30.7.11

Mapas e viagens



 



  
Ao contrário do que possa parecer, as fotos que ilustram a coluna não são cenas do Sim City, o clássico joguinho de desenvolvimento de cidades. São mapas verdadeiros, mostrando áreas de cidades chinesas, e são o equivalente do Google Maps oferecido pelo Baidu, sistema de buscas da China. O povo da internet já fez incontáveis comparações entre eles, os do Google Maps e os do Bing, ferramenta da Microsoft, e os resultados encontrados foram muito parecidos: o Baidu é tão confiável quanto seus colegas ocidentais.

Dois pontos em particular chamam a atenção. O primeiro é, claro, a beleza do trabalho: estamos falando de cidades imensas inteiramente desenhadas à mão, nos mínimos detalhes, verdadeiro trabalho de chinês (com ou sem trocadilho, o que vocês preferirem). O segundo é a engenhosidade da saída encontrada pelo Baidu para driblar a censura chinesa, que proíbe fotos aéreas de certos locais. Nos desenhos, os sítios sensíveis são suprimidos e pronto, zero problema.

De quebra, os mapas desenhados têm uma assepsia que, com certeza, muito agrada às autoridades. Não se vê sujeira, poluição, nada de desagradável. Mesmo os cortiços de Xangai ficam engraçadinhos, na sua montoeira de casinhas sobrepostas. A água de rios e lagos é sempre azul, o que chega a ser gozação diante da realidade dos pobres rios chineses, tão poluídos que quase se pode andar sobre as suas águas.

Eu, que já joguei Sim City compulsivamente, ando apaixonada pelos mapas do Baidu. Acho lindo o seu lado Disney, idealizado, sem uma pedrinha fora do lugar, sem gente e com pouquíssimos automóveis. A questão política subjacente a essa representação é óbvia e me causa desconforto, para dizer pouco – mas a verdade é que tenho a impresão de que conseguiria me orientar melhor usando essa realidade alterada do que indo pelas fotos do Google Maps. Da próxima vez que for à China, vou tirar a dúvida.

Até lá, passeio, maravilhada, por map.baidu.com – e recomendo esses passeios a quem gosta de geografia, de viagens, de mapas e de arte em geral. Preparem-se para gastar várias horas extasiando-se diante dessa maravilha.

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Já por aqui, a Infraero acaba de lançar a nova versão do seu aplicativo Vôos Online. Ele está disponível para iPhone, Android e Blackberry, e tem uma versão genérica em Java. A do iPhone pode ser baixada gratuitamente da Appstore (de onde foram feitos mais de 130 mil downloads da primeira versão) e as demais podem ser encontradas em www.infraero.gov.br/fiquepordentro. A versão para Android encontra-se também no Market.

O app está muito bem feito, e é uma ajuda preciosa para quem precisa confirmar horários de partida e chegada de vôos. A pesquisa pode ser feita por número, por companhia aérea ou por aeroporto; a apresentação do resultado é igual à dos painéis dos aeroportos. Achei o máximo ter um painel de aeroporto na palma da mão.

Há bons serviços escondidos neste painel que, a meu ver, deviam estar em maior destaque. Quando se clica no vôo desejado, abre-se uma janela que informa a distância entre os aeroportos de ida e de chegada e o clima nas cidades de origem e destino, oferecendo ainda conexões com as redes sociais e o email do aparelho. Clicando-se no ícone que representa este último, por exemplo, abre-se automaticamente uma mensagem que dá ao destinatário a origem do passageiro, o número do seu vôo e o horário da chegada. Basta digitar o endereço para o qual o recado deve ser enviado. É muito prático!

O simpático aplicativo oferece ainda um Guia do Passageiro, com toda a espécie de questões relativas a viagens, e uma seção de Informações úteis que é, na verdade, um catálogo com os telefones dos aeroportos brasileiros. Ali, basta dar um clique no aeroporto desejado para que o celular complete a ligação.

Eis aí um app verdadeiramente útil, que deve estar no elenco de todo smartphone bem organizado.

 
(O Globo, Economia, 30.7.2011)