Consumidor é pra consumir. Bem caladinho.
Tony Smith, do The Register, escreve que, na semana passada, a RIAA (Recording Industry Association of America) organizou um encontro secreto em Washington para estudar leis mais severas contra os sistemas de troca de arquivos digitais, provedores de acesso, usuários e quaisquer outros elementos inconvenientes que estejam no seu caminho para a distribuição de música enlatada. Teriam estado presentes a este encontro os pesos-pesados Andy Grove (Intel), Lou Gerstner (IBM), Michael Eisner (Disney), Jack Valenti (MPAA), Edgar Bronfman (Vivendi Universal), Gerald Levin (AOL Time-Warner), Ken Berry (EMI), Steve Heckler (Sony) e Strauss Zelnick (Bertelsmann), mais os CEOs da Toshiba e da Matsushita e os senadores Fritz Hollings e Ted Stevens. Liderando os trabalhos, a indefectível Hillary Rosen, da RIAA.
E qual era o seu objetivo ao reunir toda essa gente? Simples: convencer a indústria a instalar em todas as máquinas mecanismos que impeçam os usuários de transpor o conteúdo de CDs, ainda que legitimamente comprados, para seus discos rígidos (ou tocadores de MP3), os provedores a impedir o livre tráfego de arquivos pela rede, os legisladores a criar dispositivos legais que não só penalizem de forma mais severa os usuários porventura acusados de pirataria, mas também os provedores que os servem y otras cositas más. Há algumas semanas, esta seria uma batalha dura de encarar; agora, com os Estados Unidos paranóicos e distraídos pela guerra, pode ser uma moleza.
Duas frases da reportagem do Register são particularmente sinistras. Uma, de Michael Eisner, que reclama do desagradável fato de, entre a indústria e o contrôle total do que os consumidores poderão ou não fazer com suas músicas, estar o problema da privacidade; e outra do CEO da Sony, que diz que, uma vez que não possam mais obter música de graça, os usuários terão de comprá-la "nos formatos que nós decidirmos".
Ei, você -- páre de reclamar e vá passando a grana.
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