17.12.01




Compras.com

Ainda não fiz minhas compras de Natal, mas vou bater muito dedo pelo teclado nos próximos dias, percorrendo o e-commerce local. Se tiver sorte e encontrar tudo o que quero, este ano nenhuma loja “de verdade” vai me ver... Sou fã de carteirinha do comércio on-line desde que ele engatinhava na books.com (que a gente acessava via telnet). Compro na Amazon.com desde que ela nasceu, comprei muito na defunta CDNow e em dezenas de diferentes sites, muitos deles já falecidos, vítimas do estouro da bolha.

Fiz minha primeira compra na internet brasileira quando o Ponto Frio criou o seu website. Eu estava precisando de um novo ar refrigerado (bons tempos, aqueles!) e a simples idéia de ir até a loja “real”, com seu sistema arcaico de pedidos e notas fiscais em quinze vias e fila enroladíssima no caixa me dava arrepios.

Dois dias depois o aparelho chegou e, desde então, já comprei lá fogão e geladeira. Nunca tive problema algum, pelo contrário: em relação ao Ponto Frio, especificamente, a nítida sensação que eu tenho é que a loja dispensa ao seu usuário on-line uma atenção e um cuidado que não existem no seu mundo “real”.

No mais, venho usando a internet para me abastecer de quase tudo, de feiras e supermercados a equipamentos e suprimentos de informática, passando por ingressos de cinema, remédios e quinquilharias diversas. Só não compro roupa por causa da inexplicável falta de um padrão confiável na nossa numeração (mas já comprei muito na Gap, na Land's End e na Neiman Marcus, todas nos Estados Unidos) e... livros, em português, porque não abro mão de ir às livrarias de Ipanema e do Leblon, onde, além de comprar livros, posso tomar café com os amigos, ver gente e saber das novidades.

Fico impressionada, sinceramente, quando as pesquisas revelam que a maioria das pessoas que não faz compras pela internet tem medo que grandes tragédias venham a se abater sobre seus cartões de crédito. Estou convencida de que eles correm muito mais riscos no mundo real do que no virtual: há alguns dias, no Bar Lagoa, o garçon que estava nos atendendo se enrolou e deixou os cartões do pessoal de uma outra mesa na nossa, enquanto ia buscar uma Coca-Cola pra mamãe. Os garçons do Bar Lagoa não são famosos pela velocidade, de modo que entre ele ir e voltar poderíamos ter copiado todos os dados daqueles cartões.

Fiquei com uma vontade louca de me levantar, ir até a outra mesa e perguntar para aquela galera qual era a sua opinião a respeito de compras pela internet. Mas era domingo, e mamãe e a Laura me mandaram ficar quieta e parar de pensar nessas coisas de vez em quando, e eu obedeci.


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