7.3.07

Cenas amazônicas

  • O refeitório da fábrica da Nokia virou salão de eventos de ontem para hoje, como num passe de mágica. Tudo estava lindo e cuidado nos mínimos detalhes, como os arranjos de arte plumária com predominância de azul, a cor da empresa. Fiquei muito impressionada.

    Um detalhe, porém, me irritou durante toda a cerimônia: no palco havia bandeiras do Brasil, da Nokia, de Manaus e... dos Estados Unidos.

    Estados Unidos?!

    Como assim?!

    O que significava aquilo?!

    De pura birra, fiz todas as fotos cortando fora o lábaro ofensivo. Terminada a cerimônia, chamei um dos meus amigos da assessoria e perguntei o que raios estava fazendo lá aquela bandeira americana. Ele também levou um susto, foi conferir e voltou rindo: era a bandeira do Amazonas.

    Oops.

    Assim que voltar para casa vou para o quadro-negro desenhar esta bandeira cem vezes.

  • No fim da tarde fui tomar banho no Rio Negro. Me esbaldei na água morninha e escura, fotografei o pôr-do-sol com uma câmerazinha à prova d'água e, ao escurecer, voltei pela trilha, no mato, ouvindo a bicharada e tentando adivinhar a quem correspondiam as várias vozes. De repente pára na estradinha ao lado um jipe do hotel.

    -- Minha senhora, não fique andando por aí desse jeito que ainda agora uma cobra avançou numa hóspede.

    -- Não brinca! As cobras daqui avançam?! Como foi isso?!

    -- Pois avançou. E quando a moça correu, a cobra foi atrás.

    Eu estava louca por mais detalhes, mas antes que pudesse perguntar que tipo de cobra era aquele, e se por acaso não tinha patas e latia, o zeloso funcionário foi embora.

    Sou obediente. Saí do mato e fui pelo calçamento, matutando.

    Uma cobra que avança!

    Por que essas coisas nunca acontecem comigo?!
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