A falta de cartolas no mercado carioca
Para desanuviar o ambiente, volto no tempo; de novo, à coluna que reproduz as notícias que cirulavam no Globo
há 50 anos:
É conhecido o apego da aristocracia portuguesa às exigências do protocolo e da etiqueta. Fica-se, por isso, imaginando os apertos por que estão passando componentes da comitiva do presidente Café Filho em face da ausência completa de cartolas no mercado do Rio de Janeiro. Os interessados vasculharam os depósitos de todos os competidores de Rollas. Nem mesmo o Museu Histórico foi esquecido. O Sr. Gustavo Barroso já recebeu a visita de três figurantes da escassa comitiva presidencial. As dificuldades cambiais teriam concorrido para essa situação. A indústria brasileira não fabrica cartolas. Essa peça há muito foi banida do noso uso e as exigências protocolares são muito suaves. A última importação de cartolas foi por ocasião da visita do presidente Truman. Custaram 1.500 cruzeiros cada uma. À última hora, o repórter-amador nos informava que seis membros da comitiva se ufanaram de ter conseguido, após uma ida desesperada aos museus, localizar seis velhíssimas cartolas, embora não se ajustem muito às suas ilustres cabeças.
O melhor de tudo é que essa história continua, amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário