ONG do bem
Até o sequestro da Pipoca, eu não prestava atenção na polícia -- ou, se prestava, era para criticar, como faz quase todo mundo. A questão é que, para a minha geração, que passou pela ditadura militar, polícia é uma coisa da qual se quer distância.Depois da acompanhar o trabalho dos inspetores que descobriram o paradeiro da gatinha, fiquei amiga deles -- e fui, através dessa amizade, descobrindo uma série de policiais excelentes, do melhor nível.
Há uma nova geração aí que, sinceramente, traz algum alento à gente; é uma geração de rapazes e moças idealistas e dedicados que, apesar da suprema humilhação de trabalhar com o atual secretário de segurança, não esmorecem e fazem o melhor que podem.
Descobrir este lado bacana da polícia foi uma grande e grata surpresa. A gente às vezes acha que, aqui no Rio, tudo está perdido; mas, quando eu penso nesta banda boa da polícia, tenho esperanças.
Pois hoje está nascendo uma ONG chamada "Viva a Polícia". Ela está sendo criada para apoiar o policial civil, federal, militar e rodoviário, o bombeiro e o guarda municipal. A idéia básica é defender os seus direitos e os de seus familiares, e resgatar a confiança da população no seu trabalho.
Esta última parte não vai ser fácil. O filme da polícia está muito queimado, e os bons, como acontece, pagam pelos maus.
De qualquer forma, serão criadas comissões para avaliar cada atribuição, defender direitos, cobrar deveres, ministrar cursos, fiscalizar e, muito importante, aparecer na mídia mostrando o outro lado da polícia, aquele que quase nunca aparece já que boa notícia, em geral, não é notícia.
A "Viva a Polícia" também pretende protestar sempre que as "autoridades" disserem coisas como a última pérola do senhor secretário, que declarou ao Dia que "os policiais são esquizofrênicos".
Em suma: taí uma ONG que vai ter muito, mas muito trabalho -- mas que conta, desde já, com o meu maior apoio.
Até porque, sinceramente, estou cheia de ONGs que só sabem defender bandidos.
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