Quem canta seus males espanta
O Moreno fez uma seleção de melôs da crise. Está tão boa que não resisti e roubei algumas (quase todas...) para cá:Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou...
Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa...
Se tu falas muitas palavras sutis
E gostas de senhas, sussurros, ardis
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar
Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raio-x
Se vives nas sombras, freqüentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de dobermann
E se definitivamente a sociedade só te tem
Desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo
És um estorvo, és um tumor
A lei fecha o livro, te pregam na cruz
Depois chamam os urubus
Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas, agitas e gritas demais
A lei logo vai te abraçar, infrator
Com seus braços de estivador
Vou pedir pra você ficar
Vou pedir pra você voltar
Eu te amo
Eu te quero bem...
Quando a gente ama não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar
Se quer amar
De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero...
Negue o seu amor
O seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise machucando de mansinho
Este coração que ainda é teu
Diga que o meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi meu um dia...
Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor...
Hoje não existe nada mais entre nós
Somos duas almas que se devem separar
O meu coração vive chorando e minha voz
Já sofremos tanto
que é melhor renunciar...
Meu partido é um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão baratos que eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
Freqüenta agora as festas to "grand monde"
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia, eu quero uma pra viver...
Não, eu não posso lembrar que te amei
Não, eu preciso esquecer que sofri
Faça de conta que o tempo passou
E que tudo entre nós terminou
E que a vida não continuou pra nós dois
Caminhemos, talvez nos vejamos depois...
Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto...
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando...
Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete,
sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar...
Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Você abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou...
Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer...
Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrrilhas, motim
Perdi a cabeça
Esqueça..
Da próxima vez eu me mando...
Por você vou roubar os anéis de Saturno
Eu minto, mas minha voz não mente
Minha voz soa exatamente
De onde no corpo da alma de uma pessoa
Se produz a palavra eu
Dessa garganta, tudo se canta
Quem me ama, quem me ama
Adeus, meu olho é todo teu
Meu gesto é no momento exato
Em que te mato...
Nenhum comentário:
Postar um comentário