22.5.11

A vida com os tablets


Uma das perguntas mais freqüentes que me fazem é se um tablet como o Xoom ou o iPad pode substituir um notebook. A resposta no atacado é Não, mas dependendo do uso que o cidadão paz do seu notebook pode ser Sim.

Para quem faz uso intensivo do notebook, escreve, vive às voltas com planilhas, programa bancos de dados ou usa editores de música ou vídeo – isso para ficar só na ponta elementar do iceberg – mesmo os próprios notebooks deixam a desejar. É por isso que os desktops ainda existem, e continuarão a existir, pelo menos nas suas extremidades essenciais de input e output para o usuário, ou seja, teclado e monitor, respectivamente.

Para quem usa o notebook de vez em quando, em geral em viagens rápidas ou de férias, para acessar a internet e responder a um que outro email, um tablet dá conta do recado, ainda mais se for acompanhado de um tecladinho Bluetooth. Há também certos tipos de trabalho em que tablets funcionam melhor do que os notebooks pela extrema portabilidade.

A questão fundamental com todas essas máquinas é que, no fundo, nenhuma vem para substituir a outra. Cada uma tem um uso específico, embora muitas partes do uso geral se sobreponham.

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Outra pergunta freqüente, depois que explico isso: Entre o notebook e o tablet, com qual eu ficaria? Resposta impossível. Quando viajo, o notebook é indispensável, porque preciso escrever de verdade e, eventualmente, tratar fotografias. Já tentei viajar a trabalho levando só o iPad e seu teclado Bluetooth, e não me dei bem. Por outro lado, enquanto estou no Rio e tenho acesso constante ao desktop, o notebook fica guardado, sem uso, e o tablet me acompanha o dia inteiro. Não há nada que eu faça no tablet que não pudesse fazer no notebook; se não soubesse que tablets existem, seria perfeitamente feliz com ele. Mas já viciada nos tablets, não consigo mais voltar atrás.

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Um tablet vale o que pesam seus aplicativos. Quais são essenciais à felicidade do usuário? Essa é, novamente, uma questão muito pessoal. Os meus favoritos para um Android bem equipado:

-- Dropbox, a perfeição em forma de app. O que é que ele faz? Funciona como uma caixa na qual se guardam arquivos de todos os tipos, textos, músicas, fotos, o que for. E funciona em todas as plataformas. Tenho um Dropbox no desktop para onde arrasto arquivos que quero ter sempre ao meu alcance. Pois esses arquivos, que ficam armazenados na nuvem, podem ser acessados de qualquer aparelho, dos meus tablets Android ou iOS, ou de qualquer dos meus celulares. Uma pasta pública, separada, permite que outras pessoas tenham acesso ao que estiver lá.

-- Evernote, um sistema parecido com o Dropbox, mas mais estruturado, praticamente uma área de trabalho, com pastas separadas para notas, fotos, marcadores, blocos de notas. Funciona da mesma forma que o Dropbox, sincronizando automaticamente tudo em todos os lugares.

-- IMDB, um filhote da versão completa para browser da grande base de filmes. Com um senão: teima em se instalar nos sistemas brasileiros na versão portuguesa, em que há variações nos títulos traduzidos dos filmes.

-- VPlayer, que aceita a maioria dos formatos de vídeo, e que ainda não falhou comigo uma única vez.

-- Worldmate, o aplicativo ideal para viajantes, com conversor de moedas, previsão metereológica, ferramentas para reservar vôos e hotéis.

-- QuickPic, compartilhador de fotos que permite distribuição ampla, geral e irrestrita do material arquivado para sistemas como o Bannka, Dropbox, Evernote, Facebook, Gmail, Picasa, PicPlz, Seesmic, Twitpic e o que mais se tenha no tablet.

-- Kindle, o leitor da Amazon.

-- Pulse, um ótimo agregador de notícias.

-- Beautiful Widgets, sem qualquer utilidade prática a não ser tornar a interface mais bonita.

-- Fruit Ninja, joguinho viciante, para alternar com...

-- Angry Birds, claro!, o jogo mais divertido para tablets.

-- Opera Mini, o melhor browser para tablets, que chega com muitos anos de experiência em celulares.

Isso, claro, para começar os serviços. Tem muito mais coisa: semana que vem


(O Globo, Economia, 21.5.2011) 

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