3.9.02



Napster: the end (?)

O WSJ acaba de informar que a venda do Napster para a Bertelsmann AG foi indeferida pelo juiz que cuida do seu processo de falência. Isso, em tese, significa o fim do Napster (que, em termos práticos, já estava morto há tempos): na última sexta-feira, Carolyn Jensen, CIO do Napster, declarou à imprensa que, caso a venda à Bertelsmann não fosse aprovada, a companhia demitiria os poucos funcionários que ainda lhe restam e encerraria atividades.

Caso isso realmente venha a acontecer, encerra-se aqui, de vez, um dos capítulos mais esdrúxulos da história da internet -- aquele em que, não percendo que tinham em mãos a maior e melhor ferramenta de marketing jamais concebida, através da qual poderiam mapear seu público com precisão milimétrica (e, de quebra, ganhar rios de dinheiro -- mas isso é outra história), as gravadoras gastaram alguns quaquilhões para destruí-la.

Com isso, chamaram a atenção do mundo inteiro para as suas práticas abusivas, sua ganância, seu desprezo pelo consumidor e pelo artista, e -- last but not least -- sua infindável burrice cultural e tecnológica.

Enquanto faziam isso, chamavam a atenção do mundo inteiro também para uma outra coisa, ainda mais importante: os sistemas peer-to-peer -- que, até a RIAA entrar na justiça contra o Napster, não passavam de pequenos núcleos de insiders. Na amplificação, a luta virou guerrilha: para cada sistema que a RIAA derrube, aparecem dois novos. Os usuários se dispersaram? Com certeza. Mas a quantidade de gente que freqüenta hoje um Kazaa ou um WinMX é infinitamente superior à que freqüentava o Napster nos seus áureos tempos.

Ninguém precisa chorar pelo Napster. Ele cumpriu o seu destino de forma admirável. Virou a mesa, soltou o gênio da garrafa e liberou a música na rede.

Nada mau para quem viveu tão pouco tempo.

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