26.7.04



O Caso Pipoca:
a trama se adensa



  • Dois dias depois da conversa, me telefonou o inspetor Luiz Prates. O carro suspeito estava envolvido num crime... no Rio de Janeiro! A sogra da proprietária, que estava ao volante, havia sido vítima de uma tentativa de assalto em Nilópolis, e fora baleada. Estava no hospital.

  • A proprietária do carro e seu marido (que moram em São Paulo)haviam sido convocados para depor e estavam na 14a DP, onde afirmavam ter emprestado o carro há apenas três dias. Também continuavam negando conhecimento de qualquer fato relacionado a gatos. O inspetor perguntou se eu concordava em falar com o marido. Naturalmente!

  • O homem se identificou, disse que era médico e que estava exausto daquilo tudo. Que estava cheio de problemas de saúde na família. Que não gostava de gatos. Que se eu não cuidava direito dos meus gatos não era problema dele.

  • Neste ponto, o inspetor tomou o telefone e disse que eu não era obrigada a escutar coisas assim e que podia encerrar a conversa. Eu disse que estava tudo bem, que entendia o nervosismo do homem; mais uma vez, fiquei muito angustiada. O coitado com a mãe baleada no hospital tendo que explicar o roubo de um gato do qual não tinha a menor idéia...!

  • Voltei a falar com ele, que disse que tudo o que desejava era resolver o problema. Respondi que isso era também o que eu mais queria, mas que para mim o assunto só estaria resolvido quando tivesse alguma notícia da Pipoca. Nisso ficamos.

  • Mais tarde o inspetor telefonou. Apesar das negativas do casal, que inclusive deu para a polícia um endereço falso como residência da mãe, as investigações indicavam que o veículo estava no Rio há mais de um ano, sendo usado pela sogra da proprietária, moradora de Copacabana conhecida por ter diversos animais em casa (!!!).

  • Problema 1: Como esta senhora está no hospital, o inspetor não achava conveniente levar lá o porteiro para identificá-la. Problema 2: Ele estava convencido de que ela de fato roubara a Pipoca, mas tinha medo de que a família abandonasse a gatinha num lugar qualquer ou fizesse coisa até pior, para se livrar da evidência.

  • Pedia portanto minha autorização para dar meu telefone ao marido da senhora hospitalizada. Queria que eu tranquilizasse a família em relação às minhas intenções. Concordei, lógico.

  • O inspetor ligou de novo. Havia conversado bastante com o marido da senhora hospitalizada, e explicado que não tinham nada a ganhar mentindo, pelo contrário. Se o animal fosse devolvido eu retirava a queixa e não se falava mais no assunto. O inspetor não podia me garantir nada, mas disse ter sentido uma dúvida no outro lado do telefone que lhe dava esperanças de que a Pipoca ainda estivesse lá. Disse também que o marido da senhora me ligaria em seguida -- mas isso não aconteceu.

    (Continua! Eu não disse que a história era enrolada?!)
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