2.2.02




O centro do mundo

Eu estava dando aquela volta básica pelos blogs que gosto de ler, quando achei, na Zel, um ótimo post. Nenhuma novidade nisso: a Zel escreve (e pensa) muito bem. Há pessoas que não entendem qual é a dela, mas esta costuma ser uma característica comum aos bons escritores -- mexer com as pessoas, causar polêmica. A Zel nunca teve medo disso, pelo contrário, e às vezes até alimenta bestialógicos que eu, sinceramente, acho que devia deixar pra lá, dentro do saudável princípio do Millôr: "Não se amplia a voz dos imbecis". Mas ela sabe disso.

O que me chamou a atenção neste específico post foi, mais uma vez, o quesito coragem intelectual. Zel fala sobre o seu próprio umbigo e, ao fazer isso, toca numa verdade universal que muita gente prefere varrer pra baixo do tapete: o centro do mundo está, para cada um de nós, no nosso próprio umbigo. É simples assim. Dá-lhes, Zel!


E eu já disse isso antes e repito agora: eu escrevo aqui pra que as pessoas me vejam, sim. Mas escrevo principalmente pra que eu me veja. Eu sou minha maior leitora. Releio o que escrevo diversas vezes, penso, critico e me recrimino ou elogio, dependendo do caso. Sei que parece Truman Show, sei que parece novela -- e na verdade a vida real é muito mais escrota e maluca que as novelas -- mas é realidade pura e simples. Eu escrevo pra mim mesma, pro meu umbigo.

Eu coloquei meu umbigo ali ontem -- que aliás eu adoro, adoro minha barriga :) -- porque é nele mesmo que eu centro a minha vida, é comigo mesmo que eu preciso me preocupar. E isso não significa que eu ignore os que me cercam, que eu não perceba o que se passa à minha volta ou que não me importe com os outros. Muito pelo contrário: quem é meu amigo sabe muito bem o quanto eu me dôo, o quanto eu me envolvo em tudo que se passa ao meu redor. Mas antes de todo mundo na minha vida venho EU. Me fazer feliz é meu desafio, assim como me conhecer. E é pra isso que eu escrevo: pra me ouvir (ou ler...)


O resto está aqui.

(Em tempo, queridinha: Feliz Ano Novo!)

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