22.2.02



Daniel Pearl



Ontem à noite conversei com um amigo do Wall Street Journal, onde Daniel Pearl trabalhava. Ele, que sequer conheceu Pearl muito bem, já que eram de sucursais diferentes e, portanto, se encontravam apenas esporadicamente, está em estado de choque. Compreensível: eu, que jamais havia sequer ouvido falar em Pearl antes do seu seqüestro, não consigo tirar esse horror da cabeça, nem me conformar com esta morte grotesca e inútil.

Hoje, vários jornais, entre eles o NYT e o LAT, confirmam o que meu colega disse ontem: os monstros que seqüestraram Pearl cortaram a sua garganta, enquanto, calmamente, filmavam a cena em videotape. Os jornais não dizem mas, depois de morto, Daniel Pearl foi decapitado; o video mostra a ação em detalhes.

Eu me recuso a acreditar que esses seres humanos são meus semelhantes. Se são, tou fora, e passo a me considerar qualquer coisa, menos um "ser humano". Talvez, apenas, um bípede sem conexões, perplexo e chocado, que não entende nem por que, nem para que, tanta violência.

Há um editorial do WSJ aqui; e se você quiser mandar uma mensagem para os amigos ou para a família de Daniel Pearl, clique aqui ou aqui.

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