28.12.04



Alzheimer

Minha tia Eva, de 90 anos, última irmã do meu pai, sofre de mal de Alzheimer. Até aqui, a Laura e eu estávamos conseguindo mantê-la em casa: ela sempre foi uma pessoa muito ciosa da sua independência, do seu canto e das suas coisas.

Quando quebrou o ombro, há alguns meses, conseguimos, a duras penas, que aceitasse uma acompanhante -- gente boa, amiga da família. Mas a situação da tia se deteriora a olhos vistos. Não sabe mais o valor do dinheiro, por exemplo, e confunde as pessoas, quando não as desconhece de todo.

Ao mesmo tempo em que acha que vai morrer e quer ver o médico dia sim dia não, se recusa a tomar os medicamentos; está muito agressiva. Acha que a acompanhante quer envenená-la, e não permite que cozinhe; mas não aceita comida de fora. E a tia, que foi uma cozinheira de mão cheia, desaprendeu de cozinhar.

Em suma: um caos!

Está se tornando impossível mantê-la em casa, mas, por outro lado, a Laura e eu ficamos na maior preocupação com as histórias de horror que lemos a respeito das clínicas de repouso para velhos.

O médico dela diz que a tendência daqui pra frente é piorar ainda mais, mas não quer se comprometer, e se recusa a recomendar qualquer clínica.

Médicos da casa e leitores que já passaram por isso: algum de vocês tem idéia do que se pode fazer num caso desses? Existe alguma clínica de repouso confiável?

Estamos desesperadamente precisadas de alguma dica, luz, conselho.

Agradeço antecipadamente, de coração.

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