31.10.01





Mídia, terrorismo e guerra

Acabei de ler o relatório da Federação Internacional de Jornalistas sobre a mídia, o terrorismo e a guerra. É um documento importante, sobretudo considerando-se que, neste momento, o livre exercício da profissão está ameaçado de todos os lados. Nos Estados Unidos -- país que, diga-se o que se disser, tem uma sólida tradição de liberdade de expressão -- as coisas estão particularmente embaralhadas porque, entre censura e patriotismo, as fronteiras andam extremamente frágeis. Diz o relatório:

"Numerosas tentativas de manipular a mídia têm sido levadas a efeitos por diversos governos, criando, sobre os jornalistas, uma pressão que pode ser potencialmente danosa à qualidade da cobertura do conflito. Os jornalistas devem ter liberdade para trabalhar sem se sentirem obrigados a defender o que o governo chama de "patriotismo"ou "segurança nacional"'

A FIJ condena sobretudo os governos que estão sendo excessivamente rápidos na criação de legislação anti-terrorismo:

"No Canadá, nos EUA, na Grã-Bretanha, na Austrália, na França, na Rússia e dentro da União Européia há uma pressa inquietante em se legislar a respeito de grampos telefônicos, vigilância policial, tecnologias criptográficas, detenção de imigrantes, controle da Internet e liberdade de movimentos."

Isso, é claro, do lado de cá. Porque do lado de lá, como sabemos todos, liberdade de imprensa é coisa da qual sequer se ouviu falar. Liberdade? Imprensa? Eu, hein: daí pra pedirem uma cervejinha gelada é um pulo...

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