9.3.07
Como vivi sem ele?!
Estou absolutamente apaixonada por um pequeno aparelho chamado CardScan, que tem uma única missão na vida: escanear cartões de visita e ajeitá-los na agenda de contatos do usuário. Confesso que já conhecia o bichinho há anos de anúncio e de demonstrações em feiras de tecnologia, mas não punha fé. Achava que, como um daqueles maravilhosos descascadores de camarão, ele só funcionava na mão do vendedor; ou, na melhor das hipóteses, nos Estados Unidos, onde os nomes não têm acento e os cargos são sempre os mesmos.
A idéia era perfeita, porque se há uma coisa que ninguém gosta de fazer é digitar informações de cartão de visita -- o que significa que os cartões que a maioria de nós colecionamos moram atropelados em gavetas, e nunca são encontrados quando se precisa deles. Mas como iria se virar uma maquininha dessas em português, a nossa língua cheia de acentos, e ainda por cima no Brasil, onde as pessoas adoram saladas tipográficas?
Pois querem saber? Na prática, a teoria do CardScan funciona. E incrível, fantasticamente bem! Para começo de conversa, ele é tão fácil de instalar que a gente chega a pensar que não vai dar certo. Mas não é que dá?! Fiz uma colheita de cartões na redação. Junto com os que tinha ainda por digitar, chegaram a quase 180. Passá-los para o computador foi só o tempo de escaneá-los, corrigir os pouquíssimos erros de interpretação e -- pronto!
De toda a pilha, o CardScan só não deu conta de dois míseros cartões: um que estava amassado e tinha uma superfície extremamente brilhante, e outro todo preto, minimalista, com letras em marrom. Mas quem faz um cartão assim, convenhamos, não está afim de se manter em contato com o mundo. Cartões com fundos coloridos, com fotos, em filme transparente e em folhas finas de madeira e até metal -- todos passaram pela maquininha sem problemas.
O software do CardScan não só lê acentos sem problemas como deslinda saladas tipográficas. Ele é capaz de entender cartões em inglês, espanhol, alemão, francês e português. Também é capaz de separar nome de empresa de nome de pessoa, cargo, telefone, endereço, CEP, email, página na web e o que mais houver. O fabricante explica que está preparado para interpretar as manhas dos cartões de visita de 12 diferentes países, entre eles o Brasil; mas que parece mágica, lá isso parece.
Embora sua agenda mantenha também a imagem do cartão -- se o usuário quiser, em frente e verso, muito útil quando se fazem anotações -- tudo é transformado em caracteres para integração com vários tipos de listas de contatos.
O software, que encontra duplicatas se a gente se distraiu e passou o mesmo cartão duas vezes, permite ainda que se faça backup do conteúdo da agenda na rede, onde pode ser acessado de qualquer parte.
O aparelhinho, em si, é pouco maior do que um Palm, digamos. É leve, e não precisa carregador de energia; ele se alimenta através do cabo USB com que se conecta ao computador.
Em três modelos e diferentes faixas de preço, custa, na média, US$ 260. Não é barato mas, para o muito que faz, está longe de ser caro.
(O Globo, Info etc., 27.2.2007)
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