11.12.01




Golpe de me$tre

Ao que parece, a Microsoft não vai conseguir encerrar as suas muitas pendengas judiciais antes do fim do ano... que vem! Na semana retrasada, a empresa se dispôs a entrar em acordo com as mais de cem pessoas físicas e jurídicas que a estão processando por monopólio (paralelamente ao DoJ), fazendo uma doação equivalente a um bilhão de dólares em software, treinamento e suporte para as escolas mais pobres dos Estados Unidos. Alguns dos litigantes aceitaram a proposta, mas a Apple, junto com as demais empresas californianas, bateu o pé: tem graça! Com isso, em vez de estar fazendo caridade, a M$ estaria apenas abocanhando mais uma considerável fatia do mercado. Fatia essa, aliás, muito cobiçada pela Apple, que há tempos atua de forma intensa na área educacional.

Ontem à tarde, durante a segunda audiência deste processo, o juiz federal J. Frederick Motz concordou com as objeções, sugerindo que a M$ crie uma fundação educacional e faça a sua doação em dinheiro. Assim, as escolas terão liberdade de escolher a plataforma e o software que bem entenderem. Uma boa sugestão, certo?

Errado: Tom Burt, chefe do time de defesa da Microsoft, já avisou que a empresa está disposta a fazer acordo e ajudar às escolas sim, mas não a fazer a doação em dinheiro. Ele diz que, embora o valor do software seja alto para as escolas, é relativamente barato para a M$... como se a gente não soubesse disso!

Aliás, fazer doações em software é um velho golpe da M$ que, sob o manto de uma suposta generosidade, cria mais e mais escravos do seu sistema operacional ao estender os tentáculos também para as comunidades carentes.

O nosso próprio Comitê de Democratização da Informática que o diga.

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