Dos comentários
Cora, eu nasci numa casinha exatamente assim. Lá no Paraná. Minha mãe mora até hoje numa casinha exatamente igual. Tb lá no Paraná. A foto da varanda com os dois homens sentados lembra meu pai que era ferreiro e meu irmão igualmente ferreiro de profissão.
E eu sempre tive vergonha de morar em casa de madeira, meu sonho era acordar e ver uma parede de tijolo.
O chão da casa que aparece lustroso e limpinho, é porque desde cedo a gente aprendia a encerar o chão. A cera era feita com tablete Santo Antonio derretido com meio litro de gasolina, que a gente esquentava no fogão a lenha.
Vendo essas fotos eu chorei. Porque hoje tenho uma casa de tijolo como eu queria, grande, bonita, mas eu não sou feliz como era naquele tempo. Eu poderia até ser feliz hoje, mas por que será que eu não sou?
Venho aqui todos os dias, mas nunca escrevo porque tenho vergonha ou receio de cometer erros de português.
Mas obrigada por devolver meu passado.
Hoje mesmo liguei para minha mãe e vou visita-la semana que vem.
Grata
Lucia Latorre
Lucia, uma pessoa que escreve com tanto sentimento não tem perigo de errar. Quando vi essas fotos, fiquei muito tempo olhando para a casa, tão arrumada, digna e bonita: um lar de gente de bem.
A felicidade, bom, essa acho que nunca está onde esperamos; o importante é olhar em volta com atenção e ver onde se esconde, não no passado ou no futuro, mas aqui e agora. Ou mais pra frente a gente periga olhar pra trás, e pensar que era feliz e não sabia...
Dê um grande abraço na sua mãe por mim; aproveite a linda casa de madeira, o chão limpinho, o cheiro da lenha e do café.
Um beijo!
Cora
2 comentários:
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