6.8.02



Fim de caso

No dia do meu aniversário o meu cartão American Express foi cancelado. Recebi a carta dois dias depois, na sexta-feira, e fiquei indignada: essa gente vive falando em "parcerias" e "associações", mas basta um revés financeiro para que, snap! seja cancelado um cartão do qual você era "associada" (linguagem deles) desde 1982. Vinte anos! Não dá para acreditar...

Cheguei à redação brandindo o papelucho da American Express, e fazendo mais ou menos este discurso, realmente aborrecida, até que o Marcelo Balbio olhou para mim, perplexo, e apontou o óbvio: "Você está falando de um cartão, não de um casamento!"

Um cartão. Claro! A ficha caiu, e a chateação passou no ato. Agora há pouco, comentando com o Tom Taborda a minha descabida indignação devidamente posta em perspectiva pelo Marcelinho, ele fez uma analogia perfeita: "Você estava se portando feito uma pessoa arrasada porque não pode mais entrar no cassino: Ó céus, o que é que eu vou fazer sem o meu cartão do Golden Nugget?!"

Caímos na gargalhada. Amanhã, em vez de escrever a carta indignada que eu estava pensando em mandar para lá, vou escrever uma carta de agradecimentos sinceros à Amex que, de livre e espontânea vontade, abriu mão dos juros escorchantes que me cobrava.

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