17.3.02



A aol.com cresce... encolhendo

Há, em Wall Street, uma ligeira suspeita de que o universo americano de usuários internet por acesso discado, em geral, e a AOL, em particular, bateram com a cabeça no teto. Motivo da suspeita? Cada vez mais gente usa o serviço da aol.com... de graça. Atualmente com 34 milhões de usuários, e cobrando US$ 23,90 por mes, ela só está conseguindo mostrar uma renda, por usuário, entre US$ 17 e US$ 18 mensais.

A matemática por trás desses números não significa, necessariamente, que 30% deles naveguem nas águas plácidas e bem patrulhadas da aol.com de graça -- há sistemas de preço especiais para quem compra certas marcas de computadores, por exemplo -- mas há outros indicadores incômodos no pedaço: os kits que tradicionalmente ofereciam 30 dias gratuitos para os novos usuários hoje oferecem 45 dias; e usuários que cancelam suas contas aol.com têm se surpreendido ao verificar que elas continuam ativas meses depois de supostamente canceladas.

Mais ou menos como aquelas revistas mensais cuja assinatura a gente cancela mas que, ainda assim, continuam fielmente batendo às nossas portas, como cães esfomeados que, uma vez alimentados, não querem ir embora de jeito nenhum. É que, nessa escala, o indivíduo vale mais pelo volume que faz junto com outros indivíduos, e que pode ser usado para seduzir os anunciantes ("temos
um milhão de leitores!"), do que pelo que paga pela assinatura.

A moral da história, em qualquer dos casos, é a mesma: desconfie dos números.

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