Link & Pense
Amanhã é o Dia Mundial da Aids na ciber-comunidade, aquele parte incomensurável do ciberespaço habitada por pessoas físicas, manifestando-se geralmente através de blogs e páginas pessoais. A idéia -- que cada participante dedique as postagens do dia, ou parte delas, a sites, assuntos, memórias ou depoimentos sobre a Aids e o HIV -- é, naturalmente, uma idéia bonita mas utópica, sem maiores conseqüências ou resultados práticos.
Esta falta de objetivos concretos, infelizmente, desanima muitos webmasters, que não vêem sentido em participar de algo tão vago. Afinal, o que adianta pararmos todos ao mesmo tempo para pensar sobre a Aids? De um ponto de vista puramente pragmático, sinceramente, não sei responder, até porque o grupo a que a campanha pode alcançar (usuários de internet) já está, suponho, bastante informado sobre o assunto.
Mas penso que, ainda assim, algumas coisas positivas podem nascer disso. A primeira, e mais evidente, é a divulgação intensa de sites sobre a Aids, que, em alguns casos, são importantíssimas referências para os doentes e seus familiares e amigos. A outra é que talvez sejam produzidas páginas de grande impacto visual ou emotivo, capazes de sobreviver aos limites de um sábado, e de comover ou influenciar pessoas ao longo do tempo.
De imediato, contudo, acho que a principal vantagem da campanha diz respeito à internet, bem mais do que à Aids. Um blog ou um site pessoal sozinhos não são nada, mas blogs e sites pessoais linkados entre si compõem a verdadeira estrutura da teia, a razão básica de ser de uma rede cuja força é, e sempre será, um reflexo da sua admirável diversidade e da multiplicidade de vozes que a compõem.
Ao contrário do que possa pensar quem a vê assim por alto, hoje em dia, a internet não é apenas um gigantesco shopping virtual -- e, diga-se, nem foi criada com este propósito. Ela é uma forma de unir pessoas e idéias, de cortar caminhos e de manter a informação livre, em constante circulação. Qualquer movimento de base que nos lembre disso, e que reforce esta imagem da rede, já cumpre, pela sua própria existência, uma importante função social.
O resto é lucro.
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