20.2.03



Sobre a guerra

Paulinho escreveu isso num comentário lá embaixo; acho muito importante este depoimento que ele dá a respeito da mídia americana, que está se portando de forma absolutamente vergonhosa. Chega a ser humilhante para nós, jornalistas, saber que aqueles caras são nossos colegas.
Infelizmente, o problema é bem mais simples do que parece. A França só não quer a guerra pois perderá dinheiro na estória. As tais reuniões para se chegar a um acordo são, na verdade, discussões entre EUA e os outros países do conselho de segurança quanto ao preço da adesão de cada um.

Até a semana passada, a Turquia era contra a guerra. Hoje já está discutindo quanto em "financial aid" vão aceitar para que os americanos usem suas bases.

Outra coisa vale lembrar: a imprensa daqui dos EUA faz parte da corja republicana e tem manipulado, não só as notícias, mas também as pesquisas de opinião. Acreditem: pergunto e discuto com todos que encontro o que acham da ameaça de guerra. NINGUÉM até agora me disse ser a favor. Até a igreja do Bush (First United Methodist Church) lançou uma campanha publicitária contra a guerra e malhando o cara. A propaganda passa volta e meia aqui em Michigan e, segundo eles, o tempo todo em Washington.

Os organizadores dos protestos do fim-de-semana passado estimam as multidões em torno dos 3 a 5 milhões! Os noticiários daqui dizem 500 a 600 mil!

Aqui em Detroit, os jornais publicaram que um "pequeno grupo de 2 a 3 mil pessoas protestaram contra a guerra..." . Não sei onde aprenderam a contar, mas eu estava lá e vi. Do Grand Circus Park até o Cobo Hall, onde acabou a passeata, são mais ou menos 2 km. Tinha gente empilhada (e bem empilhada para se proteger do frio!) de um ponto ao outro! Sei que os americanos estão gordos demais, mas nem tanto...

Beijos e muita paz pra todo mundo!

Ah, sim, para quem não sabe: o Paulinho é o meu filho.

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