17.5.03



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Relembrando Shangai

O que me espanta nas notícias sobre a gripe asiática é que ela seja uma só. Quando estive na China, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a sujeira geral: saí para bater perna sozinha, fora dos lugares mais óbvios, e a cada passo me deparava com uma nova cena de imundície explícita.

A comida é preparada em lojinhas minúsculas voltadas para a rua por cozinheiros que não usam luvas nem lavam as mãos; as pessoas jogam qualquer espécie de lixo onde bem entendem; e cuspir na rua é um hábito generalizado, já que os chineses não acreditam em deixar os maus fluidos dentro do corpo.

Uma visita que fiz com amigos ao mercado popular foi uma experiência traumática pela crueldade com os animais, mas não menos impressionante do ponto de vista da higiene, inexistente. Eu, que sou bastante denodada em termos de comida, e que já apreciei sinceramente sarapatel e sacolés diversos e não identificados na Feira de Caruaru, limitei minha experiência gastronômica nas ruas chinesas a uma espécie de pão árabe que eles preparam no wok, sem gordura ou tempêro. Imaginei que farinha e água, passadas pelo calor, não poderiam me fazer mal -- e não fizeram mesmo. Porém, nem isso companheiros meus quiseram comer, e não os culpo: não era preciso nenhum grande exercício de imaginação para perceber os riscos da culinária local.

Para quem chegou há pouco tempo e não acompanhou a viagem: em Shangai.tk fica um bloguezinho que montei com os posts, artigos e fotos de lá. Shangai foi um dos lugares mais interessantes que visitei, um dos grandes choques culturais da minha vida

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