18.10.02



Quequéisso?!

Acabo de ver a Odete Roitman no programa do Serra. Vem cá -- vocês têm certeza de que o Nizan não está trabalhando pro Lula, não?!

Update, depois de ler alguns comentários: Gente, vcs não estão entendendo o meu ponto, desculpem. O meu motivo de susto não tem nada a ver com política, tem a ver com comunicação. Todos os candidatos usam atores (alguns até demais); não é isso que vai fazer a minha cabeça, nem é isso que deveria fazer a cabeça de tantos milhões de eleitores -- embora, lamentavelmente, eleição neste país (e suponho que em outros, também) tenha virado um imenso e biliardário show business. Mas isso já é outra discussão.

Enfim. Eu sei que ator é uma coisa e personagem é outra, mas também sei o quanto atores e personagens se confundem na cabeça das pessoas. Quando Jardel Filho morreu, eu estava por acaso em Caruaru (of all places!) com Walmor Chagas -- a quem, aliás, ninguém chamava de Walmor, mas só de Wagner, seu personagem na novela. No dia seguinte, apareceram na feira milhares de camisetas com a cara do Jardel... pranteando "Heitor". Fiquei tão impressionada que nunca mais esqueci esses nomes, Wagner e Heitor, embora não me lembre nem da data nem da novela.

Acontece que Beatriz Segall vai ser sempre Odete Roitman na imaginação popular. Isso, aliás, é um mérito que não lhe pode ser negado: é preciso muito talento para fazer uma personagem tão marcante. O povão pode nem saber que ela se chama Beatriz Segall, mas se lembra que ela foi Odete Roitman. Uma arqui-vilã, a encarnação do mal. E, ao que eu saiba, ator que faz sucesso como vilão dificilmente é chamado para fazer propaganda, a não ser em casos especiais. Isso não é discriminação, apenas elementar psicologia de massa (e de botequim).

Em outras palavras: ainda que ela fosse a Miss Simpatia da televisão brasileira não serviria como cabo eleitoral. Simples assim.

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