17.3.05



O cerumano é dose!

Meu amigo Nelson Ricciardi descobriu que um camarada estava postando uma quantidade de fotos suas e de outros fotógrafos no Fotolog como se dele (camarada) fossem; não dava crédito para os verdadeiros autores, e graciosamente aceitava todos os cumprimentos recebidos pelo trabalho.

Já perdi a conta do número de vezes em que soube de casos semelhantes em sites de fotografia; uma vez, inclusive, roubaram umas fotos dos meus gatinhos, e confesso que me senti lisongeada, mais como familiar do que como fotógrafa.

Nelson escreve sobre a experiência aqui; por sinal, recomendo que vocês não fiquem apenas neste artigo, mas dêem uma voltinha no site todo, que é muito bom.

Ele se faz uma série de perguntas que eu mesma já me peguei fazendo, e para as quais jamais encontrei resposta: por que um sujeito faz uma coisa dessas?

O que é que move um plagiador?

Será que não há consciência no fundo da alma dessas pessoas? Notem que esta não é uma pergunta moral, apenas filosófica; de que adianta o mundo achar que você é ótimo se você sabe que não é?!

Uma vez, no caderno de cultura de um dos jornais que eu lia, não lembro qual, saiu uma gravíssima acusação de plágio contra um famoso historiador, membro da ABL e tal.

Era uma acusação irrefutável. Não era um daqueles casos em que a gente acaba repetindo sem querer um pensamento alheio, por estar no ar e se ter incorporado naturalmente ao nosso universo; não. Eram frases inteiras, copiadas palavra a palavra de um autor francês.

E eu fiquei para sempre com aquela imagem horrível na cabeça, a do Grande Sábio pegando um volume na estante, abrindo ao lado da máquina de escrever (espécie de computador primitivo que se usava então) e tlec-tlec-tlec-tlec, copiando tudo.

Isso foi há muitos e muitos anos, mas sempre que me lembro do caso me dá uma angústia terrível, um frio na barriga, uma vontade louca de me esconder debaixo do sofá de pura vergonha por ele.

Como diz o Millôr, o ser humano não falha.

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