Flo, a Gata
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Solução? Desenvolver um algoritmo que soubesse distinguir, pelo perfil de Flo, se ela estava voltando sozinha ou trazendo alguma coisa na boca; e instalar uma tranca, controlada por este algoritmo, na portinhola que ela usa nas suas idas e vindas. Parece complicado... e é mesmo! Mas é, também, extremamente engenhoso.
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A teoria:
Uma imagem é composta por um determinado número de atributos: num rosto, por exemplo, a gente pode distinguir, e descrever, formato, nariz, orelhas, olhos, boca, sobrancelhas... por aí vai. O desafio é fazer com que um algoritmo seja capaz de identificar esses atributos, de forma que, numa pesquisa na web, ao "mostrar" um rosto para a máquina de busca, ela possa encontrar todas as fotos em que aquele rosto aparece na rede.
A prática:
Uma câmera instalada do lado de fora da portinhola, conectada a um computador, observa constantemente um espelho iluminado. Quando Flo aparece, a imagem escurece. Se os contornos desta área escurecida correspondem aos parâmetros definidos no algoritmo, o computador destrava a portinhola e Flo entra; o sistema tem cerca de um segundo -- tempo transcorrido entre o momento em que ela passa diante do espelho até chegar à portinhola -- para processar tudo isso. Quando os contornos estão alterados, ou seja, quando há obviamente alguma coisa não identificada na boca de Flo, o computador não destrava a portinhola. Ela então faz duas ou três tentativas de entrar em casa, fracassa e, para alívio geral, vai terminar a matança longe da família e das visitas.
No website da Quantum Picture, tudo está explicado em detalhes -- fascinantes, por sinal. Tecnologicamente, tudo faz sentido, funciona às mil maravilhas e está descrito de forma perfeitamente compreensível. Saí de lá com a sensação de ter visto algo genial na sua paradoxal complexidade/simplicidade. É óbvio que este é um sistema que está, sem trocadilhos, engatinhando, mas tem um futuro brilhante em mil diferentes aplicações.
Minha única dúvida não satisfeita não tem a nada a ver com tecnologia, mas sim com comportamento animal. Com o tempo, Flo vai perceber que, cada vez que traz um bicho pra casa, não consegue entrar; e logo estará deixando de trazer as suas vítimas para compartilhar com a família. Pelo que percebi no site da Quantum, já há outros gatos na jogada (Squirrel e Ellipse). A pergunta (que, aliás, já encaminhei ao Boris) é: quanto tempo um gato leva para perceber o jogo do sistema? E de quantos auxiliares quadrúpedes ele ainda vai precisar para deixar pelo menos este sistema em ponto de bala?
Visitem a Quantum. É um lugar interessantíssimo, cheio de boas fotos e informações.
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