28.7.02




O painel web do banco da frente: estritamente utilitário, só com aplicações específicas para motoristas: mapas, conexão com a concessionária, etc.

O carro e a internet voam. Já o avião...

(Escrevi esta nota para o jornal na sexta de manhã, dentro do avião da TAM que me traria de volta ao Rio. Sai na coluna de segunda.)


No painel do banco de trás, há de tudo, de acesso à web a teleconferência, passando por games e video: muito bom!

O que se faz com uma conexão internet banda larga dentro de um automóvel? Depende. Se você é uma companhia de telecomunicações como a Siemens, você demonstra à imprensa, aos analistas de mercado e a seus clientes em geral que a internet móvel em alta velocidade (a da rede, não a do carro!) já é uma realidade.

Se você é jornalista de tecnologia e ama brinquedinhos hi-tech, como esta blogueira, você acha aquilo maravilhoso, e passa a sonhar com o dia em que poderá acessar seu email ou blogar do banco de trás do táxi no engarrafamento da Presidente Vargas.

Se você não é nem uma coisa nem outra, você acha tudo uma bobagem, um exagero. E é claro que, por enquanto, é isso mesmo — até porque, em tese, tudo isso já se pode fazer com qualquer aparelhinho wireless. Para que equipar um carro com internet?

As aplicações automotivas que vi, tanto no caso da Siemens quanto no da Qualcomm (que mostrou algo parecido em San Diego, há pouco tempo), não chegam a ser mais do que GPSs turbinados, capazes não só de nos dizer onde estamos e como chegar ao restaurante do outro lado da cidade como, ainda, de nos informar sobre o cardápio e os preços, e de fazer as reservas.

Parece pouco e, volto a dizer, por enquanto é, mesmo. Mas o que está em cartaz é a tecnologia, e não os aplicativos, que ainda nem existem. Não é difícil, porém, imaginar usos futuros para carros conectados.

Pensem, por exemplo, numa ambulância e num time de médicos que, do hospital, já pode ver o doente que ainda está à caminho, e trocar informações não só com os enfermeiros a bordo como com os próprios aparelhos ligados ao paciente. Não é interessante?

E vejam que isso é só um exemplo, e um que, ainda por cima, me ocorre nas piores circunstâncias — estou há mais de uma hora trancada num avião lotado da TAM, na pista do aeroporto de Guarulhos, esperando o Galeão ter teto. Estou num assento do meio, atrás de três adolescentes estridentes que, voltando de uma excursão à Europa, só conseguem falar de roupas e de amigas aparentemente tão insuportáveis quanto elas.

Caraca! Fala sério! Ninguém merece...

PS: Esta nota foi escrita no Clié que, embora não tenha sido feito propriamente para isso, quebra um galho legal quando a gente precisa dele. Grande maquininha.

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