16.11.04



Porto Velho

A cidade, para quem esperava selva fechada ou mesmo cidades como Manaus ou Belém, mergulhadas em lendas e no imaginário amazônico, é uma surpresa. É pequena, simpática, tem cantos que, não sei por que, me lembram a Ilha do Governador dos meus tempos de criança.

O calor estava perfeitamente razoável, mas todos foram unânimes em dizer que ontem foi um dia excepcional.

O hotel é bom, tem um restaurante correto, bons colchões, a ducha é mais ou menos, mas o ar refrigerado é nota mil.

Amanhã saímos às sete, gravações em Santo Antônio. A produção é meticulosa e tem um quadro de avisos enorme no hall.

Um deles diz:
Figuração:

60 barbadianos
02 espanhóis mortos
05 espanhóis
25 chineses
15 diversas raças

Gostei desses 02 espanhóis mortos. Se houver papel para uma centro-européia morta vou me oferecer; é a única coisa me sinto capacitada para fazer em termos de interpretação -- notem que não é "morrendo", é mortos mesmo.

À tarde dormi e saí sozinha para um passeio ao pôr-do-sol. Andei bastante. Os pontos altos de Porto Velho, numa primeiríssima impressão:

-- O cheiro das ruas. Há árvores frutíferas por toda a parte, e o cheiro é uma glória.

-- O sol enorme e avermelhado do fim da tarde.

-- As pessoas, muuito simpáticas. Imaginem que comecei a bater papo com três moças perto de rio, e perguntei se elas sabiam onde eu podia alugar uma bicicleta. Aqui não há aluguel de bicicleta, mas a Iva -- este o nome dela -- vai me emprestar uma que comprou e nunca usou. Tem que encher os pneus, mas amanhã vou lá pegar. Não é a coisa mais gentil?

Boa noite a todos. Amanhã tenho uma longa jornada pela frente.

Ah, sim: em relação à conexão -- sem problemas! A plaquinha CDMA da Vivo é o que há de bom, estou pilotando o notebook a 230,4Kbps.

Enquanto isso, ouço a trilha sonora de Chocolat, escrita por Rachel Portman (que também fez a maravilhosa trilha de Cider House Rules); as caixinhas de som são ótimas.

Estou feliz.

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