29.11.01




Legislador, não passes da corrupção

Millôr Fernandes

A língua é a mais complexa, a mais milagrosa, a mais estranha, a mais gigantesca e variada invenção humana. E nada é mais dinâmico e menos sujeito a tutelas autoritárias. Agora, mais uma vez, vê-se um cidadão, ''eleito pelo povo'', propor uma lei proibindo o uso de palavras estrangeiras em nosso cotidiano, hebdomadário e até anuário.

Pera aí: estava em sua proposta de governo que ele tinha autoridade para interferir no que eu falo, escrevo ou pinto em minha tabuleta? Ele sabe, literalmente, do que está falando? Quanta idioletice!

P.S. -- Não adianta correr ao Aurélio.

Por causa deste texto, Millôr está sendo processado pelo deputado em questão. O que ele (Millôr) tem a dizer a respeito do assunto está aqui ou (obrigada, Meg!) aqui.

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