24.3.05



Miami a mil

Ufa! Finalmente de volta ao meu quartinho -- literalmente. O Loews, onde estou, é um hotel super luxuoso, que se expandiu comprando o Moritz mais modestinho ao lado, e é deste que vos tecla esta blogueira. Os confortos (e os preços) são os mesmos do Loews, mas o espaço... que diferença!

O quarto tem até um tamanho legal; é no banheiro que o velho hotelzinho se faz lembrar, na ducha que podia ser mais forte, na pia estreita. Mas a cama é divina e não vejo a hora de aproveitá-la.

Vim para o M3, Miami Music Multimedia, em que se discute a música na era digital sob os mais variados aspectos; na sexta, o keynote é de um dos meus ídolos, o advogado Lawrence Lessig (sim, crianças, um dos meus ídolos é advogado!), a pessoa que melhor vi pensar a questão dos direitos autorais no mundo pós-internet.

É dele a concepção do Creative Commons, um tipo de licença muito mais adaptável aos novos tempos do a velhíssima noção binária de protegido/domínio público do sitema de copyright tradicional.

Aí à esquerda, em ciberheróis, há um link para a página dele.

Vim a convite da Motorola, que está aproveitando o evento para lançar não só seus novos aparelhos, como alguns conceitos de marketing de música e de telefonia móvel bem interessantes; vou falar disso em maiores detalhes depois.

Fico só até sábado, quando tomo novamente o rumo de casa. Dessa vez não vai dar para visitar os meus bipinhos queridos em Austin, porque tenho muito trabalho no Rio; o dia foi tão corrido, aliás, que ainda nem consegui falar com o Paulinho.

O tempo está legal, e Miami -- pelo menos neste trecho chique e metido em que estou -- é uma festa: muitos carros de luxo, muita gente bonita, muito dinheiro rolando. Dá a impressão de que, com exceção das camareiras de hotel, das faxineiras e dos carregadores (todos de origem latina), ninguém tem mais de 30 anos ou menos de 1m80.

Talvez porisso essa seja hoje uma cidade tão esquisita, glamurosa e cheia de adrenalina na superfície, mas artificial e melancólica no coração movido a Red Bull.

Eu acho que gostava mais daqui quando ninguém gostava, quando esses hotéis que hoje são o ó do borogodó eram apenas velhos hotéis decadentes, e a cidade era um lugar cafona e bolorento, cheio de velhinhos refugiados de Nova York.

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