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O secretário se manifesta
Deu no Globo:
"Há três semanas tenho sido alvo de críticas da jornalista Cora Rónai sobre o meu trabalho na Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais (Sepda). Como todo democrata e a favor da liberdade de imprensa, sou passível de críticas, positivas ou não. Elas enriquecem qualquer trabalho.
Não fui convidado para o cargo por ser artista, mas pelo trabalho que há mais de 20 anos realizo em defesa do meio ambiente e da preservação de espécies animais ameaçadas de extinção.
Em seu primeiro artigo, "Tempo de ratos" (26/5), a colunista descreve-me como um assassino de animais. Já em 2/6, voltou ao tema, sob o título "Tempo de ratos II" -- outra agressão. No artigo seguinte (9/6), "Pagando mico -- O secretário Fasano viaja para São Francisco", mira sua metralhadora já não sobre o meu trabalho com animais, mas na viagem que fiz aos EUA representando o governo da cidade do Rio de Janeiro no encontro realizado pela ONU para comemorar o Dia Internacional do Meio Ambiente.
Não conheço a jornalista. Nunca fui procurado por ela para que pudesse se informar sobre o que fazemos na Sepda."
Victor Augusto Duarte Fasano
secretário especial de Promoção e Defesa dos Animais
Algumas observações:
Não é por ser "democrata" e "a favor da liberdade de imprensa" que Victor Fasano é passível de críticas, mas sim por ser funcionário público, trabalhando para o povo do Rio de Janeiro e dele recebendo o seu sustento;
A carta enviada pelo secretário à redação tinha pelo menos três vezes o tamanho do que foi publicado; ocuparia, sozinha, quase metade da seção de cartas do jornal. Em toda a extensão do texto, no entanto, ele não esclarece que fim estão levando os gatos do Rio e não dá um único exemplo do que tem feito à frente da Sepda;
No que depender de mim, Victor Fasano continuará sem me conhecer. Crônica não é reportagem, mas sim a opinião do cronista; ora, eu não preciso conhecer Victor Fasano para saber o que penso dele e do seu trabalho à frente da Sepda -- a respeito do qual, não obstante, tenho um fluxo interminável de informações. Os voluntários que trabalham com animais no Rio de Janeiro, que dedicam suas vidas aos bichos e que merecem meu mais profundo respeito e admiração, me informam sobre a Sepda; os pobres gatinhos torturados do Jockey me informam sobre a Sepda; os 94 gatos desaparecidos do Jardim do Méier, os 12 gatos velhinhos desaparecidos do Rio Sul, os 15 gatos "emprestados" pela Sepda, as centenas de gatos mortos e desaparecidos em toda a cidade me informam sobre a Sepda; o aumento espantoso de ratos verificado no Méier, na Praia do Flamengo, na Hípica, no Arpoador e por toda a parte me informa sobre a Sepda; aquele pobre cavalo agonizante que foi notícia no jornal de segunda-feira me informa sobre a Sepda.
A essa altura do campeonato, a única informação que eu queria mesmo ter sobre a Sepda seria a da sua extinção, ou muito em breve, além dos ratos, não haverá um único animal nas ruas da minha cidade.
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