20.4.06



Vida celular

Toca o telefone Tim. É uma moça da Claro, perguntando se estou satisfeita com a operadora. Respondo que sim, que não tenho queixas além do custo astronômico da conta (média de R$ 600 mensais, entre voz e dados). A moça diz que a Claro tem uma oferta a me fazer: obviamente não sabe que eu já tenho uma conta Claro também (média de R$ 140 mensais -- é a conta através da qual subo as fotinhas pro blog).

Me oferece 500 minutos, 200 MMS, 200 SMS e 2Mb de dados, mais um telefone Razr preto grátis, por R$ 209 mensais, além da possibilidade de compartilhar a conta com um outro Claro a ligações de dez centavos o minuto entre os dois.

É muito bom, fico de pensar, peço que ligue no dia seguinte.

No interim, ligo para a Tim e digo que recebi uma boa proposta da Claro. O que é que eles podem me oferecer para que eu não mude de operadora? A moça me pede um minuto e me transfere para um rapaz que é, disparado, a pessoa mais competente que já encontrei no ramo.

Ele observa as minhas contas dos três últimos meses, me oferece um pacote de 500 minutos, desconto de R$ 600 para a compra de um novo aparelho, etc. Não quero desconto para compra de aparelho; já tenho mais telefones do que consigo usar. Peço as estatísticas das contas.

Estão lá: falo cerca de 900 minutos por mês, uso entre 20 e 30 megabytes de transferência de dados (basicamente acesso à internet e email; poucos SMS, nenhum MMS, por um motivo simples: meu telefone favorito, o Nokia 6681, tem um defeito de nascença que é a impossibilidade de escrever o assunto dos MMS, ou seja, o título das fotinhas. Quando envio qualquer foto através dele é por email, geralmente mais caro do que o MMS).

O rapaz me oferece um desconto no plano de 500 minutos e me propõe comprar um pacote de 40Mb de dados. Isso dá direito ainda a 200 MMS e 200 SMS. Tudo junto sai a R$ 179 por mês.

Fecho negócio na hora.

No dia seguinte, nova ligação da Claro. Digo que topo desde que, em vez do Razr preto, eles me mandem um pink -- aquele rosa choque punk que eu odiei quando vi pela primeira vez e pelo qual agora estou apaixonada. Sou muito volúvel.

A moça diz que este não está em promoção porque "estava dando problemas". Não é uma boa desculpa, os telefones são iguais. Só se a pintura descasca, mas se fosse assim eu já estava sabendo. Meu palpite é que há poucos pinks e que devem ser mais caros por causa do estojinho bonitinho e alguma outra frescura conexa.

Aceito o preto mas digo que ainda assim não estou feliz. A moça então me propõe me dar mais um telefone, um Siemens cujo número não guardei, mas que deve ser de uma simplicidade franciscana. Pergunto o que vou fazer com dois telefones e ela me dis que é para compartilhar a conta.

Fecho negócio; os telefones devem chegar esta semana.

De modo que a minha vida fica assim: passo a ter uma despesa fixa de uns R$ 390, em vez dos R$ 700 / R$ 750 que estava gastando. Entre os minutos da Claro e os da Tim, cabe tudo o que eu falo; nos 40Mb da Tim + 2Mb da Claro, dão e sobram os dados que transfiro, assim como na soma de 400 MMS e 400 SMS mensais.

390 reais de celular são uma barbaridade, mas, ainda assim, são cerca de R$ 300 a menos do que eu estava gastando; e, de quebra, tenho dois telefones novos para brincar, e uma quantidade de minutos, dados e torpedos gloriosa.

Estou me sentindo uma financista da pesada e uma latifundiária das telecomunicações, com uma vantagem adicional: não sinto culpa em gastar com celulares, porque, para mim, eles são ferramentas de trabalho.

Agora só me falta cancelar a porcaria do Livre, da Embratel, que não vale um tostão furado, para ser uma usuária realmente feliz.

Em tempo: sim, tenho também uma conta Vivo, mas nesta gasto muito pouco. É que praticamente não recebo celulares CDMA para testar.

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