23.2.03



Gil & Barlow

John Perry Barlow está de malas prontas para voltar ao Brasil: ele se encontrou com Gilberto Gil no mês passado, em Cannes, durante o Midem, e há duas semanas recebeu um convite para passar dez dias percorrendo o país com Gil e Jacques Lang, o ex-ministro da cultura francês. O relato que faz deste encontro está aqui.

Ponto para Gil. Barlow, feroz ativista da liberdade no ciberespaço, colaborador da Wired dos áureos tempos, letrista do Grateful Dead, fundador da EFF, é uma das vozes mais lúcidas hoje nos Estados Unidos. Não é levado a sério pelo establishment, naturalmente, que volta e meia tenta tascar-lhe o rótulo de figura folclórica -- um velho truque para neutralizar inimigos.

A verdade é que as torres do World Trade Center ainda estavam caindo quando ele previu, com arrepiante clareza, o que estava por vir. A mensagem que enviou aos amigos na tarde daquele fatídico 11 de setembro chamava-se, bravamente, Remember the Reichstag... e, por causa dela, quase foi crucificado em praça pública. Entre outras coisas, ele disse o seguinte:
"Within a few hours, we will see beginning the most vigorous efforts to end what remains of freedom in America. Those of us who are willing to sacrifice a little -- largely illusory -- safety in order to maintain our faith in the original ideals of America will have to fight for those ideals just as vigorously. (....) Don't let the terrorists or (their natural allies) the fascists win. Remember that the goal of terrorism is to create increasingly paralytic totalitarianism in the government it attacks. Don't give them the satisfaction.

Fear nothing. Live free.


Até aqui, infelizmente, os fatos só lhe têm dado razão.

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