30.7.04



A vida na rede

Depois de uma semana de confusão e protestos, o Fotolog voltou atrás: agora os usuários sul americanos pagantes não vêem mais a barra do Ubbi, nem ela é vista mais sobre suas fotos, ainda que por usuários não-pagantes. Quem já era Gold Cam antes da confusão, pagando em dólares, poderá continuar assim, sem banners ou publicidade de qualquer espécie; quem se inscrever daqui para a frente, já pagando em reais, não escapará, porém, de um cabeçalho — que, assegura o Fotolog, será menos obtrusivo.

Só não digo que reina a paz porque, escabriados com a péssima experiência, os que levaram mais a peito a invasão do banner estão com as barbas de molho; mas digamos que o sistema e os brasileiros voltaram a ficar de bem, o que não deixa de ser uma boa notícia.

* * *

Enquanto isso, não sei mais o que fazer para me livrar do Orkut. Ou, melhor dizendo, de certos inconvenientes do Orkut — que às vezes me parece, sinceramente, uma grande ferramenta para spams autorizados. Já desabilitei mensagens de grupos e de amigos de amigos, mas o que fazer com os amigos?!

Aliás, por falar nisso: como definir os amigos de Orkut? Não desdenho de amizades virtuais, pelo contrário; tenho grandes amigos “reais” que conheci primeiro online; e muitos que nunca encontrei fora do computador, mas cuja amizade nem por isso me é menos cara ou importante. No entanto, desde os tempos dos BBS, essas amizades se desenvolveram num ritmo natural, dando a cada uma das partes o tempo de, pelo menos, decorar o nome da outra.

No Orkut, porém, simpatia é quase amor mesmo: se a gente simpatiza com alguém acrescenta como amigo, se alguém simpatiza com a gente, acrescenta como amigo... e o resultado é que, quando se dá por conta, lá estão centenas de novos amigos — ou seja, centenas de novas mensagens, em geral muito simpáticas, daquelas que dão terrível dor na consciência não responder. Apesar disso, os dias continuam com apenas 24 horas...

O pior é que o Orkut é um dos sistemas de pior navegação que já vi: tudo requer o dobro da quantidade de cliques que seriam necessários num planejamento melhorzinho — e tudo é muito, mas muito lento. Ó mistério! Se deste jeito faz o sucesso que faz, imaginem o que não faria se funcionasse.

(O Globo, Info etc., 26.7.04)

Com tanta coisa acontecendo no começo da semana, acabei me esquecendo de republicar aqui a coluna do Info etc...

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