24.7.11

Mamãe e sua turma



Desta vez, elas (e eles) quebraram recordes mundiais.


O jornal O Fluminense registrou o feito na sua TV e na edição online, de onde capturei o texto do coleguinha Marcel Tardin:

Equipe master do Clube de Regatas Icaraí quebra recorde mundial
Marcel Tardin


Confraternização, amizade e aptidão física. As palavras podem não traduzir muito mais do que seu simples significado para alguns, mas para um grupo de atletas da terceira idade do Clube de Regatas Icaraí tornou-se a filosofia e o combustível necessário para quebrar recordes dentro das piscinas, além de passar uma bonita lição de vida para os mais jovens.
Nos últimos dias 9 e 10 de julho, durante a disputa do Campeonato Estadual de Inverno, realizado pela Federação Aquática do Rio de Janeiro no Clube de Regatas Icaraí, oito nadadores da categoria Master da agremiação centenária superaram os limites impostos pela idade avançada e quebraram recordes mundiais estabelecidos junto à Federação Internacional de Natação (Fina).
 A equipe feminina, composta por Erika Heiss (78 anos), Dora Sodré (81), Nora Rónai (87) e Marlene Mendes (78) venceram os revezamentos 4x100m medley e nado livre, cravando as marcas de 9m34s72 e 8m53s83 respectivamente. Já Luiz Sodré (82), Leonardo Nogueira (79), Manoel Timóteo (83) e Arnaldo Costa (78), que formaram o time masculino, fixaram o tempo de 8m26s49.
Os resultados superaram todos os outros já homologados pela Fina na categoria master 320 (que representa o somatório mínimo de idade dos competidores) e transformou os idosos nos principais atletas da categoria.
No entanto, o sentido de seguir uma rotina de dedicação ao esporte encontra-se além de disputar competições e acumular medalhas de ouro. Obter qualidade de vida e sentir o prazer de cada braçada dentro da água transforma o sacrifício em um hobby. Íntimos da natação desde a adolescência, os masters de Icaraí deixaram a carreira esportiva de lado para seguirem uma vida normal, porém com a idade batendo à porta o desejo de nadar novamente falou mais alto e poder reencontrar os velhos companheiros de clube é um estímulo a mais para novas conquistas.
“O Icaraí tem uma atmosfera que contribui muito para isso. A filosofia do clube está acima de qualquer sentido competitivo. O mais importante é buscar o sentido de qualidade de vida e a confraternização”, explicou Luiz.
A energia e o empenho dentro das piscinas não é recompensado apenas com troféus, mas também com o reconhecimento que a equipe de masters tem dos mais jovens.
“Lembro de uma vez que estava participando de uma competição na Gávea e uma jovem disse para mim: ‘Quando crescer quero ser como você’. Achei muito legal”, contou Erika.
Responsável por coordenar mais de 120 atletas da categoria master, Maria Dulce Senfft, 54, explica que o sucesso dos nadadores veteranos serve como exemplo principalmente para seus familiares e crianças, que sonham um dia estarem representando o País em uma Olimpíada .
“Eles recebem 100% de apoio familiar, até porque acredito que as crianças precisam de um incentivo como esse para seguir carreira no esporte e lutar para disputar as Olímpiadas”, disse.

(O Fluminense, 23.7.2011)