10.9.02



Serra e os genéricos (do software)

Ontem José Serra veio ao Globo para uma espécie de debate diferente, em que não havia tempo marcado e em que vários de nós (mais cinco assinantes sorteados pelo jornal) fizemos perguntas sobre diversos assuntos. Ao longo da semana, os outros candidatos vão passar pela mesma sabatina.

Eu gostei da forma como ele respondeu, inclusive à minha pergunta, para a qual não tinha resposta -- tendo, em compensação, humildade e coragem para reconhecer isso. Eu quis saber se, como homem que já se bateu contra o cartel dos laboratórios farmacêuticos a favor dos remédios genéricos, ele não pensava em fazer a mesma coisa em relação a softwares genéricos. Ou seja, em adotar software livre nas agências e nas iniciativas governamentais.

Cora: Queria saber se há no seu programa de governo uma idéia de partir para o genérico do software?

Serra: Há uma idéia genérica (risos). Mas, partindo da idéia que você expôs, vai ser uma idéia menos genérica. Você me chamou a atenção para um aspecto que tenho que confessar que eu não sabia. É uma contribuição que você deu.

Acho a falha grave; mas acho que foi compensada pela sinceridade da resposta e pelo fato de, depois, ele me ter feito várias perguntas, de fato interessadas, a respeito do assunto. Teria sido muito simples inventar uma bobagem qualquer ou, como tanto se faz por aí, desconversar e sair pela tangente. Gostei que não tenha feito isso.

Se ele de fato correr atrás de informações sobre o assunto vai ser muito legal.

Em tempo: a Teresa Cruvinel escreve hoje sobre o caso.

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