apenas escritos com alfabetos diferentes;
Paquistaneses e indianos conseguem entender os filmes feitos num ou noutro país, mas não conseguiriam ler as legendas, é isso? Ou conseguiriam entender se alguém lhes lesse uma notícia de jornal do outro país, mas não saberiam lê-la por si mesmos?
O alfabeto árabe é o mesmo do urdu, OK. Agora, as línguas guardam alguma semelhança entre si? Seriam como, digamos, o português e o italiano ou o espanhol, que conseguem se entender com um pouco de boa vontade, ou como o português e o francês?
Persa e farsi são a mesma coisa, ou misturei tudo? E o pashto? Essa é do Afeganistão, né? E como essas línguas se relacionam entre si, em termos de compreensão? É sempre o mesmo alfabeto, mudam apenas as línguas? E, como entre o urdu e o hindi, dá para entender uma conhecendo a outra?
O bengali é diferente de tudo? Vi uma entrevista do Satyajit Ray em que ele dizia que os seus filmes tinham pouca penetração na Índia, em geral, por serem feitos em bengali, por isso pergunto.
Finalmente, o turco, que sei que não pertence ao mesmo ramo: antes da ocidentalização imposta pelo Kemal Ataturk, usava também o alfabeto árabe, ou algo completamente diferente?
Ufa. Acho que (por enquanto!) é só... :-)
No outro dia, prontificou-se a ficar com o DVD paquistanês sem legendas que recebi, e aí, finalmente, me lembrei de perguntar se ela falava essas línguas todas, e como tinha aprendido.
Adorei a resposta, porque acho que com cada nova língua se abre um mundo completamente novo, e eu admiro demais quem tem tantos mundos:
"Tudo começou com uma paixão pela vasta literatura do Subcontinente Indiano e Ásia Central: Tagore, Rumi, Mirza Ghalib, Ahmed Faiz, Hafez, Saadi, etc... Lia o que podia em inglês, mas queria mesmo era entender os originais.
Eu aprendi urdu aqui no Brasil -- embora já tenha visitado o Paquistão -- estudando muito por meio de livros, dicionários e internet. Também contei com a ajuda de uma amiga paquistanesa e de um ex-namorado paquistanês, agora morando em Londres. Ajudou o fato de já conhecer o alfabeto árabe, que é o mesmo do urdu.
Consigo entender o hindi falado, pois é basicamente a mesma coisa. As diferenças gramaticais são míninas. Os alfabetos porém diferem, há também variações linguísticas devido às diferenças culturais e religiosas.
Com a mesma curiosidade e interesse, aprendi um pouco de persa e pashto (mas não sou fluente nessas línguas, ainda). Estudei árabe e inglês, sou formada em letras / tradução. Daí a paixão por línguas.
Ah, esqueci de mencionar o maravilhoso Omar Khayyam e seu Rubaiyat -- obra que me impulsionou a estudar todas aquelas línguas quase que de uma só vez. As versões em urdu e hindi (traduzidas do original em persa), dizia o tal namorado, também amante da literatura, eram muito, muito melhores que a versão em inglês do Fitzgerald."
Nossa. Foi tanta informação que preciso pensar melhor para decodificar tudo. Vamos lá. Lilian, diga se entendi certo ou não:
Ufa. Acho que (por enquanto!) é só... :-)
21.3.09
Um filme muito interessante
É propaganda de um estilo de vida radical, o vegan, que não consome qualquer produto de origem animal.
Tirando uma irritante musiquinha de fundo, é lindo, tem informações importantes e curiosas e faz todo o sentido.
Eu tenho a maior inveja de quem já conseguiu chegar a esse ponto de perfeição; para mim, que estou na fase dos alimentos orgânicos, ainda está tão longe, que só na próxima encadernação.
Mas que é bacana, lá isso é.
Update: Eu vivo esse problema o tempo todo, amo animais e gosto muito de comer carne. Mais do que isso, acredito que somos onívoros por natureza, e que a necessidade de carne está embutida no nosso DNA. Se fossemos vegetarianos por natureza, os homens das cavernas não se arriscariam caçando, já que colher umas plantinhas aqui e ali sempre foi mais fácil e mais seguro do que matar javali a tapa.
Os verdadeiros animais vegetarianos sequer consideram carne comida, assim como, ao contrário dos cupins, nós sequer consideramos madeira alimento. Ponham um bife diante de um cavalo ou de uma vaca esfomeados, e eles vão continuar esfomeados.
A questão é que alguns de nós conseguem superar a sua natureza, e nisso, sinceramente, eu os invejo.
A minha força de vontade, ou fraqueza de vontade, para ser mais exata, não resiste nem a uma linguicinha frita.
Tirando uma irritante musiquinha de fundo, é lindo, tem informações importantes e curiosas e faz todo o sentido.
Eu tenho a maior inveja de quem já conseguiu chegar a esse ponto de perfeição; para mim, que estou na fase dos alimentos orgânicos, ainda está tão longe, que só na próxima encadernação.
Mas que é bacana, lá isso é.
Update: Eu vivo esse problema o tempo todo, amo animais e gosto muito de comer carne. Mais do que isso, acredito que somos onívoros por natureza, e que a necessidade de carne está embutida no nosso DNA. Se fossemos vegetarianos por natureza, os homens das cavernas não se arriscariam caçando, já que colher umas plantinhas aqui e ali sempre foi mais fácil e mais seguro do que matar javali a tapa.
Os verdadeiros animais vegetarianos sequer consideram carne comida, assim como, ao contrário dos cupins, nós sequer consideramos madeira alimento. Ponham um bife diante de um cavalo ou de uma vaca esfomeados, e eles vão continuar esfomeados.
A questão é que alguns de nós conseguem superar a sua natureza, e nisso, sinceramente, eu os invejo.
A minha força de vontade, ou fraqueza de vontade, para ser mais exata, não resiste nem a uma linguicinha frita.
Está doente, coitado: sinusite
Ele vive resfriado, por causa da mania de brincar com água. Mas de uns dias pra cá ficou caído, triste e sem paciência com a Lolita. Está com o nariz tão entupido que nem consegue respirar direito.
O Allexc esteve aqui, olhou e disse que está com sinusite. Resultado: de dez a 14 dias de antibiótico, coitadinho.
Dá pena ver esse bicho tão alegre jururu desse jeito... :-(
20.3.09
Uma experiência sensacional
Estava eu hoje tranquila, limpando a caixa postal, quando entrou uma mensagem do Sérgio:
"Se você estiver online, vá até hemingwayhome.com. Lá tem uma webcam onde se podem ver os gatos."
Antes de ele e a Bia saírem de férias para a Flórida, eu recomendei que, em Key West, visitassem o Museu Hemingway. É a casa do escritor, tal como era, com um detalhe muito legal: há dezenas de gatos, descendentes verdadeiros dos gatos de Hemingway.
Disso se pode ter certeza por um dado curioso: Hemingway tinha muitos gatos com seis dedos, característica genética que foi sendo transmitida de geração em geração. Quando estive lá, nos anos 90, ainda encontrei vários deles, todos muito mansos, é claro, por causa do convívio diário com quantidades de visitantes.
(Estive em outras casas de escritores espalhadas pelo mundo, mas em nenhuma me senti tão perto do antigo morador quanto nessa. Pegar os bichinhos no colo, sabendo que vinham numa linha direta de gatos que o próprio Hemingway acariciou e pegou no colo, me deu, de repente, uma grande intimidade com aquele homem, uma conexão feita através de uma espécie de túnel do tempo feito de vibrissas. Go figure!)
Bom, pois lá fui eu à URL enviada pelo Sérgio e, naturalmente, quem estava diante da câmera? Ele e a Bia, todos contentes. Bia, morta de saudades das gatas dela, tirando uma casquinha dos atuais habitantes quadrúpedes do pedaço, aparentemente bem satisfeitos com as atenções.
Mandei um email de volta, o Sérgio respondeu, mandei outro, a Bia mostrou a barriga (que está enorme!) e assim ficamos, teclando de um lado e do outro e eu, de cá, vendo os dois no quintal do Hemingway...
Foi ligeiramente surreal.
Só depois de nos despedirmos é que me ocorreu que podia ter telefonado; mas é gozado como uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
"Se você estiver online, vá até hemingwayhome.com. Lá tem uma webcam onde se podem ver os gatos."
Antes de ele e a Bia saírem de férias para a Flórida, eu recomendei que, em Key West, visitassem o Museu Hemingway. É a casa do escritor, tal como era, com um detalhe muito legal: há dezenas de gatos, descendentes verdadeiros dos gatos de Hemingway.
Disso se pode ter certeza por um dado curioso: Hemingway tinha muitos gatos com seis dedos, característica genética que foi sendo transmitida de geração em geração. Quando estive lá, nos anos 90, ainda encontrei vários deles, todos muito mansos, é claro, por causa do convívio diário com quantidades de visitantes.
(Estive em outras casas de escritores espalhadas pelo mundo, mas em nenhuma me senti tão perto do antigo morador quanto nessa. Pegar os bichinhos no colo, sabendo que vinham numa linha direta de gatos que o próprio Hemingway acariciou e pegou no colo, me deu, de repente, uma grande intimidade com aquele homem, uma conexão feita através de uma espécie de túnel do tempo feito de vibrissas. Go figure!)
Bom, pois lá fui eu à URL enviada pelo Sérgio e, naturalmente, quem estava diante da câmera? Ele e a Bia, todos contentes. Bia, morta de saudades das gatas dela, tirando uma casquinha dos atuais habitantes quadrúpedes do pedaço, aparentemente bem satisfeitos com as atenções.
Mandei um email de volta, o Sérgio respondeu, mandei outro, a Bia mostrou a barriga (que está enorme!) e assim ficamos, teclando de um lado e do outro e eu, de cá, vendo os dois no quintal do Hemingway...
Foi ligeiramente surreal.
Só depois de nos despedirmos é que me ocorreu que podia ter telefonado; mas é gozado como uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
MMS, o drama
E pesadelo do MMS continua. A situação está assim: tenho dois ótimos celulares com câmera, um Sony Ericsson e um Nokia N95, com contas da Claro e da Tim, respectivamente; e um iPhone, que considero apenas um internet tablet, com uma conta da Vivo.
Pois do jeito que as coisas estão, não tenho nenhuma ferramenta para atualização do blog em tempo real, através de fotos, como venho fazendo há tantos anos. A Tim ou não sobe foto alguma ou sobe três de uma vez; a Claro usa as minhas fotos, cujo envio é regiamente pago, para fazer propaganda -- o que, além de absurdo, deve configurar crime de alguma natureza. Desde quando uma empresa tem direito de se intrometer no blog alheio, sem pedir licença?!
A Vivo, que fazia a mesma coisa com o bonequinho, e com uma frase que me tirava do sério ("Essa imagem foi gerada pela Vivo" -- uma pitomba! foi gerada por mim e pelo meu celular, e transmitida pela Vivo), parou com isso; mas a conta Vivo é a do iPhone, que como câmera não vale dez réis de mel coado, como se dizia nos tempos d'antanho.
>>> CORTA!!!
Retiro o parágrafo anterior. A Vivo continua com isso. A única diferença é que, como passei a usar a conta no iPhone, deixei de usar MMS, e passei a mandar as poucas e eventuais fotos pelo email. Por MMS a palahaçada continua.
>>> VOLTA!!!
Que é, exatamente, onde me sinto, a despeito de toda a tecnologia que nos cerca.
Ô Claro! Ó Tim! Ei, Vivo!
Vocês não vão tomar vergonha na cara?!
Pois do jeito que as coisas estão, não tenho nenhuma ferramenta para atualização do blog em tempo real, através de fotos, como venho fazendo há tantos anos. A Tim ou não sobe foto alguma ou sobe três de uma vez; a Claro usa as minhas fotos, cujo envio é regiamente pago, para fazer propaganda -- o que, além de absurdo, deve configurar crime de alguma natureza. Desde quando uma empresa tem direito de se intrometer no blog alheio, sem pedir licença?!
A Vivo, que fazia a mesma coisa com o bonequinho, e com uma frase que me tirava do sério ("Essa imagem foi gerada pela Vivo" -- uma pitomba! foi gerada por mim e pelo meu celular, e transmitida pela Vivo), parou com isso; mas a conta Vivo é a do iPhone, que como câmera não vale dez réis de mel coado, como se dizia nos tempos d'antanho.
>>> CORTA!!!
Retiro o parágrafo anterior. A Vivo continua com isso. A única diferença é que, como passei a usar a conta no iPhone, deixei de usar MMS, e passei a mandar as poucas e eventuais fotos pelo email. Por MMS a palahaçada continua.
>>> VOLTA!!!
Que é, exatamente, onde me sinto, a despeito de toda a tecnologia que nos cerca.
Ô Claro! Ó Tim! Ei, Vivo!
Vocês não vão tomar vergonha na cara?!
19.3.09
Momentos de indescritível beleza
Acabei de, pela enésima vez, rever Kaos, dos irmãos Taviani.
Para mim, "Colóquio com a Mãe" é dos trechos mais comoventes já feitos na história do cinema.
A música de fundo, que chega a ser covardia, é esta ária da Barbarina (Constanze Backes, no video) em Le Nozze di Figaro, de Mozart.
Procurando mais, encontrei a versão abaixo, instrumental, interpretada da forma mais gostosa de ouvir (e fazer) música: na sala de casa. Com vocês, o Trio À La Carte (Erik Sunnerstam, na flauta, Staffan Sjögren, na guitarra, e Pia Forsberg, no cello).
Caso Sean: assim é se lhe parece
Tenho acompanhado, primeiro pela internet e agora por todos os cantos, a história do Sean, o garoto que vem sendo disputado pelo pai americano e pela família brasileira. E cheguei, finalmente, à minha conclusão definitiva: um bom juiz de vara de família é criatura que, ao morrer, merece ir direto para o céu, sem escala, com todas as mordomias da Primeira Classe! Uma coisa é discutir o caso na mesa de um bar, nas caixas de comentários dos blogs ou mesmo aqui nesta crônica, opinião amplificada porque sai no jornal mas, ao fim e ao cabo, só isso, uma opinião. Outra, bem diferente, é ter de tomar a decisão real que vai afetar, de forma dramática, a vida dos envolvidos. Ouve-se um lado, e os fatos são incontestáveis; ouve-se o outro, e é claro que tem toda a razão; ouve-se um terceiro e é por aí mesmo; e assim sucessivamente. Pirandello perde.
Como quase todo mundo, acho que o ideal para o garoto seria que o pai americano e a família brasileira entrassem em acordo, e que ele pudesse transitar livremente de um lado para outro, de um país para outro. Ao que tudo indica, Sean não corre maiores riscos nem nos Estados Unidos, nem aqui: afinal, se a briga está acontecendo é, em tese, por excesso, e não falta, de amor.
De qualquer forma, antes de ir adiante, aviso: não sou nada imparcial em relação ao caso. Ao contrário de quase todo mundo, pelo menos nas campanhas histéricas que vejo na internet, torço, e torço muito, para que o menino possa continuar no Brasil. Aqui estão as referências afetivas que lhe restaram da mãe; além disso, entre a família nuclear (pai, mãe, filhos) e a grande família (pai, mãe e filhos, mais tios, primos, avós e quem mais houver) sou, sempre, por esta. Tenho uma visão latina da vida: quanto mais gente houver em torno de uma criança, sobretudo de uma criança órfã, melhor. Vocês conhecem o provérbio africano, não é? "É preciso uma aldeia para fazer um homem.” Pois. Acredito nele.
Acho que seria uma barbaridade arrancar do Brasil, sem mais nem menos, um menino que viveu aqui a maior parte da vida, e a sua formação essencial. E acho que talvez tenha sido por isso que, desde o começo, fiquei com um pé atrás em relação ao pai, que logo após a morte da ex-mulher já estava aqui para levar a criança embora, depois de passar anos sem vê-la. Acrescentar ao trauma da perda da mãe a perda da família, da irmã recém-nascida, dos amigos, da escola e da cidade não me pareceu ato de quem tivesse o bem-estar do menino em mente.
Também não sou imparcial porque sou avó, e porque não consigo deixar de me solidarizar com uma mulher que, depois de passar pela dor de perder a filha tão jovem, e de um jeito tão estúpido, agora é ameaçada de perder o neto para um homem que lhe é praticamente um desconhecido. Eu também lutaria pelo meu neto, ora se não.
Tirando isso, há certas coisas que me desagradam profundamente nessa história, a começar pela forma midiática com que o pai passou a se manifestar e a expor o filho ao público, uma vez desaparecida a mulher que poderia contradizê-lo. A essa altura, aliás, uma das principais acusações que lhe faz o lado brasileiro, a de ser um desempregado, já não faz qualquer sentido. Ele virou pai profissional e, quer recupere Sean quer não, certamente escreverá um livro sobre a sua luta, e venderá os direitos para o cinema; dará palestras motivacionais muito bem pagas e, como é bonito, receberá convites para fazer anúncios de produtos diversos. Desconfio, ainda, do caráter panfletário com que o caso vem sendo conduzido nos Estados Unidos, dos políticos que estão aproveitando a chance para fazer média com o eleitorado, e da evidente satisfação com que gringos que nada têm a ver com o caso correm, feito hienas, para os seus quinze minutos de fama.
Mas o que me deixa mesmo indignada é a covardia e a falta de respeito dos ataques feitos à mãe, que morreu e não pode se defender. O que é isso?! Em que mundo estamos?! Fico revoltada com a falsidade dos que se declaram fervorosos defensores da lei, da moral e dos bons costumes, e que não hesitam em julgar e condenar essa moça que, certamente, agiu motivada por puro desespero.
Não conheci a Bruna, mas não acredito nem um pouco no conto de fadas descrito pelo pai. O que eu sei, com certeza, é que uma mulher feliz não larga o marido, mesmo que esteja morando numa cabana sem aquecimento na Sibéria, e que esteja se matando para sustentar a família. Quem acredita nisso consegue acreditar em qualquer coisa, até nas boas intenções de um pai que vem sete vezes ao Brasil e que não vê o filho.
H-e-l-l-o-o-u?! Se alguém levasse um dos meus filhos para outro país e eu conseguisse chegar até aquele país, duvido, mas duvido muito, que houvesse força capaz de me impedir de vê-lo. Eu acamparia em frente à casa, me deitaria no caminho do ônibus escolar, escalaria o prédio – em suma, faria tal banzé que, mais hora menos hora, alguém teria de tomar conhecimento da coisa. Encontrem os seguranças que a família contratou para amarrar e amordaçar o pai, e aí vamos descobrir se, de fato, alguém o impediu de fazer o que quer que fosse.
Por outro lado, chego a achar comovente a luta de João Paulo Lins e Silva. Conheço muitos pais biológicos que não fariam metade do que está fazendo para ficar com Sean. Seria tão mais simples dar de ombros e entregá-lo ao pai biológico! Em vez disso, ele está agüentando o peso de ser transformado em vilão e de ver o nome da sua família no centro de uma campanha sistemática de demolição. É um alvo fácil, o rapaz. É advogado, é rico, é conhecido: pau nele!
Mas eu me pergunto: se ele se chamasse João das Couves e fosse marceneiro, professor ou entomologista, de que lado estaria a opinião pública?
Vocês decidem.
(O Globo, Segundo Caderno, 19.3.2009)
18.3.09
Mais selos bonitos
Comprei, por US$ 5, um lote de três filmes quase novos, de um americano simpático chamado Rodney. Dois são legítimos bollywoods; um, Bunti aur Babli, é comédia com Amithab Bachchan, e Ram-Jaane, de que eu nunca tinha ouvido falar, não deve ser de todo mau, porque é estrelado por Sharukh Khan, um bom ator.
A grande incógnita é um filme paquistanês chamado Remand, que o Rodney comprou na lojinha indiana da esquina e que, se tem legendas, não foram encontradas. Assim pela cara da embalagem, eu diria que ninguém está perdendo nada; mas vamos ver...
(Eu mandei um email pro Rodney agradecendo os DVDs e elogiando os selos, e ele me respondeu uma grande verdade: "eBay is better than the United Nations in fostering positive relations between countries", o eBay funciona melhor do que as Nações Unidas para estimular relações positivas entre países.)
17.3.09
16.3.09
Nova loja da sosgatinhos
Leila informa:
"Miau Miau é a nova loja para ajudar os sosgatinhos.
Estamos precisando muuuito de ajuda!
A vantagem é que na Miau Miau você pode escolher o desenho e customizar sua camiseta, entre muitas opções de modelos, cores e tamanhos. Você também pode aplicar o desenho escolhido em moletons, abrigos, camisetas de bebê e criança.
A lojinha é em inglês. Por que não achei nada parecido aqui! Assim não tenho gastos na produção das camisetas e as opções de modelos e cores são muitas. E ainda tem mais produtos, como bonés, pins, imãs, stickers, mouse pads, selos, aventais, cartões, canecas.
É super facil de navegar, não tem mistério mesmo para quem não fala inglês muito bem. O pagamento pode ser via pay pal ou cartão de crédito.
A entrega é pelo correio.
Mesmo que você não compre, pode ajudar fazendo comentários e cotando os produtos (de uma a cinco estrelas): isso faz o site Miau Miau ser mais divulgado no Zazzle.
Na foto anexa um exemplo das mil maneiras de escolher e customizar suas compras.
O endereço é www.zazzle.com/miaumiau.
Visitem, deem sugestões, obrigada!"
Bossa 09
Quando os geeks se encontram
Meu primeiro pensamento, quando recebi o convite do Instituto Nokia de Tecnologia (INdT) para o Bossa 09, foi o de que a turma realmente não tem mais trocadilhos para inventar. Errei. O Bossa Nove chamou-se assim apenas por ficar entre o Bossa 08 e o Bossa 10. Em seu terceiro ano, o evento, relativamente pequeno mas muito focado, já está na agenda da comunidade mundial do software livre. A idéia por trás da sua realização é a divulgação do trabalho brasileiro na área, que é da melhor qualidade, mas que, até 2007, era relativamente pouco conhecido fora do país.
A crise econômica atingiu o Bossa 09, que teve, esse ano, 180 participantes, contra os 240 dos anos anteriores; mas como tamanho não é documento, os organizadores estavam bem satisfeitos com o resultado. Por exemplo: nas primeiras edições, os palestrantes eram todos convidados, com passagem e hospedagem pagas pelo INdT. Pois o Bossa já está tão bem cotado que, na versão 09, 30% deles vieram com seus próprios recursos.
-- A internet é ótima, e propicia excelentes contatos, mas nada substitui um encontro ao vivo, onde se pode discutir, trocar idéias, fazer workshops, -- diz Sandro Alves, diretor de programas e colaboração do INdT.
A língua oficial do Bossa é o inglês, o esperanto da tecnologia, já que além de brasileiros havia finlandeses, alemães, noruegueses, australianos, poloneses e americanos presentes. O cenário não podia ser mais bonito: um resort em Porto de Galinhas, Pernambuco. Os europeus, fugidos de um dos piores invernos, estavam deslumbrados com o calor e com o mood tropical que os cercava – mas tenho sérias dúvidas se chegaram sequer a ir até a praia, a uns 500 metros do centro de convenções. Ao longo do dia, e pela noite adentro, o que mais se via eram grupinhos reunidos em torno de notebooks e celulares, em discussões muito animadas à beira da piscina.
O Bossa é, essencialmente, um encontro de desenvolvedores, ou seja, aquele pessoal que escreve programas. Ao contrário de muitas conferências em torno do software livre, a filosofia do Open Source nem entra em pauta, já que, em todas as palestras, predominam os aspectos técnicos. Tentei assistir a algumas delas e desisti logo nos primeiros minutos – a bola voa tão alto que a gente nem vê.
-- Pois é isso mesmo que a gente quer, -- diz Sandro. – O pessoal dificilmente encontra esse nível por aí. Aqui não tem evangelista, só gente que vive com a mão na massa.
E o que é que essa gente tanto discute? Ah, isso a gente vai descobrir daqui a um tempo, nas telas dos nossos celulares...
(O Globo, Revista Digital, 16.3.2006)
15.3.09
Sobre a Zazá
Recebi novo email da Gabriela!
"Arrumei uma mobilização tão grande que as pessoas que me encontraram na rua nos últimos dois dias só me perguntavam da Zazá. Acionei porteiros, guardadores de carro, vigias, donos de boteco e de lanchonetes num num raio, sem exagero, de quase um quilômetro.
Já estava preparada para me lançar em campanha por Ipanema e colocar um anúncio no jornal quando a Julia (minha filhota) deu a idéia de fazermos uma trilha de ração. Jogamos sacos de comida pela marquise e pelos parapeitos, e deixamos as janelas abertas, obviamente com o Duda, o outro gato, que resgatamos do Parque Laje (e que estava em depressão pelos cantos sem nem responder com arranhões e mordidas como usualmente faz às ofensivas da Julia) trancado na cozinha, para que a história não se repetisse.
Pois lá pras cinco da madrugada a danada da Zazá me apareceu miando. De preta e branca, ela passou a cinza, de tanta sujeira e poeira.
O pior é que a coitadinha, depois disso tudo, ainda teve que tomar um banho.
Acho que ela aprendeu a lição."
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