Enquanto isso, no Centro...
Ontem tive que ir ao Forum e parei para comer uma empadinha no Avenida Central. Uma menina pequena, de uns cinco, seis anos, abordou uma moça que fazia um lanche ao meu lado. A moça ofereceu uma empadinha, a menina não quis; só queria vender mariolas.-- Onde está a sua mãe? -- perguntou a moça.
-- Ali -- respondeu a menina, sem apontar para direção alguma.
A moça tentou descobrir, em vão, onde, exatamente, era "ali"; depois perguntou por que a menina estava vendendo, em vez da mãe. A menina disse que a mãe não podia andar. Por que? Porque tinha quebrado a perna. A moça insistiu. Como foi que quebrou? Quando? Estava engessada? A menina respondia com monossílabos ininteligíveis e insistia, por sua vez, para que a moça comprasse as mariolas.
Depois de vários minutos de interrogatório seguro mas sensível, a moça concordou em comprar -- desde que fosse da mão da mãe. Onde estava a mãe? A menina recusou-se mais uma vez a mostrar a mãe e foi embora, oferecer a mercadoria a fregueses menos atentos.
Cumprimentei a moça e perguntei se ela era professora ou trabalhava com crianças de rua.
-- Que nada, -- disse ela. -- Sou apenas uma mãe revoltada.
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