Zoooooooooom!!!
Resolvida a questão da resolução -- hoje já se encontram boas câmeras de 3 megapixels por cerca de R$ 600 -- a indústria de câmeras digitais enfrenta novos desafios. Os consumidores ficaram exigentes, e querem imagens mais bem definidas, com cores mais fiéis; e querem, também, que seu olhar chegue tão distante quanto possível. A resposta está na presença cada vez mais freqüente de nomes como Leica, Zeiss ou Schneider gravados em lentes que enxergam longe, ideais para quem gosta de fazer fotos de viagem ou da natureza.As megazoom, como são conhecidas as câmeras que têm algo a mostrar além dos 3x de rotina, começam a se tornar figurinhas fáceis: fotografei todos esses pássaros, por exemplo, usando uma Panasonic Lumix FZ20, de 5 megapixels, com zoom óptico 12x Leica.
Há poucos anos, quando câmeras de 3 megapixels eram topo de linha a quase mil dólares, uma jóia dessas era um sonho distante, que ninguém esperava ver no mercado tão cedo, muito menos a preços razoáveis; mas a FZ20, lançada em fins do ano passado a U$ 599, já pode ser encontrada, nos EUA, por pouco mais de U$ 400.
As Lumix são resultado de um acordo entre a Panasonic, responsável pela tecnologia, e a Leica, responsável pelas lentes. A contribuição da venerável marca alemã pode ser percebida na definição dos detalhes e numa característica interessante: quanto melhor a lente de uma câmera digital, menos ?estouram? os brancos das áreas muito iluminadas.
Nenhuma megazoom é pequena, já que as lentes têm lá o seu tamanho; mas a maioria cabe numa bolsa comum. Elas têm um ar de câmeras "sérias" mas, ao contrário das profissionais, que têm pelo menos 8 megapixels e permitem troca de lentes, são relativamente leves: todos os colegas para quem mostrei a Lumix ficaram encantados com o peso.
Por causa da própria extensão das lentes, as megazoom costumam vir com um recurso que, até aqui, era exclusividade de videocams e de lentes profissionais: estabilizadores de imagem, que diminuem muito os índices de perda de foto por tremidas indesejadas. A Panasonic põe tanta fé no seu sistema, por sinal, que ele começa a valer para toda a linha de digitais, mesmo as compactas. A verdade é que, apesar do mau hábito de "devorarem" baterias, eles são uma mão na roda, sobretudo quando não se tem um tripé à mão; este foi o caso de todas as fotos desta página, sem exceção.
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Quando se começa a usar uma megazoom, porém, descobre-se que ter tripé à mão é não só importante, mas fundamental. Quando o sol vai se pondo e as melhores fotos vão se desenhando, não há estabilizador que dê jeito sozinho...Como as câmeras digitais são sempre levinhas, aqueles pequenos tripés de mesa, também conhecidos como pedestais, que se encontram em todas as lojas de fotografia, já são uma grande ajuda; outra saída são os monopés, menos trambolhentos, que garantem o mínimo de estabilidade necessário a cenas de pôr-do-sol em foco.
Mas prepare a carteira. Um tripé não é igual a outro, e a variação de preços na área é enorme. Bons tripés e monopés, vale dizer equipamentos leves e confiáveis, custam muito mais do que se poderia imaginar. O investimento, porém, compensa -- e torna-se óbvio depois de algumas horas de passeio.
(O Globo, Info etc., 10.4.2005)
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