11.6.02



Volta ao lar

RIO -- Cheguei no começo da tarde, resisti a todas as tentações do Duty Free e peguei luz verde na alfândega, verdadeiro milagre que muito agradeci aos meus Penates. Não que estivesse trazendo qualquer coisa de especial; mas a minha mala, de casca dura e feita às carreiras, sem o capricho da ida em que tudo vai dobradinho em saco plástico, estava naquele ponto em que, se abrisse, não fechava mais.

Os gatos me receberam com a curiosidade habitual: cheiraram cada centímetro da minha roupa, e ficaram encarando duramente as malas que, imagino, consideram culpadas pelas minhas ausências. Ou não? Pensem só: sempre que esses retângulos pretos entram em cena, eu desapareço da vida deles...

Na mailbox, intocada desde sexta-feira, quando o modem do ThinkPad subiu no telhado e fiquei sem computador, havia quase 600 msgs. Pelo menos 500 eram spam. E isso no meu endereço pessoal! Aqui no jornal, felizmente, a Luizinha anda dando limpas gerais -- quando eu chego, todos os anúncios de Viagra, propostas de trabalho caseiro e receitas milagrosas para emagrecer já foram pro espaço.

Mas a reentrada na vida real é dura. Fiquei sabendo do brutal assassinato do Tim Lopes, li que milhares de soldados do Exército (!) estão construindo um caminho alternativo (!!) para a Vila Militar (!!!) porque o atual fica na rota do tráfico (!!!!) e é perigoso (!!!!!), recebi um email da Laura me chamando a atenção para a coluna do Roberto Moura que, por acaso, também fala a respeito disso e, de quebra, observa que a situação da Cinemateca do MAM continua preta -- e, juro, fiquei com vontade de voltar correndo pro aeroporto pra ver se o avião ainda estava lá pra me levar de volta a São Francisco.

Lá sou amiga do Lynn.

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