7.3.02



Samsung: virando a casaca?

O Register, como toda publicação escrita e editada por seres humanos, também é sujeito a falhas. Mas, se o furo que os meus inglesinhos favoritos deram hoje for verdade, o mundo da telefonia celular está ainda mais interessante do que a gente imagina.

Não sei até que ponto vocês estão a par do que acontece na área; em linhas gerais, basta lembrar que, há coisa de duas semanas, durante uma conferência GSM realizada em Cannes, Micro$oft e Intel anunciaram, com enorme estardalhaço, a criação do SmartPhone, padrão desenvolvido pelas duas, em conjunto, para as futuras gerações de celulares.

Concorrência direta, pois, para a turma do Symbian, o sistema aberto desenvolvido pela aliança formada por Nokia, Ericsson, Motorola, Panasonic e Psion, mas licenciado também por outros pesos pesados da indústria, como Kenwood, Philips, Sanyo, Siemens e Sony -- e, de longe, predominante no mundo wireless europeu.

Apesar do barulho feito pela dupla, dos grandes fabricantes, apenas a Samsung gostou do jeito Wintel de ser. Mas apenas, neste caso, não é pouca porcaria: uma simples conferida nas vitrines de lojas de celulares mostra como o jogo da coreana é bruto. Samsung fechando com Micro$oft e Intel não é, definitivamente, um trio para se desconsiderar.

Bom. Mas aqui é que entra a parte interessante da história, a se crer no Register: apesar
do interesse manifestado na plataforma SmartPhone, a Samsung teria acabado de assinar um contrato de licenciamento com a Nokia para uso da sua interface, a Series 60, que, logicamente, roda em... Symbian! Com o que M$ e Intel ficariam a ver navios, tentando vender o seu sistema para empresinhas de segundo ou terceiro time. Em suma: uma virada sensacional!!!

Eu sei que este papo de Symbian, wireless e telefonia celular é chatíssimo para os 99,99% da humanidade que querem apenas usar seus telefones em paz, sem precisar se aborrecer com detalhes técnicos. Mas para os outros 0,01% este é um assunto da máxima relevância, que vai definir o futuro deste objeto que carregamos para cima e para baixo continuamente, que volta e meia esquecemos de desligar no cinema ou no teatro e com o qual, possivelmente, convivemos ainda mais do que com os nossos computadores -- onde já há Windows demais, thanks a lot.

Ah, sim: parece que nenhuma das empresas, consultadas, disse palavra.

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