27.1.07

Caso Meg

Acho que esse assunto já rendeu mais do que devia. Faço, porém, uma última observação: não se trata de ter ou não ter "caráter", de ter ou não ter "consideração com as pessoas", de ser ou não ser "legal". Esses são valores que se aplicam a pessoas em seu juízo perfeito, mas, pelamordedeus, não se esqueçam: nós não estamos falando de uma pessoa saudável!

Uma das características mais cruéis dos distúrbios mentais é, justamente, o fato de ninguém dar-lhes a devida consideração, especialmente no caso de uma pessoa articulada, culta e inteligente como a Meg.

Quando alguém tem câncer ou perde uma perna todos reagem cheios de pena e solidariedade; quando alguém não bate bem das idéias, todos lhe atiram pedras, como a um cão danado.

Vocês acham que a Meg não preferia ter juízo e ser plenamente responsável por seus atos, como a maioria de nós? Acham, sinceramente, que se ela pudesse escolher, não preferiria estar ativa e alegre, cercada de gente, dando aulas em alguma faculdade?!

O Anônimo escreveu: "Se não fosse pelas maldades, ela mereceria compaixão..."

Perdão, mas... que maldades? Nos quase 150 comentários do post lá embaixo, várias pessoas deram depoimentos em que reconheceram, em primeira pessoa, o carinho e a gentileza que receberam da Meg. Não houve um só relato de alguém que se dissesse diretamente vítima de qualquer maldade. Falaram na Magaly e num blog deletado em 1915, sem levar em consideração o que eventualmente estaria escrito naquele blog, e porque cargas d'água a Meg teria a sua senha.

Repito o que escrevi: acho que ela quis dar um perdido no tal português -- que deve ser, este sim, um tremendo mau caráter (fiquei horrorizada ao ver como ele quis surfar na popularidade da sua "falecida mulher") -- não calculou o exato alcance dos seus atos e, a essas alturas, se a conheço, deve estar arrasada e profundamente arrependida do que fez.

A meu ver a Meg é, sim, digna de compaixão. Muita compaixão. Por vários motivos, mas agora, sobretudo, por ter posto a perder tantos amigos conquistados ao longo dos anos: afinal, também não se pode pedir a ninguém que chore o mesmo defunto duas vezes.

Dito isso, vamos cuidar da vida.

Nenhum comentário: