11.10.03



Impressionante

A agenda oficial chega ao fim. Foram quatro dias de pouco sono e muita correria, mas também de muitas novidades: a Xerox apresentou em São Francisco o que tem de mais interessante no forno, e que não é pouco. Depois, como eu contei, nosso grupo de jornalistas foi ao PARC e, de lá, viemos para Portland, no Oregon, onde fica a sede da Tektronics, hoje uma empresa Xerox.

Adorei conhecer o ninho das impressoras Phaser, máquinas que usam pigmentos sólidos e que, há muitos anos, povoam o imaginário de todo mundo que curte tecnologia. Digo "povoam o imaginário" porque não são nem pequenas nem baratas; não são dirigidas a usuários finais, mas são tudo o que certos usuários queriam ter. Como a que vos tecla dessas lonjuras.

Lembro perfeitamente de quando vi uma delas pela primeira vez, numa Comdex. A Tektronics estava timidamente pondo a cabeça de fora. Não tinha um estande, mas alugou um espaço entre dois pavilhões, ao lado de uma escadaria. Havia filas contínuas ali para ver de perto a maravilha que imprimia em cores numa época em que todo mundo usava matricial monocromática e, sobretudo, para pegar algumas daquelas páginas impressionantes.

Entrei nas filas diversas vezes, para ter amostras de impressão para dar no jornal. Fiquei lembrando disso na hora do jantar, trocando nostalgias com um dos engenheiros que estava lá naquele ano remoto, fazendo demonstração; por tabela, falamos dos velhos tempos em que a Comdex era o epicentro da indústria, e em que tudo era tão saudavelmente anárquico no nosso mundinho nerd.

Quase choramos de saudade e tristeza.

Cada página levava três minutos para ficar pronta, e a tecnologia, então recém-nascida, precisava de uns ajustes: como a base do pigmento usado pela Phaser é cera, as imagens saiam brilhantes demais. Era esquisito, mais ou menos como uma mulher que passasse base demais, mas era inacreditável.

Hoje as páginas continuam brilhantes, mas na medida certa. E saem voando das máquinas. Que continuam grandes e caras -- e destinadas a outros bicos.

O sonho não morreu...

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