31.12.04

FELIZ ANO NOVO!









Viva 2005!

Fotos da Cybershot P10, postadas no Flickr.

Praia da Urca, na madrugada de ontem



Marina W.

Pessoas, a querida Marina W. pede que avise a todos que o Pixelzine está fora do ar há tês dias; por causa disso, ela não pode desejar Feliz Ano Novo a seus leitores no Blowg, mas o faz aqui.

Feliz 2005 para você também, Marina! Que venham muitos sucessos e felicidades na rede deste ano, como a delícia de livro com que você nos brindou.

Oi Multimidia

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Um dos inquilinos da Laura



Vocês sabiam...

Que uma azeitona tem a mesma quantidade de calorias de um Sonho de Valsa?!

Pois eu acabo de saber, e estou em estado de choque.

Minhas sobrinhas maravilhosas me fizeram esta extraordinária revelação.

Quer dizer: adiós, azeitonas.

Oi Multimidia

Oi Multimidia

Da janela da Laura



Feliz Ano Novo!

Manter o blog ao longo deste ano particularmente trabalhoso e cheio de complicações pessoais e familiares foi um desafio que eu não teria conseguido vencer sem o apoio de vocês, sempre tão presentes e amigos.

Vocês foram parte muito importante do meu ano de 2004. De coração, muito obrigada pelo carinho, pelo estímulo, pelas boas palavras.

Muito obrigada também aos que tiveram a elegância de discordar, de mim ou dos outros, usando argumentos em vez de ofensas.

Esta é uma qualidade rara, em extinção, que a cada dia aprecio mais.

Queridos: que 2005 seja um ano de saúde, felicidade e grande paz para todos!

Oi Multimidia

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Feliz Ano Novo!

30.12.04

Oi Multimidia

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Se alguém gritasse "Tsunami!", você corria?


Domingo, quase noite, aquela chuva que ameaçava vir mas não vinha, e lá ia eu, pedalando em direção ao Arpoador, olhando para o mar e imaginando o que deve ser uma onda maior do que um prédio de três andares, com seis quilômetros de comprimento e velocidade equivalente à de um jato da Ponte Aérea. Àquela altura, com a ajuda da internet e a insistência da televisão, que a cada meia hora fazia questão de explicar os movimentos tectônicos em minucioso detalhe e caprichada computação gráfica, eu já me considerava uma expert em tsunamis.

Ao longo do caminho, pescando fiapos de conversa aqui e ali, percebi que não era a única; no sinal da Vinicius, dois camaradas vociferavam contra os políticos, em geral, e os políticos americanos, em particular, porque supostamente os EUA teriam informações sobre as ondas, mas não as passaram às autoridades locais.

Fiquei com vontade de entrar na conversa. Afinal, hoje tudo é motivo para descer o cacete nos EUA -- e, embora eu até concorde com muito do que se diz, acho que posso afirmar, do alto dos meus recém-adquiridos conhecimentos sobre tsunamis, que talvez, desta vez, pode ser que a culpa não tenha sido de George W. Bush.

* * *

Pensei no que teria acontecido, por exemplo, se, antes desta inacreditável tragédia, alguma autoridade americana tivesse mandado um alerta de tsunami para nós, aqui no Rio. Será que alguém o teria levado a sério? Será que realmente teríamos saído todos correndo para Santa Tereza ou para o Corcovado, ainda por cima num fim-de-semana de praia?

Tenho a impressão de que muitos dariam um desconto ao alerta assim que soubessem de sua procedência: como levar a sério o discernimento de um país cujo medo de terroristas o leva a pilhar tesourinhas de unha nos aeroportos? Outros provavelmente veriam no alerta um simples golpe dos governadores acasalados, tentando desviar a atenção da população da falta de segurança e dos tiroteios de costume para um curioso, mas pouco provável, fenômeno natural.

Afinal, até a semana passada, tsunami a gente só conhecia de filmes-calamidade e dos programas do Discovery e do National Geographic -- cujas imagens de ondas assassinas, por sinal, sempre deixaram muito a desejar, pelo menos em termos de impacto.


Eu, com certeza, teria me armado com as digitais e corrido para a praia, para tirar fotos da ressaca. Pior: quando o mar se retraísse, não tenho dúvida de que teria entrado areia adentro, para registrar a estranhíssima visão de uma praia sem praia, com peixes pulando na areia.

* * *

Segui em frente. No Arpoador, onde a vista do tempo fechado estava particularmente bonita naquele anoitecer, dois pescadores chegavam à conclusão óbvia:

-- Você vê: isso aqui tinha tudo para dar certo, podia ser um país tão rico, tão bom! Não tem tsunami, não tem furacão, não tem escala Richter. Ô raça!

Mais uma vez fiquei com vontade de meter o bedelho no papo, perguntando aos ô-raça! em quem votaram nas últimas eleições; mas deixei pra lá, porque do lado de Copacabana vinha um transatlântico gigantesco, digno de uma foto. No instante seguinte, a chuva cumpriu a promessa que fazia desde cedo, e desabou em baldes e canivetes sobre todos nós. Subi na bicicleta e voltei correndo para casa, estranho anfíbio de óculos e rodas.

* * *

Como já sabem os 17 leitores do Xexéo, a Capivara da Lagoa ficou entre os finalistas do seu (dele) tradicional concurso de Mala do Ano. Respeito a decisão soberana dos eleitores, mas não posso deixar de lavrar meu protesto. A Capivara passou quase dois anos quietinha, coitada, literalmente na moita, sem chatear ninguém; ela era, ao contrário, o encanto de quem, passeando pela Lagoa, tinha a sorte de encontrá-la.

Numa cidade como o Rio, plantada em plena Mata Atlântica, a convivência entre gente e bichos não só é inevitável, como deveria ser estimulada. Uma coisa é ver um animal no zoológico, atrás de grades; outra, bem diferente, é dividir com ele espaço e paisagem. Estou certa que, levando sua pacata vidinha de roedora às margens da Lagoa, a Capivara fez com que muita gente passasse a olhar o meio ambiente com mais carinho e atenção.

Se há gente incapaz de perceber o privilégio que é conviver com uma capivara em pleno cenário urbano, só lamento. A verdade é que no interesse e no respeito pela natureza está o primeiro passo para que as pessoas se respeitem a si mesmas, umas às outras e ao mundo que as cerca.

Acho muito triste constatar este nível de apatia, esta total perda do espanto. É possível até que os leitores que se manifestaram contrários à presença da Capivara na Lagoa achem perfeitamente natural a presença da Rosena Sarney no ministério do Lula.


(O Globo, Segundo Caderno, 30.12.2004)

29.12.04

Oi Multimidia

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O porteiro Ze com Pipoca, na porta da garagem



Da mailbox

"Olá, Cora

sou assinante do Globo e seu leitor assíduo e curto muito a sua defesa do meio ambiente e dos animais. Bem, quero falar mais especificamente sobre a capivara retirada da lagoa, nossa musa, que me parece correr grande perigo em função do erro de a terem levado para a área da Reduc, que não me parece apropriada.

O fato é que trabalho próximo da Reduc e um colega de trabalho, Manoel Gomes, contou-me que ele e várias outras pessoas que entravam para o turno da noite na Polibrasil viram a capivara na noite de natal, muito gorda e mansa, perambulando pela rua, em frente à Petroflex. Ela chegava a acompanhar os carros que passavam lentamente a observando, só depois sendo espantada para a área da Rio Polímeros, que é hoje um grande canteiro de obras, com centenas de pessoas trabalhando.

Como não há histórico de aparecimento de capivaras no local, onde trabalho há 13 anos, acho que é muito provável que se trate da nossa amiga da Lagoa, possivelmente com problemas de adaptação ao novo "lar".

Lamento, mas acho muito pouco provável que ela dure muito tempo andando por locais tão movimentados (o fluxo de caminhões por lá é imenso), mal iluminados e carentes, onde certamente não faltarão aqueles querendo reforçar a ceia de fim de ano.

Não sei bem o que pode ser feito para ajudá-la, além de desejar-lhe sorte, mas acho importante que o fato seja conhecido, até para que se evitem novos erros futuros.

Um grande abraço!

André L. S. Toledo"
A única coisa que talvez ainda possa ser feita para ajudar a Capivara é ir lá buscá-la e trazê-la de volta para a Lagoa; mas como fazer isso?

28.12.04

Oi Multimidia

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Foto da foto: fotografei com o telefonino, no monitor, uma foto que fiz com a Sony.


Alzheimer

Minha tia Eva, de 90 anos, última irmã do meu pai, sofre de mal de Alzheimer. Até aqui, a Laura e eu estávamos conseguindo mantê-la em casa: ela sempre foi uma pessoa muito ciosa da sua independência, do seu canto e das suas coisas.

Quando quebrou o ombro, há alguns meses, conseguimos, a duras penas, que aceitasse uma acompanhante -- gente boa, amiga da família. Mas a situação da tia se deteriora a olhos vistos. Não sabe mais o valor do dinheiro, por exemplo, e confunde as pessoas, quando não as desconhece de todo.

Ao mesmo tempo em que acha que vai morrer e quer ver o médico dia sim dia não, se recusa a tomar os medicamentos; está muito agressiva. Acha que a acompanhante quer envenená-la, e não permite que cozinhe; mas não aceita comida de fora. E a tia, que foi uma cozinheira de mão cheia, desaprendeu de cozinhar.

Em suma: um caos!

Está se tornando impossível mantê-la em casa, mas, por outro lado, a Laura e eu ficamos na maior preocupação com as histórias de horror que lemos a respeito das clínicas de repouso para velhos.

O médico dela diz que a tendência daqui pra frente é piorar ainda mais, mas não quer se comprometer, e se recusa a recomendar qualquer clínica.

Médicos da casa e leitores que já passaram por isso: algum de vocês tem idéia do que se pode fazer num caso desses? Existe alguma clínica de repouso confiável?

Estamos desesperadamente precisadas de alguma dica, luz, conselho.

Agradeço antecipadamente, de coração.

27.12.04



Fala um Lobo do Mar

"O Natal transcorrera de forma tranqüila, na véspera fomos convidados a um casamento tailandês de um carpinteiro que trabalha no estaleiro. Lá estivemos com a alegria típica dos brasileiros, levando uns discos de samba que todos adoraram.

Por volta das 23h noite retornamos a nosso "amigão", como chamamos o Guardian. Dia seguinte 25 de dezembro, aquela tradicional sentada na internet para receber e retribuir as centenas de mensagens dos super irmãos do Brasil e outros que vivem no exterior e acompanham nossa viagem.

Dia tranqüilo, porém com muita pressão no ar. Já se foram mais de 15 dias sem uma gota sequer de chuva, e em tempo de lua grande, a dama prateada em seu plenilúnio, isto sempre preocupa. Mormente em regiões cerca do Equador, onde sua influência sobre a terra se faz mais acentuada. Fatos que aqueles que vivem no mar conhecem bem."
O depoimento é de João Sombra, um brasileiro que, há nove anos, veleja ao redor do mundo; o estilo não podia ser mais pitoresco.

A íntegra, imperdível, está no Globo Online.



...

Estou horrorizada com o maremoto.

Hoje de tarde, quando estava andando de bicicleta pela praia, não conseguia deixar de pensar nisso: ondas do tamanho dos prédios, invadindo tudo...

Que pavor.

E que dó daquelas pessoas!

Vejo o noticiário da BBC falando em ajuda internacional, penso no quanto todos lá devem estar precisando de tudo, mas... por onde se começa a fazer o rescaldo de uma tragédia dessas dimensões?!

Como é que se sabe sequer quantas pessoas morreram, quantas ficaram feridas, quantas estão sumidas?

26.12.04

Oi Multimidia

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A lojinha da Samia


Nosso Primeiro Natal
Fotinha do celular da trelica.

Vocês conhecem a Samia, colega aqui dos comentários? Ela também usa o Flickr, onde mostra fotos cada vez melhores.

Por esses dias teve até uma gatinha tricolor de presente para mim, que achei a coisa mais linda do mundo, uma espécie de Keaton-bebê um pouco mais peluda.

Pois esta é a lojinha dela, lá em Diamantina, decorada para o Natal.

Não é uma delícia?

Ainda por cima com aquele enfeitinho branco, quadrúpede, esperando na porta...

(Detalhe: estou postando diretamente do Flickr, que permite blogar direto de lá, sem precisar passar pelo Blogger. Mas aí recomenda-se não usar acentos. Aqui eles saíram bem porque acabo de fazer uma revisão pelo Blogger.)

Oi Multimidia


Oi Multimidia
Fotinha do celular da Cora.


O pôr-do-sol de ontem.

Detalhe: a foto, como praticamente todas que tenho postado, foi feita por telefone.



Este cabeçalho, "Oi Multimidia, fotinha do celular da Cora" apareceu porque, em vez de enviar a foto direto do telefone, republiquei a partir do Flickr.

O Flickr é o serviço de fotografias que me permite mandar as fotos e atualizar o blog diretamente através do telefone. Parece com o Fotolog em algumas coisas e, na verdade, já abriga uma quantidade de fotologueiros desiludidos com os rumos do serviço; mas é muito mais sofisticado tecnicamente, e mil vezes mais bem administrado.

A receita para publicar fotos num blog através do Flickr, que há algum tempo estou devendo a alguns leitores, é simples.

  • Abre-se uma conta no Flickr, grátis até 10Mb de upload; mas recomendo muito a conta pro, que custa U$ 41 por ano, permite subir 1Gb de fotos por mês e não tem limite de armazenagem;

  • Vai-se à página de setup para blogs, onde se entram as especificações do blog. É possível até determinar o tamanho que se quer para as fotos;

  • Aí, é só anotar o endereço de email que o Flickr fornece, e passar a mandar os MMS, também conhecidos como torpedos multimídia, pelo telefone. Essas fotos ficam postadas tanto lá quanto no blog.

    Facinho, né?

    Eu amo o Flickr!
  • 25.12.04

    Oi Multimidia

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    Um dia ruim para as bicicletas...

    Oi Multimidia

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    Minha rua





    Retrato de época

    Circo Nerino, de Roger Avanzi e Verônica Tamaoki.
    Editora Códex, 354 páginas, R$ 80


    Houve um tempo, acreditem, em que não havia televisão; houve tempo, até, em que não havia sequer rádio ou cinema. As pessoas se distraíam lendo, contando histórias, fazendo a sua própria música. Iam ao teatro, quando havia teatro, e às apresentações das bandas nos coretos. Praticamente não havia cidade digna do nome sem uma banda e um coreto.

    Mas a grande diversão, a festa que transformava a paisagem e alegrava os corações, era o circo. É difícil imaginar, no nosso mundo de entretenimento instantâneo e ininterrupto, o que representava a chegada do circo, sobretudo nas pequenas cidades do interior.

    A verdade é que já não há espetáculo, por grandioso que seja, capaz de superar, em impacto, a presença alegre da lona, que atraía igualmente a todos. O circo era a quebra da rotina, o grande assunto, a mágica que superava a imaginação. Não era à toa que o palhaço era ladrão de mulher, e que tanta gente fugia com o circo.

    Durante 52 anos, entre 1913 e 1964, utilizando todos os meios de transporte imagináveis, o Circo Nerino, "o mais querido do Brasil", viajou pelo país, armando a lona onde fosse possível, de largos e praças a terrenos baldios, passando até, em João Pessoa, por uma lagoa seca, abandonada pelos jacarés. Por precárias que fossem as instalações, porém, o público, fiel, garantia meses de aplauso, afeto e casa lotada.

    Como tantos outros circos de cavalinhos, o Nerino nasceu da associação de meia dúzia de artistas, todos aparentados. Na época, circo ainda não era profissão que se aprendesse em escola especializada, mas destino de família; assim é que, pela árvore genealógica do Nerino, passam gerações de artistas, do palhaço Arrelia à atriz Renée de Vielmond. Licemar e Luciene Medeiros, da novíssima geração, nascidas já depois do Circo Nerino ter dobrado de vez sua lona, trabalham em Las Vegas, numa das equipes do Cirque du Soleil.

    A vida era sonho... mas nem tanto

    "Circo Nerino", de Roger Avanzi e Verônica Tamaoki, é a empolgante saga desta aventura de cinco décadas. No livro, primorosamente documentado, a história familiar, que se confunde com a própria história do circo, mistura-se aos acontecimentos do Brasil e do mundo.

    Tudo é muito interessante, das viagens de navio no escuro, durante a Segunda Guerra, para evitar torpedos inimigos, ao final de uma seca no Ceará, em 1952, em que público e artistas abandonam o espetáculo para ir dançar, com alívio e prazer, debaixo da chuva que caía.

    Roger Avanzi, de 82 anos, é filho de Nerino, de quem herdou ofício e personagem. Quando o pai ficou velho demais para fazer o palhaço Picolino, Roger, até então galã, virou Picolino II. Tomar a si a responsabilidade de assumir o papel principal do circo foi uma decisão delicada e difícil:

    -- Nunca mais fui o mesmo, -- confessa. -- Talvez uma pessoa muito instruída, bastante sabida, consiga explicar essa transformação.

    Felizmente Verônica Tamaoki, a quem se deve a extraordinária pesquisa e o belo texto de "Circo Nerino", sabe que certas coisas não se explicam. Equilibrista e malabarista, fundou a sua própria escola de circo em Salvador, a Escola Picolino, e criou o site www.pindoramacircus.arq.br, onde divulga notícias do picadeiro.

    Da sua intimidade com o universo circense nasce muito do encanto deste livro, em que o velho Nerino volta à cena com suas alegrias e tristezas, tragédias e atos de heroísmo, romances e desgostos. A poesia algo melancólica com que tantos de nós teimamos em pintar os circos dá lugar a uma vida trepidante, cheia de trabalho árduo, problemas práticos e contas para pagar. Uma vida de sonhadores, com os pés solidamente plantados na corda bamba.

    O livro não é bem um romance, não é só uma coleção de fotos ou apenas um conjunto de depoimentos; é um pouco disso tudo, e muito mais: "Desde o início, o livro assumiu a direção de sua criação", escreve Verônica, na apresentação. "Foi ele que nos dirigiu, não o contrário. E quando começou a mostrar sua cara, descobrimos que pertencia à aristocracia dos álbuns de fotografias dos circenses".


    (O Globo, Prosa & Verso, 25.12.2004)

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    24.12.04

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    Bianca e Ju

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    Keaton é muito habilidosa: sabe dar tchau com os pés...




    FELIZ NATAL!

    Graças a vocês este blog foi, ao longo do ano,
    um botequim virtual
    dos mais animados e divertidos de manter.

    Muito obrigada pela participação e pelo carinho.

    Em meu nome, e no da Família Gato,
    que gentilmente me empresta partes da casa
    e, às vezes, até me deixa usar o computador,
    desejo a todos um ótimo Natal,
    cheio de festa, paz e luz.



    Todo ano ela faz tudo sempre igual...

    Pois é. Todo ano eu juro para mim mesma, solenemente, que não passo mais por este perrengue; que começo a fazer as compras de Natal em julho; que vou ser disciplinada e ordeira e não deixar tudo para a última hora.

    E todo ano, no dia 24, eu saio feito uma louca para comprar os presentes.

    Este ano, saí no dia 23 -- graças ao Barrashopping, que pelos meus parâmetros fica longe à beça, mas que resolveu fazer a maluquice de ficar aberto a noite toda.

    Cheguei lá à uma da manhã; logo na entrada encontramos uma equipe da Globo, amiga da Bia, que ia virar a noite lá. Conversamos um pouco e fomos à luta.

    Eu pensava que, graças ao horário civilizado, o shopping estaria vazio.

    Pois estada LOTADO. Havia filas nas portas das lojas mais procuradas, como a Osklen e a Cantão; nas Lojas Americanas, a fila do caixa dava voltas e voltas.

    Tivemos que enfrentar esta fila porque, além de umas miudezas de casa, compramos uns CDs maravilhosos a preço imbatível, R$ 9,90: Noite Ilustrada, Rolando Boldrin, Dona Ivone Lara, São João Vivo, do Gil, e mais Adoniran, Clara Nunes, Bethânia e Trio Irakitan em CDs duplos; Bia comprou Titãs, Gabriel o Pensador, Raul Seixas, RPM e nem sei mais o quê.

    Os CDs estavam todos jogados, misturados com Marcello Crivella, Cid Moreira, Flavio Vercilo; o garimpo era uma cena baixa, mas fiquei feliz com os meus achados.

    O shopping, no entanto, estava um inferno. O problema não era só a quantidade de gente; era o barulho também. Havia música pra todo lado, em alguns casos até boa -- o DJ em frente às Americanas e a moça que cantava jazz perto da Fnac eram ótimos -- mas o volume era insuportável.

    Para mim, este tipo de som, que em tese serviria para atrair as pessoas e levá-las a ficar mais tempo dentro do shopping, tem efeito contrário: quero fugir correndo.

    Consegui alcançar este objetivo às três e tanto, quando demos nossas compras por terminadas. Amanhã, quer dizer, logo mai, é só embrulhar o que precisa ser embrulhado, e pronto.

    E agora, berço, que ninguém é de ferro...

    Durmam bem!

    Oi Multimidia

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    Sorria... voce esta indo para casa!

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    2:18 - fila nas Lojas Americanas

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    Recomendo!

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    Barra Shopping 36 horas: O triunfo do capitalismo

    23.12.04



    Bonitinhos!!!











    Prevejo ursos pintados...

    (Eles moram aqui.)


    Taí...

    Fábio Sampaio, nosso caryorker querido, autor do sistema de comentários que permite o ti-ti-ti permanente deste blog, mandou uma mensagem muito legal de fim de ano.

    Vejam só:
    Diga o nome das cinco pessoas mais ricas do mundo.
    Diga o nome dos cinco últimos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.
    Agora diga o nome das cinco últimas Miss Universo.
    E, para terminar, os últimos cinco ganhadores do Oscar de melhor ator/atriz.

    Difícil não? E são pessoas famosas, não são anônimas.
    O aplauso morre, prêmios envelhecem...

    Agora tente este outro teste:

    Lembre o nome dos cinco professores de quem você mais gostava.
    Lembre de cinco amigos que ajudaram você em momentos difíceis.
    Pense em cinco pessoas que lhe ensinaram alguma coisa valiosa.
    Pense em cinco pessoas com quem você gosta de estar.

    Mais fácil esse teste, não?

    As pessoas que fazem diferença em nossas vidas não são as que têm mais credenciais, dinheiro ou prêmios. São as que se importam conosco!!!

    FELIZ NATAL PARA VOCÊ E SUAS CELEBRIDADES!

    --Fabio Sampaio





    Um Rio de tentações


    "O Rio de Janeiro é o melhor lugar do mundo para quem quer viver com saudade do Rio de Janeiro". A frase, do inigualável Marcos Sá Corrêa, abre o prefácio de um dos mais lindos e nostálgicos livros da temporada, "Orla carioca", de Claudia Braga Gaspar -- tentação em que é praticamente impossível não cair nessa época do ano, em que décimo terceiro e livrarias abarrotadas de novidades conspiram contra a economia doméstica, o sofá por estofar e a infiltração do corredor -- que, ao contrário da pobre Capivara da Lagoa, passou por diversos bombeiros, mas permanece firme e irredutível, no mesmo lugar.

    Até que, considerando-se o habitual apuro editorial da Metalivros, "Orla carioca", a R$ 88, nem chega a ser tão caro. O problema é quando à mesma cesta básica acrescentam-se os igualmente irresistíveis "O Rio de Janeiro na rota dos Mares do Sul", de Pedro da Cunha e Menezes (que foi capa aqui do Segundo Caderno ainda outro dia), "Rio de Janeiro 1900-1930, uma crônica fotográfica", de George Ermakoff, e "O Brasil do século XIX na Coleção Fadel", com texto de Alexei Bueno.

    Confesso: tenho um fraco por livros bonitos, sobretudo aqueles que falam da minha terra e me mostram o que apenas imagino.

    Ler "Orla carioca" e ver as figurinhas é de matar qualquer carioca de saudade, até (e sobretudo) do que nunca viu. As descrições falam de águas outrora cristalinas e cheias de peixes, de revoadas de pássaros brilhantes, de borboletas de todas as cores borboleteando aos milhares pelas matas; as ilustrações trazem o que se perdeu.

    A imaginação atravessa os séculos, acompanhando a meticulosa documentação das transformações sofridas pelas nossas praias, ilhas, lagoas.

    Paradoxalmente, o que mais me entristece numa leitura dessas não é o passado, mas sim o presente -- e, por tabela, o futuro. Por deslumbrante que tenha sido, o que passou, passou; não adianta chorar tanta beleza derramada, ainda que o nó na garganta insista em provar o contrário. Mas como podemos aceitar o que está acontecendo agora, diante dos nossos olhos? Como podemos assistir, impassíveis, à destruição da nossa cidade?!

    É duro demais conviver com a falta de amor e de compreensão dos governadores acasalados, que até hoje não perceberam por que esta cidade (ainda) é maravilhosa. É igualmente duro notar -- e sentir na pele -- o desprezo absoluto com que o governo federal trata o Rio de Janeiro.

    * * *


    Mas chega de choro! Essas já são mágoas de rotina, agruras do cotidiano; agora é Natal, tempo de aproveitar a festa, o parcelamento suave no cartão de crédito e as promoções do comércio -- de preferência sem dor na consciência. Economizar é bom, mas gastar é ótimo.

    Difícil mesmo, pelo menos no meu caso, vai ser arranjar tempo para curtir as ricas comprinhas; até porque, além dos livros de arte, que são uma festa para os olhos mas em geral se lêem rápido, caí também em tentações mais parrudas.

    Neste exato momento, do alto da mesinha de cabeceira, vários títulos me contemplam. Noto um certo ar de censura nos livros, sobretudo nos que já estavam na fila -- mas como é que eu, que adoro trens e sou fascinada pela Ásia, poderia resistir ao "Grande bazar ferroviário", de Paul Theroux? Ou fazer de conta que não vi "A ilha no centro do mundo", de Russell Shorto, olhando para mim? O livro, diz o subtítulo, é "a história épica da Manhattan holandesa e da colônia esquecida que formou a América". Não é promissor? Já com "Equador", de Miguel Sousa Tavares, eu estava em falta: todos me dizem, há tempos, que é extraordinário.

    Depois fui chamada por "Aventuras e descobertas de Darwin a bordo do Beagle", de Richard Keynes, e "A imagem do mundo, dos babilônios a Newton", de Arkan Simaan e Joëlle Fontaine. Finalmente, quando já ia saindo da loja, "A língua exilada", de Imre Kertész, piscou na minha direção. Se o título não me engana, esta língua é o húngaro, que aprendi antes do português; e que de fato vivia exilada na Rua Décio Vilares, onde cresci na Babel de idiomas de um lar centro-europeu.

    "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra", de Mia Couto, veio comigo porque me ganhou à primeira folheada. Agora, que já vou em meio à saga de uma família moçambicana que me lembra os Buendía, estou feliz: fiz uma ótima compra. Também fiz uma ótima compra quando, numa espécie de ponto final à gastança, peguei o "Auto-de-fé", de Elias Canetti. Este já li há anos, mas a nova edição é da Cosac & Naify, e se há uma coisa à qual não resisto é aos cosac&naifys.

    Ainda há dois livros a respeito dos quais eu queria falar, dois livros a respeito dos quais, na verdade, passei o ano inteiro pensando em escrever: "Sal", de Mark Kurlansky, originalíssima história deste nobre elemento sobre o qual já se construíram impérios, hoje reduzido à ignomínia dos famigerados saquinhos de papel; e "Um balcão na capital, memórias do comércio na cidade do Rio de Janeiro", livro muito mais terno e encantador do que o título deixa entrever.

    Mas aí me espichei na rede por um instante e, quando dei por mim, o ano já tinha passado.

    Feliz Natal, amigos!

    (O Globo, Segundo Caderno, 23.12.2004)


    Recapitulando

    Do fim de semana para cá, escrevi:

  • A apresentação para o catálogo da mostra 60 Anos de Fotografia, honra excepcional que me foi concedida por Flávio Damm;

  • A coluna do Segundo Caderno;

  • A coluna do Info etc.;

  • A capa do Prosa e Verso desta semana.

    Tirando isso, ainda fiz umas outras coisinhas, como responder a emails e atualizar este blog, por exemplo.

    Agora estou ouvindo o Quinteto para Clarineta de Brahms para arrumar as idéias antes de ir dormir: é tão bonita, mas tão bonita esta música.

  • 22.12.04

    Oi Multimidia

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    Natal numa redacao vazia



    Dá-lhes, delegado!

    "Antônio Rayol tem 48 anos, 27 de Polícia Federal. É um estudioso de políticas de combate à lavagem de dinheiro, matéria que lhe deu um título de pós-graduação. Homem aberto ao debate público, ele tem sido um interlocutor destacado particularmente nas questões que envolvem conluio entre advogados e o crime organizado. Rayol teve uma gestão inatacável à frente da Delegacia de Entorpecentes da PF e apenas iniciava seu trabalho na Delegacia do Meio Ambiente. Este policial foi chutado de seu cargo, poucos meses após realizar uma blitz na rinha de galos onde estava o publicitário Duda Mendonça.

    O governo comprou uma briga dura. Rayol acaba de despejar no Ministério Público Federal uma coleção de documentos mostrando o rastro deixado pela patrulha oficial do PT. "Tenho provas documentais de que a direção do DPF deu tratamento diferenciado ao caso Duda Mendonça", afirma o delegado. O dossiê já está nas mãos do procurador da República Rodrigo Ramos Poerson."
    Esclarecedor -- para dizer o mínimo.

    Mais no nominimo, por Guilherme Fiuza.

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    Chove.



    GMail Bells, GMail Bells, GMail all the way...

    Pessoal, tenho seis convites pro GMail!

    E o José, num dos comentários, avisa que tem três dois.

    Quem quer?

    Update: Os meus já acabaram. Alguns leitores disponibilizam mais convites nos comentários. E aqui, no blog do Flavio, ainda há dez convites sobrando!!!

    Oi Multimidia

    Oi Multimidia

    La se vai o que sobrou do decimo terceiro... :-(



    Matou a pau

    Ninguém escreve em jornal com a competência, o conhecimento, o bom senso e a clareza de idéias da Dora Kramer. Quando eu crescer, quero ser como ela:
    Um claro acerto de contas

    A punição de três policiais federais que participaram da prisão do publicitário Duda Mendonça há dois meses numa rinha de galos no Rio de Janeiro não é mera coincidência. Trata-se de um claro acerto de contas, cujo efeito mais evidente é a sinalização de que o espírito "republicano" proclamado pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, como norte das ações da Polícia Federal, tem seus limites.

    De agora em diante, os policiais que integrarem equipes de investigação e prisão de gente com estreitas ligações no centro do poder ficam sabendo de uma coisa: suas ações podem gerar reações de vingança e, portanto, talvez seja conveniente pensar duas vezes antes de agir.


    O ministro Thomaz Bastos e o superintendente-geral da PF, Paulo Lacerda, sempre ciosos na defesa da corporação ante suspeitas de ingerências políticas em suas ações, ficaram calados quando os agentes Luiz Amado e Marcelo Guimarães foram transferidos de seus postos, mês passado, e assim permaneceram agora em relação ao afastamento do delegado Antônio Carlos Rayol.

    Rayol comandou a operação da qual participaram Amado e Guimarães, e foi ele quem recebeu de Duda Mendonça, no momento da prisão, a valiosa informação de que estava diante de um "assessor do presidente".

    "Pensei que fosse assessor do presidente do clube", diria o delegado depois, referindo-se à agremiação clandestina objeto da operação e desmoralizando o "sabe com quem está falando".

    Na ocasião, doutor Márcio Thomaz Bastos também reagiu, como ele gosta de dizer, com "espírito republicano". Chamado por Duda ao telefone na frente dos policiais, orientou que ele procurasse um advogado.

    Muito se especulou a respeito da ligação entre a prisão e a proximidade do segundo turno da eleição em São Paulo -- a PF teria feito de propósito, só para prejudicar a candidatura de Marta Suplicy ?, mas o governo ficou impassível, como de resto tem ficado em relação às complicações de seus amigos e aliados com a polícia.

    Por isso mesmo a retaliação nesse caso destoa do comportamento geral. Bem como o silêncio do ministro e do superintendente não combina com a loquacidade habitual quando se trata de capitalizar as ações da PF como exemplo da eficiência governamental.

    Talvez ambos pensem que assim, lidando com o assunto com a naturalidade reservada aos atos de rotina, a vindita passe despercebida. Como se fosse a coisa mais normal do mundo a transferência repentina de três agentes integrantes de uma mesma operação que flagrou em ato ilegal um "assessor do presidente". Da República, bem entendido.

    Além do quê, o afastamento dos policiais deu-se até agora sem explicações de caráter funcional, e irregularidades na prisão dos sócios do clube de brigas de galo não houve, pois a Justiça aceitou a denúncia contra os acusados.

    Enquanto não forem expostos os motivos das punições e as cúpulas da PF e do Ministério da Justiça continuarem achando desnecessário dar uma satisfação ao discernimento alheio, fica patente a represália.

    Como dizem lá na Ucrânia, I rest my case.

    Oi Multimidia

    Oi Multimidia

    Era so o que me faltava...